CAPÍTULO 20

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Freen

Quando fui buscar meu celular no carro, senti uma estranha sensação de estar sendo observada e seguida. Olhei ao redor, porém, não vi ninguém, então ninguém, então continuei caminhando em direção ao veículo. Assim que alcancei o carro, senti um movimento rápido atrás de mim. Antes que pudesse reagir, alguém me agarrou com força, senti algo pontiagudo nas costas e logo em seguida uma ardência cortante. O pânico me dominou, tentei lutar, mas a dor intensa me deixou fraca. Um sussurro frio soou em meu ouvido.

- Sentiu saudades, irmãzinha?

Droga! Era Alex. Meu coração acelerou ainda mais ao ouvir sua voz. Ele estava mais perto do que eu imaginava, e sua presença ali significava que seus planos estavam em andamento, e dando certo, pra ele.

- O que você quer? - Consegui perguntar, minha voz tremendo de dor e medo.

- Quero terminar o que comecei há seis anos atrás. - Respondeu. - São seis anos, né? Tanto faz. - Pressionou mais a lâmina da faca contra minha pele.

A dor aumentou, e minha visão começou a ficar turva. Tentei me concentrar, encontrar uma maneira de escapar, mas meu corpo estava ficando cada vez mais fraco. Ele puxou meu cabelo, forçando minha cabeça para trás, e me fez olhar em seus olhos frios e cruéis.

- Sabe, se a polícia não tivesse aparecido naquela noite, eu não precisaria estar fazendo isso. Porém, esses anos até que foram divertidos, já que fiquei te "caçando" por muito tempo. - Fez uma pausa. - E se eu tivesse te deixado em paz? Mas qual seria a graça se eu deixasse você viver feliz enquanto eu apodreceria na prisão? - Disse ele, com um sorriso sarcástico.

Meu corpo estava fraco demais para resistir, mas minha mente ainda lutava. Pensei nos meus amigos, nos meus pais, na Becky, e no futuro que eu quero.

- Alex, por favor... - Implorei, minha voz mal saindo.

Ele apenas riu, um tom frio e sem emoção, enquanto continuava a me segurar firmemente.

- Por favor, o quê? Pedindo misericórdia agora? - Ele zombou. Seus olhos brilhavam com uma maldade que eu nunca tinha visto antes, nem mesmo naquela fatídica noite.

Minha mente tentava encontrar uma saída, mas meu corpo estava cada vez mais debilitado pela dor. Com um último esforço, juntei todas as minhas forças e tentei me soltar de seu aperto, mas ele era mais forte e implacável. Ele me empurrou contra o carro com tanta força que a lâmina da faca penetrou ainda mais em meu corpo, fazendo-me gritar de dor.

- Não, não tão rápido. - Ele murmurou, pressionando ainda mais a faca em minha pele. A dor era excruciante, quase insuportável. Ele mantinha seu domínio sobre mim, cada movimento dele aumentando a sensação de desespero que me envolvia.

- Por favor, irmão... não faça isso. - Consegui sussurrar, sentindo lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Ele me encarava com um olhar de desprezo e triunfo, como se cada momento da minha agonia fosse uma vitória para ele. Senti minha visão ficar turva e escurecer. Ouvi barulho de um carro se aproximar, e logo sentir meu corpo sendo empurrado para dentro dele, e em poucos segundos apaguei completamente.




Becky


Quando vi aquela poça de sangue ao lado do carro e o celular quebrado de Freen, meu coração parou por um instante. As lágrimas desciam incontrolavelmente pelo meu rosto, e o pânico já tomava conta de mim.

- Precisamos ligar para a polícia agora mesmo. - Heng disse, pegando o telefone.

Ele discou rapidamente e começou a explicar a situação para a polícia, enquanto Nam tentava me acalmar.

- Amiga, calma, vai ficar tudo bem. A polícia vai dar um jeito de encontrá-la. Só temos que manter a calma, ok? - Nam disse, me abraçando de lado.

Eu tentei me acalmar ao ouvir as palavras reconfortantes dela, mas meu coração estava apertado de angústia. Enquanto Heng falava com a polícia ao telefone, eu olhava para o celular quebrado de Freen, imaginando o que poderia ter acontecido com ela.

- Eles disseram que vão enviar uma equipe para cá o mais rápido possível. - Heng disse, desligando o telefone.

- Vou fazer uma ligação também... - Avisei.

- Para quem vai ligar? - Mind perguntou.

- Para o pai dela. - Com um nó na garganta. Peguei meu celular, abri a lista de contatos e fui direto para o número do pai de Freen às pressas. O telefone tocou algumas vezes antes que ele atendesse.

'Oi, becky.'

'Oi, tio.'

'Você parece triste, aconteceu alguma coisa? Você e Freen brigaram?'

'Não, não é isso... É a Freen...'

'O que tem minha filha?!'

'Ela... algo aconteceu com ela, estamos no estacionamento do parque de diversões e encontramos sangue perto do carro dela, o celular está completamente quebrado... ela sumiu.'

'Não sabemos o que aconteceu exatamente. Ela foi buscar o celular no carro e não voltou mais.'

O silêncio do outro lado da linha parecia interminável, até que o pai dela finalmente respondeu, sua voz tensa e cheia de preocupação.

'Estou indo para aí agora, não saiam daí.'

Depois de desligar, voltei para junto dos meus amigos. Minutos depois, o pai de Freen chegou ao parque, com o rosto pálido e com semblante abalado.

- Becky... - Disse me abraçando. - Me explique direito o que aconteceu.

O pai de Freen olhava para mim com uma expressão de profunda preocupação, esperando por uma explicação sobre o que havia acontecido com sua filha. Eu disse tudo o que sabíamos até aquele momento.

- Vocês viram mais alguma coisa?

Olhei para os outros, tentando recordar se havia mais alguma pista.

- Não... - ele assentiu e foi fazer uma ligação.

Alguns minutos depois a polícia chegou. Dois oficiais se aproximaram de nós, enquanto outros isolavam a área ao redor do carro de Freen.

- Boa noite, sou o oficial Jones e esse é o oficial Carter. Precisamos que nos conte tudo antes de iniciarmos nosso trabalho.

Heng foi o primeiro a falar, resumindo rapidamente tudo o que aconteceu. A oficial Jones ouvia atentamente, anotando cada detalhe.

- Muito bem. Vamos iniciar uma busca imediata. Precisamos de qualquer informação adicional que possa nos ajudar. Vocês sabem se a garota tinha algum desentendimento com alguém, ou de alguém que poderia fazer mal a ela?

Olhei para o senhor Arthur e rapidamente ele entendeu e começou a falar.

- Sim, o irmão dela, Alex. Mas não sabemos nada sobre ele. Apenas que ele é muito perigoso. - Respondeu.

- Sabem alguma característica dele?

- Não, nenhum de nós nunca o viu. - Respondi.

- Certo. Recomendo que fiquem em casa, não sabemos quanto tempo levaremos até achar a garota. - Disse o oficial Carter.

- Vamos para casa, mas, por favor, mantenham-nos informados de qualquer novidade. - Pediu ele.

Os oficiais concordaram.

- Claro, senhor. Entraremos em contato assim que tivermos alguma informação.







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