Becky
Abri os olhos e senti algo, ou melhor dizendo, alguém em cima de mim. Quando me virei, vi que era Freen dormindo tranquilamente com a cabeça sobre meu peito. Olhei em meu relógio de pulso e vi que já eram quase cinco da tarde.
Com cuidado para não acordá-la, saí suavemente para fora da cama, mantendo-a confortavelmente deitada. Peguei o celular silenciosamente e verifiquei se havia alguma mensagem ou ligação perdida, mas nada.
Decidi deixá-la descansar um pouco mais e desci as escadas em direção à sala, onde encontrei dona Antonieta conversando com o pai de Freen.
— Como está a menina Freen? – Dona Antonieta perguntou com assim que me viu.
— Ela está dormindo agora. Parece estar um pouco melhor. – Respondi, tentando transmitir um pouco de tranquilidade.
O pai de Freen, senhor Arthur, olhou para mim com um sorriso gentil.
— Obrigado por vir vê-la, Becky. Tenho certeza que ela vai ficar melhor com essa visita que a fez.
— Espero que tenha razão.
— Sabe, vocês formam um belo casal. – Comentou enquanto bebericava seu café.
— O senhor Arthur tem razão. – Concordou dona Antonieta.
Senti meu rosto corar levemente com o comentário.
— Obrigada, mas somos apenas amigas.
— Eu sei, mas vejo um cuidado especial entre vocês duas. E isso é bonito de se ver. – O pai de Freen sorriu de maneira reconfortante. — Mas o que disse não é mentira, vocês realmente formam um belo casal.
No momento em que o pai de Freen mencionou sobre nós formarmos um belo casal, meu coração deu um salto. Eu não sabia como reagir àquilo, mas tentei manter a compostura.
— Ah, obrigada, senhor Arthur. Mas, como eu disse, somos apenas amigas. A amizade entre nós é muito importante.
Dona Antonieta assentiu com um sorriso compreensivo.
— É verdade, a amizade é a base de qualquer relacionamento, não é mesmo?
Eu assenti, tentando parecer o mais calma possível, apesar das borboletas e tumultuavam em meu estômago.
— Se precisarem de algo, estarei na cozinha. – Avisou, dirigindo-se para a porta.
— Obrigada, dona Antonieta. – Agradeci, assistindo-a sair da sala antes de me voltar para o senhor Arthur.
Ele me observou por um momento, como se estivesse avaliando algo, antes de falar novamente.
— Becky, posso te fazer uma pergunta?
— Claro, senhor. O que gostaria de saber?
— Você se sente feliz ao lado da Freen? Quero dizer, ela traz alegria à sua vida?
A pergunta pegou-me de surpresa, mas pensei cuidadosamente antes de responder.
— Ela me traz uma alegria e um conforto que eu nunca experimentei antes. Estar ao lado dela me faz sentir completa e feliz. É como se ela iluminasse cada dia da minha vida de uma maneira diferente. – Respondi sinceramente, deixando transparecer meus verdadeiros sentimentos.
Ele, parecendo satisfeito com minha resposta.
— Fico feliz em ouvir isso. É importante encontrar alguém que nos faça sentir dessa forma. E acredite, quando se encontra alguém assim, é preciso valorizar e cuidar desse sentimento.
Suas palavras ressoaram em mim, fazendo-me refletir sobre a profundidade dos meus sentimentos por Freen.
— Prometo valorizar e cuidar desse sentimento.
Ele assentiu com um sorriso caloroso.
— Estou confiante de que você cumprirá esta promessa.
A conversa com o senhor Arthur deixou um turbilhão de pensamentos em minha mente. Eu já tinha consciência dos meus sentimentos por Freen, mas ouvir as palavras dele reforçou ainda mais a importância desse vínculo especial entre nós.
Enquanto eu pensava sobre tudo isso, ouvi passos suaves vindo das escadas. Olhei na direção do som e vi Freen descendo as escadas com um olhar sonolento.
— Becky? Quando acordei achei que já tinha ido embora. – Falou, bocejando enquanto se aproximava.
— Desculpe, acabei cochilando um pouco também. Como está se sentindo agora? – Perguntei, levantando-me para encontrá-la.
Ela esboçou um pequeno sorriso cansado.
— Estou um pouco melhor, obrigada. Desculpe por te fazer esperar tanto.
— Tudo bem. Eu queria estar aqui para cuidar de você. – Respondi sinceramente.
Freen agradeceu com um aceno de cabeça, enquanto seu pai se levantava da poltrona onde estava sentado.
— Vou deixar vocês duas a sós. Se precisarem de algo, estarei no escritório.
Assim que o pai dela sumiu de nosso campo de visão, Freen veio em minha direção pegando em minha cintura e me abraçou escondendo o rosto no vão do meu pescoço.
Nossos corpos se encaixaram naturalmente, como se fossem feitos para estar juntos. Senti o calor do abraço de Freen e respirei fundo, mergulhando na sensação reconfortante de sua presença.
— Acho que estar longe de você me deixou mais fraca. – Murmurou, sua voz suave reverberando contra minha pele.
— Estar longe de você me deixou inquieta. Só queria ter certeza de que você está bem. – Confessei, apertando-a ainda mais em meus braços.
Por um momento me perdi em seu olhar penetrante. Era como se o tempo tivesse parado, deixando apenas nós duas no mundo.
Sem pensar, inclinei-me para frente e capturei seus lábios em um beijo suave. Freen correspondeu ao beijo com ternura, seus lábios se movendo em sincronia com os meus, como se estivéssemos dançando.
— Eu te amo, Becky... – Sussurrou me pegando de surpresa.
— V-você o que? – Perguntei ainda atordoada com sua confissão.
Minha mente girava em um turbilhão de emoções, sem saber como processar as palavras que acabara de ouvir. Freen havia acabado de dizer que me amava, e eu me sentia completamente despreparada para lidar com aquilo.
— Freen, eu... eu não sei o que dizer – Murmurei.
Ela recuou um pouco, olhando-me com uma expressão incerta.
— Desculpe, eu não devia ter dito isso. Acho que fui precipitada...
— Não, não é isso, Freen. É só que... é uma surpresa para mim. Eu... eu também te amo, mas não sabia que... que você sente o mesmo. – Admiti.
— Você também me ama? – Ela repetiu, sua voz tremendo ligeiramente.
Assenti com um sorriso tímido, sentindo meu coração bater descontroladamente no peito.
— Sim, Freen. Eu te amo. Desde o momento em que nossos olhos se encontraram, desde o dia que você me protegeu, desde o dia que você retribuiu o sorriso que dei, desde aquele dia eu comecei a te amar.
Ela não disse nada, apenas se aproximou e me beijou, um beijo calmo e doce.
Depois de mais algumas horas com Freen, pedi pra John me buscar. E quando cheguei em casa meu país estavam na sala vendo uma série de comédia, mas assim que me viram me cumprimentaram e perguntaram sobre Freen, respondi as perguntas e depois subi para meu quarto e tomei um longo banho antes de me deitar.
Mas antes de dormir Freen me ligou por chamada de vídeo e ficamos conversando até dormirmos.
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My Girl
Fanfiction⚠️ NÃO É G!P ⚠️ "Se nos dissessem que uma simples troca de olhares poderia mudar nossas vidas, não acreditariamos, mas aconteceu." História autoral!