CAPÍTULO 32

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Narradora


Se passou alguns dias e Amanda não fez nada, mas infelizmente, ficou na mesma sala que Freen e Becky.

Amanda voltou com seu antigo grupinho:Gustavo, conhecido como cabeça de urubu; Marcos, conhecido como palito de fósforo; e Huan, conhecido como canino podre. Apesar dos apelidos, eles eram os "comandantes" do colégio. Fazem tráfico de drogas, roubam, ameaçam e as vezes dão uma coça nas pessoas só por diversão.

Becky recebia mensagens "anônimas" no celular constantemente dizendo 'Você é minha!', 'Não irá se livrar de mim tão cedo'.  Frases parecidas apareciam em seu armário e na mochila. Mas ela tentava ignorar tudo aquilo. Apagava as mensagens, jogava fora os bilhetes e, nao chegou a mencionar nada sobre para Freen por medo de que algo acontecesse a ela.

Becky e Freen estavam na arquibancada da quadra, aproveitando o intervalo, mas Amanda resolveu aparecer junto com seu grupinho.

— Olhem só o que temos aqui, um bando de frangos. – Riu debochada.

— Olha aqui, voc- – Freen ia falar, mas Becky a parou.

— Amor, não gaste sua voz com essa daí.

— Olha só. Antes era minha cachorrinha, e agora tem uma para mandar. Que interessante.

Becky respirou fundo, tentando manter a calma enquanto Amanda continuava a provocar.

— Acha que só porque trouxe seus amigos, você pode falar assim? – Freen retrucou, mas Becky segurou sua mão, sentindo o calor da proteção que sempre a envolvia.

— O que você quer, Amanda? – Becky perguntou, tentando soar firme. Mas sua voz tremia ligeiramente, e ela estava consciente de que qualquer fraqueza poderia ser percebida.

— Só vim ver como você estava. Senti falta da minha namorada. – Amanda sorriu de um jeito que a deixou arrepiada, uma mistura de desprezo e possessividade que fazia seu estômago revirar.

Gustavo, Marcos e Huan começaram a rir, mas a risada deles não era de diversão. Era o tipo de riso que fazia o coração de Becky acelerar de medo. Ela sentia a pressão se acumulando, como se a atmosfera ao redor estivesse prestes a explodir.

— Você não é mais minha namorada. – Becky disse, tentando se manter firme. — Eu já disse que você não tem mais controle sobre mim.

— Ah, querida, você não sabe o quanto ainda me pertence. – Amanda aproximou-se, seu olhar frio e desafiador. — Você pode tentar se afastar, mas eu sempre estarei por perto.

Ela se aproximou mais e deu um Celinho na garota.

— Gostinho de amora, adorei. – Disse antes de ir embora.

Freen ficou imóvel por alguns segundos, o choque evidente em seu rosto. Becky, por outro lado, estava paralisada, o coração batendo tão rápido que parecia que iria sair do peito. Ela não conseguia acreditar no que Amanda acabara de fazer.

— Você está bem? — Freen perguntou, a voz baixa e tensa, enquanto seus olhos estavam cravados nas costas de Amanda, como se estivesse pensando em como acabar com ela.

Becky tentou dizer algo, mas as palavras não saíam. A sensação amarga do beijo forçado ainda estava em seus lábios, e o constrangimento e a raiva se misturavam em seu peito. Ela sentia o olhar preocupado da namorada sobre si, mas estava perdida demais em seus próprios pensamentos.

— E-eu vou ao banheiro, preciso lavar minha boca. – Disse ainda desnorteada.

Freen tentou segui-la, mas Becky levantou a mão, indicando que precisava de um momento sozinha.

Ela correu para o banheiro menos usado no colégio, sentindo o nó em sua garganta aumentar. Quando entrou, apoiou-se na pia, observando seu reflexo no espelho. Seus olhos estavam marejados, sua expressão abatida. Ela passou as mãos pelo rosto, tentando se recompor.

— Não, não, não, não. Não posso deixar isso acontecer de novo. – Murmurou para si mesma, a voz entrecortada pela frustração. Deixando as lágrimas finalmente caírem.

Becky esfregou os lábios com força, para tentar apagar qualquer vestígio do que Amanda havia feito. A raiva e a impotência se misturavam em seu peito, e ela sentia que estava à beira de um colapso. Cada memória do passado, cada instante em que Amanda a manipulava, tudo estava voltando com uma força avassaladora.

— Eu não vou deixar ela me controlar de novo. – Repetiu, tentando convencer a si mesma.

Ela olhou para o espelho mais uma vez, enxugando as lágrimas. Precisava ser forte. Sabia que Amanda estava tentando mexer com sua cabeça, tentando puxá-la de volta para aquela espiral de medo e controle. Mas Becky não era mais a mesma pessoa de antes.

Becky respirou fundo várias vezes antes de sair do banheiro. Quando voltou para a arquibancada, Freen estava sentada com os cotovelos apoiados no joelho, e o queixo apoiado nas mãos. Assim que viu a namorada se aproximar, se levantou e caminhou até ela, mas com receio de fazer algo errado, ela não a tocou, porém, Becky a abraçou firmemente.

— Calma, vai ficar tudo bem. – Disse, afagando seu cabelo. — Não vou deixar ela te machucar nunca mais.

— Só não quero que você se machuque por minha causa. – Falou chorosa.

— Não se preocupe com isso. Eu sei me cuidar, e vou cuidar de você também.

Becky apertou mais o abraço e chorou.

— Obrigada por existir.

— Eu também te amo muito, meu amor. – Freen respondeu, sabendo que aquilo que a namorada falou foi uma afirmação de seu amor por ela.

Depois de algum tempo elas foram na diretoria alegando mal estar e foram liberadas. Quando chegaram no apartamento, Becky foi direto para a cama e Freen foi preparar algo para comerem, e aproveitou para ligar para os sogros e contar o que estava acontecendo, e eles não gostaram de saber que Amanda havia voltado.







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Relevem os erros de ortografia.
O capítulo será revisado assim que possível.

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