Freen
Depois de muitos dias, finalmente recebi alta daquele lugar. Hospital não é um dos meus lugares favoritos no mundo. O cheiro de desinfetante, o barulho constante dos monitores e a sensação de vulnerabilidade me deixavam inquieta. Mas sair de lá não significava que tudo estava resolvido. Minha recuperação estava apenas começando, e eu sabia que a jornada seria um pouco longa e cansativa.
Becky estava ao meu lado. Ela me ajudava a ajeitar minhas coisas, certificando-se de que eu não fizesse nenhum esforço desnecessário ou alguma besteira. Seus cuidados e atenção eram notáveis, e eu me sentia grata por ter ela ao meu lado.
— Tem certeza de que está tudo certo, amor? – Becky perguntou pela quinta vez, enquanto me ajudava a vestir um casaco de moletom.
— Sim, babe, está tudo certo. — Respondi com um sorriso, tentando aliviar a preocupação dela. — Só quero ir logo para casa.
Ela sorriu, mas eu pude ver a preocupação ainda estampada em seu rosto. Ajustou o capuz do meu casaco e beijou meus lábios suavemente.
— Okay. Então vamos, seu irmão tá esperando a gente lá fora. – Sorri e desci da cama, mas senti minhas pernas um pouco bambas e a dor um pouco presente nelas. — Calma, de vagar. – Passou um de seus braços em minha cintura e me ajudou a caminhar até para fora daquele ambiente.
Assim que chegamos no saguão, pude ver Rayan encostado em seu carro. Ele estava distraído, olhando para alguma direção, mas logo que nos viu se aproximando, endireitou-se e abriu um sorriso acolhedor.
— Pronta para ir pra casa? – Rayan perguntou enquanto abria a porta do carro para mim.
— Mais do que pronta. – Respondi com um suspiro de alívio, entrando no carro com a ajuda de Becky.
O caminho para casa foi silencioso, não era aquele silêncio ruim, era um silêncio bom. Enquanto o carro percorria as ruas, olhei pela janela, observando a cidade. Cada detalhe parecia mais vívido, como se o tempo no hospital tivesse aguçado meus sentidos para o mundo lá fora. Becky estava sentada ao meu lado, segurando minha mão com firmeza, transmitindo segurança e apoio em cada toque. Meu irmão dirigia com calma, ocasionalmente lançando olhares pelo retrovisor, provavelmente para se certificar de que eu estava bem. Eu podia ver que ele também estava preocupado, mas tentava não deixar isso transparecer tanto.
Ao chegar em casa tava tudo escuro, mas ao acender a luz, gritos ecoaram.
— SURPRESA!
Todos estavam alí. Meus pais, meus amigos, minhas primas e até meus sogros.
Fiquei parada na porta, atônita com a surpresa. Tinha balões, um cartaz escrito "Bem vinda de volta" e uma mesa cheia de comidas e bebidas, com uma decoração que parecia ter sido planejada com muito carinho. O ambiente estava cheio de sorrisos, abraços e uma energia positiva que parecia acolher cada pedacinho da casa. Becky, ao meu lado, estava radiante.
Ela me conduziu para dentro, e logo fui cercada por uma enxurrada de abraços e palavras de boas-vindas. Meus pais estavam com os olhos marejados, mas felizes. Eles me abraçaram com cuidado por causa das minhas costelas, demonstrando a alegria de me ter de volta em casa e segura.
— Estamos tão felizes por ter você de volta. – Meu pai disse, com os olhos marejados.
— Eu também pai, eu também.
Logo meus amigos se aproximaram, e a primeira a me abraçar foi Nam.
— Tá meio acabada, em Sarogay. – Brincou chorosa.
— Também senti sua falta. – Sorri, mas logo senti mais um par de braços ao meu redor, era Heng.
— Tava com saudades.
— Eu também, cabeça de pirulito. – Ri de seu apelido.
— Mau chegou e já vem com bullying. – Fingiu indignação.
Ri com o que disse e logo recebi o abraço dos outros . A energia do ambiente era revigorante, e, pela primeira vez em dias, me senti genuinamente feliz. Estar em casa, rodeada por pessoas que me amavam, era uma das melhores coisas no mundo.
Depois de conversar com todos e comer alguma coisa, sentei-me no sofá junto de Ryan e observei a movimentação no ambiente. Becky estava conversando com nossas mães, meu pai estava conversando com o pai dela e o restante do pessoal estava jogando uno.
— Está se sentindo bem? – Rayan perguntou.
— Sim. Estar aqui era tudo o que eu queria. – Respondi sem desviar minha atenção da minha namorada. E ele percebeu isso.
— Você a ama muito, né?
Sorri levemente, sem tirar os olhos de Becky. Ela ria de algo que minha mãe havia dito, o sorriso iluminando seu rosto de uma forma que sempre me deixa sem palavras.
— Mais do que consigo expressar.
Logo ouvimos alguns gritos de onde o pessoal jogava.
— COMPRA QUATRO!
— COMPRA QUATORZE!
— COMPRA VINTE!
— COMPRA TRINTA!
— TRINTA E SEIS!
— QUARENTA!
— BLOQUEIO!
— DESISTO! – Nam gritou "estressada" e todos riram. — Não dá pra jogar com vocês!
Rimos da confusão que se desenrolava no jogo. Era bom ver todos se divertindo e sabendo que, apesar dos dias difíceis que eu havia passado, a vida continuava a girar em torno de momentos simples e felizes. Espero que continue assim por muitos e muitos anos.
— Eles são sempre assim? – Rayan comentou, ainda rindo, e apenas assenti.
Quando era mais tarde, todos já haviam ido embora, restando eu e meus pais, e Becky com seus pais também. Eles estavam tentando uma conversa aparentemente animada na cozinha, enquanto ela estava comigo em meu quarto.
Ela me ajudava a vestir um pijama leve para dormir. Cada vez que abotoava um botão da minha me camisa dava um beijo. Becky estava tão próxima que eu podia sentir sua respiração suave contra minha pele. Entrelaçou seus braços ao redor do meu pescoço, eu em sua cintura. Nos beijamos novamente, mas dessa vez foi um beijo mais intenso. Desci meus lábios por sua mandíbula e pescoço, distribuindo beijos e leves mordidas. Logo em seguida pude ouvir seus gemidos baixos e seu corpo arrepiar.
— Amor... – Sussurrou entre suspiros. — Nossos pais estão lá em baixo. E além disso, eu não quero te machucar.
Sorri desferindo um carrinho em seu rosto, seguido por alguns selinhos.
— Tem razão, acho melhor pararmos. E não se preocupe, você nunca vai me machucar.
O resto da noite foi tranquilo, depois de os pais de Becky lhe darem autorização para dormir comigo essa noite e irem embora, ficamos assistindo uma série de comédia enquanto comemos alguns snacks. E nem percebemos quando caímos no sono.
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Tô pensando em fazer pelo menos um hot, o que acham?
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My Girl
Fanfiction⚠️ NÃO É G!P ⚠️ "Se nos dissessem que uma simples troca de olhares poderia mudar nossas vidas, não acreditariamos, mas aconteceu." História autoral!