CAPÍTULO 10

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Freen


Como era final de semana, estava em casa comendo pipoca enquanto assistia um filme, quando do nada começaram a bater na porta no ritmo de uma música. Passados cinco minutos me levantei na força do ódio para atender a porta, e assim que a abro, dou de cara com os quatro seres humanos.

— O que os quatro patetas estão fazendo aqui em pleno domingo à tarde? – Perguntei me apoiando no batente da porta.

— Isso é jeito de falar com uma visita, Sarocha?

— Desculpe, Nam, esqueci que deveria receber as visitas com um tapete vermelho. – Respondi com sarcasmo.

— Você é sempre tão encantadora, Sarocha. – Ela disse, fingindo ofensa.

— O que vocês querem? Não estou de bom humor hoje. – Cruzei os braços.

— Mas era para estar, já que hoje cedo quando mandamos mensagem tava toda feliz que levou a Becky pra jantar. – Disse Heng.

— Sim, mas o que isso tem a ver com vocês? – Revirei os olhos, mas logo fui puxada para dentro de casa.

— Queremos saber todos os detalhes! – Exclamou Noey, empolgada.

— Isso mesmo! Queremos saber se rolou alguma coisa depois do jantar. – Acrescentou Nam com um sorriso malicioso.

— Sério? Vocês vieram até aqui só para me interrogar sobre o meu encontro? – Indaguei, incrédula.

— Ah, vamos lá, conta tudo! Como foi o encontro? Alguma coisa interessante aconteceu? – Perguntou Heng, com um olhar curioso.

— Fala logo, Freen, estamos curiosos demais! – Acrescentou Kade, rindo.

Respirei fundo, tentando conter a risada diante da insistência dos meus amigos. Era impossível escapar do interrogatório, então decidi ceder um pouco e contar alguns detalhes.

— Tudo bem, tudo bem, eu conto. O encontro foi incrível, sério. Nós fomos jantar em um dos restaurantes da família, e depois decidimos dar um passeio perto de uma praça. Foi... especial sabe? – Respondi, deixando escapar um sorriso bobo.

Os olhares ansiosos dos meus amigos só aumentavam, e eu me senti como se estivesse sendo interrogada por detetives particulares.

— E o beijo? Houve um beijo, não houve? – Noey perguntou, com um brilho travesso nos olhos.

— Sim, houve um beijo. – Admiti, corando um pouco.

Os gritos de excitação dos meus amigos quase perfuraram meus ouvidos enquanto eles comemoravam minha confissão.

— Senhor, eu pedi para retirar as pessoas doidas da minha vida e deixarem só as normais, mas parece que misturou os dois.

— Ei, mas nós somos normais! – Kade protestou, fingindo estar ofendida.

— Normais? Vocês são tudo, menos normais. – Respondi, rindo.

— Mas e aí, Freen, vai ter um segundo encontro? – Heng perguntou, curioso.

— Ainda não sei, mas espero que sim. – Respondi, sorrindo.

— Ah, tem que ter! Vocês são tão fofas juntas. – Noey disse, sorrindo.

— Concordo com a Noey, vocês formam um casal lindo. – Nam acrescentou.

— Bom, se era isso que queriam, agora podem ir embora.

Os quatro trocaram olhares cúmplices e depois se viraram para mim com sorrisos bobos.

— Ah, mas a gente mal começou a nos divertir com você, Freen! – Disse Noey, fazendo um gesto dramático.

— É, ainda nem começamos a te encher o saco direito! – Brincou Kade, com um sorriso travesso.

— E a gente nem trouxe os doces ainda! – Exclamou Heng, fingindo indignação.

— Sério mesmo, vocês não têm limites. Mas já que estão aqui, vou pegar mais pipoca, porque acho que vou precisar. – Revirei os olhos, mas com um sorriso no rosto.

Enquanto preparava mais pipoca na cozinha, ouvi os risos e as vozes animadas dos meus amigos na sala. Não pude deixar de sorrir ao pensar como minha vida seria sem graça sem esses quatro malucos ao meu redor.

Quando voltei para a sala com uma duas grandes de medias, encontrei-os já instalados no sofá, discutindo animadamente sobre qual filme assistiríamos em seguida.

Noey revirava minha coleção de DVDs em busca de algo para assistir. Ele segurou dois filmes, um de terror e outro de comédia, e perguntou com um sorriso travesso:

— Qual você prefere, Freen? Um filme de terror para deixar a gente todos com medo ou um de comédia para você se revirar de tanto ódio?

— Definitivamente o de terror. Vocês sabem que odeio filmes de comédia. – Respondi com uma careta.

Noey fingiu indignação enquanto os outros riam, e logo colocamos o filme de terror para assistir.

Durante o filme, eu estava tão envolvida na história que mal percebi os gritos e risadas dos meus amigos ao meu redor.

Quando os créditos finais começaram a rolar, olhei em volta para ver as reações dos meus amigos. Noey estava com as mãos tremendo, Heng parecia pálido e Kade estava rindo nervosamente. Nam, por outro lado, estava impassível como sempre.

— Gostaram do filme? – Perguntei, com um sorriso divertido.

— Foi legal! Mas eu juro que não durmo sozinha hoje. – Disse Noey, ainda com os olhos arregalados.

— Ah, vamos ver outro! Esse nem deu medo! – Protestei.

— Outro filme de terror? Não, obrigado. Prefiro não ter pesadelos essa noite. – Heng disse, com um sorriso nervoso.

— E se assistíssemos aquele filme de comédia que você tanto odeia, Freen? Seria divertido! – sugeriu Nam, com um brilho travesso nos olhos.

— De jeito nenhum! Eu me recuso a assistir a qualquer coisa que envolva humor bobo e piadas sem graça. – Respondi, encolhendo os ombros.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos assistir a um filme de ação então. – Concedeu Noey, com um sorriso nos lábios.

Enquanto assistíamos, eu olhava de vez em quando para meus amigos, observando as expressões em seus rostos e os gestos animados. Eles eram como uma família para mim, e momentos como esse, simples e descontraídos, eram os melhores.

Quando o filme chegou ao fim, conversamos mais um pouco enquanto arrumavamos tudo. Nos despedimos com abraços e nosso toque, antes de os quatro saírem pela porta, ainda rindo e conversando animadamente.

Enquanto subia para meu quarto, senti meu celular vibrar, e quando fui olhar o que era, me deparei com a foto do contato de Becky brilhando na tela me fazendo sorrir.






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