Como o primeiro dia

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Minha cabeça está doendo desde que acordei, não sei quem são essas pessoas nem o que está acontecendo... porque estou aqui afinal? E porque não sei quem eu sou?

São tantas perguntas e eu não tinha nenhuma resposta, o que está acontecendo?

— Tudo bem, sua mãe não soube como te explicar então eu vou fazer isso..

— Minha mãe?

— Aquela mulher que estava aqui com você.. você passou por um estresse muito grande, teve um aumento na temperatura e te deram um remédio que piorou a situação, seu cérebro ficou com pouco oxigênio e por isso perdeu a memória.

Isso explicava o motivo de eu não lembrar de nada mas era agonizante pra mim, eu gostaria de me lembrar me sinto vazia.

— É temporário? Eu vou voltar a me lembrar?

— Ainda não sabemos, vai precisar ir ao médico neurologista e fazer exames constantes... Seu namorado e sua mãe estão esperando pra entrar e falar com você.

— Meu namorado?

— Sim até onde sei o nome dele é Trevor... sua mãe se chama Marina.. e tem mais uma coisa que precisa saber, talvez a mais importante..

— Pode dizer.

— Vai ser um grande choque então sugiro que se acalme... você está grávida.

— O que?! Grávida? Tipo...tipo um bebê?! Em mim?!

— Sim, um bebê... sei que é difícil pra você assimilar aa palavras mas vai ficar melhor com o tempo..

Eu nem estava mais ouvindo ele, meu coração estava disparado suponho que eu já sabia antes de esquecer tudo mas eu nem lembro de mim um bebê no meio disso é loucura.

Eu não me lembro de ter feito esse bebê, nem do pai dele nem de nada... como isso é possível?

— Eu sei que é chocante..

— É loucura eu...nem sei o que pensar... quantos anos eu tenho?

— Tem dezessete.

Eu sou uma criança... não sou adulta... como vou cuidar de um bebê assim? Eu não sei de nada..

— Posso dizer pra eles entrarem?

—... tudo bem... preciso perguntar muitas coisas..

Quando o médico saiu eu olhei para a mesa ao lado da cama e vi um espelho. Eu estava com medo de me olhar mas peguei mesmo assim e encarei meu reflexo.

Eu não conheço esse rosto, mas sou bonita..

— Se admirando filha?

— Qual o seu nome mesmo?

— Marina, mas pode me chamar de mãe..

Minha cabeça estava explodindo, a mulher a minha frente não parecia confiável o suficiente pra eu chamar de mãe e logo atrás estava o cara, meu namorado suponho.

— E você aí atrás?

— Trevor, seu namorado e pai do seu bebê..

O bebê... ainda não quero pensar sobre isso, eu estava tão confusa..eram muitas coisas de uma vez o médico disse que eu tive uma crise de estresse o que será que aconteceu?

— Eu sou uma adolescente grávida... como isso aconteceu? Por acaso eu sou problemática ou irresponsável?

— Não Mia, você trocou o anticoncepcional recentemente e deu uma falha.

— Ok... e sobre a perda de memória? Como aconteceu?

— Descobriu que estava grávida e não gostou muito da notícia, sua pressão baixou e teve febre. Te dei um remédio que fez sua pressão subir.

— então por sua causa não me lembro?

— Você me pediu o remédio Mia, estava com dor de cabeça.

— Meu nome é Mia... bonito...

— Seu pai que escolheu.

— E onde ele está?

— Morreu, no dia em que você nasceu.

Eu acho que estava perguntando muito, ela parecia triste ao dizer isso suponho que ainda seja difícil pra ela esse assunto não era minha intenção deixar ela magoada.

— Tudo bem eu entendi... eu ainda estudo?

— Trevor e eu decidimos que seria melhor você terminar o ensino médio em casa, vamos nos mudar pra Toronto assim que tiver alta.

— Porque vamos nos mudar?

— Porque você vai pra faculdade lá... não parou de falar disso desde o ano passado.

— Não me lembro de nada como posso ir pra faculdade?

— O médico disse que a perda de memória só apaga os fatos e momentos, suas habilidades continuam intactas. Vai saber o que fazer não se preocupe.

— Que curso é?

— Moda e design, como eu...

Ela realmente é muito bonita, faz sentido ela ser estilista. Mas ainda havia alguma coisa errada nisso o cara atrás dela não dizia nada a cada pergunta que eu fazia.

— Ei... uhn.. Trevor?

— Sim..

— Estamos juntos a quanto tempo?

— Desde o ano passado.

— Você quer esse bebê? Quer dizer, está feliz com isso?

— Claro meu amor, eu amo você.. amo nosso bebê também, prometo cuidar de vocês dois.

Eu não gosto dele, pela mulher eu sinto uma compaixão diferente mas por ele eu não sinto nada. Alguém estava mentindo nessa história e ele não me passa confiança.

Mesmo assim eu não os questionei mais apesar de que a curiosidade estava me matando. Íamos pro Canadá não sei quando mas sinto que tenho algo neste país que não quero deixar.

— Eu tô com dor de cabeça e com fome pode chamar a enfermeira ou alguém?

— Eu já volto..

Ele saiu e minha "mãe" se aproximou se sentando na cama de frente pra mim. Agora mais de perto eu posso ver nossa semelhança pelo menos sei que ela é realmente minha mãe.

— Trevor está se esforçando muito por você Mia, seja mais receptiva por favor.

— Eu não conheço ele. Não sinto nada por ele.

— Ele está assumindo a responsabilidade do filho, quer se casar com você futuramente e está disposto a viver com você em outro país não entende como é sortuda?

Ela dizia como se ele estivesse me fazendo um favor ao fazer tudo isso mas o filho também é dele não?

— Não está fazendo mais que a obrigação dele, afinal ele é o pai do bebê.

—... claro.. mas ainda sim Mia, seja mais simpática por favor.. eu daria tudo pra ter tido na minha época o apoio que você está tendo agora. Um bebê é uma vida, uma outra pessoa, ter o Trevor do seu lado vai fazer toda a diferença confia em mim.

Talvez ela estivesse certa, eu estou assustada só quero saber o que está acontecendo e quem eu sou... mas não quero passar por isso sozinha então talvez deva dar uma chance a ele.

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