Eu estou preocupado com a Mia, ela teve uma recaída nos remédios depois de dois anos e isso é algo sério demais pra deixar passar.
Estou tentando fazer as vontades dela até que ela vá pra faculdade, tenho certeza de que quando estiver longe de tudo isso ela vai ficar melhor mas até lá preciso mantê-la segura.
— Oliver vem aqui.
— Que foi mãe?
— Temos que conversar sobre a Mia.
Minha mãe quase nunca fica séria assim principalmente quando o assunto é a Mia porisso até fiquei curioso pra saber o que era. Olhei no relógio e já eram quase seis eu me atrasaria pra me arrumar se conversasse com ela agora.
— Pode ser depois eu preciso sair daqui a pouco.
— Eu sei, é exatamente porisso que precisamos conversar. Vai ser rápido vem aqui.
Fui até lá no sofá e ela parecia realmente tensa, não sei o que eu possa ter feito de errado.
— Eu estou vendo uma coisa acontecer bem debaixo dos meus olhos e eu não posso ignorar isso. Oliver não viva sua vida baseado na vida da Mia, eu sei que gosta dela mas se ela não te corresponde então não insista.
— Mas eu não estou, mãe ela só está passando por uma fase difícil eu preciso ajudar.
— Querido a vida dela é a fase difícil, sabe que a Mia é como uma filha pra mim mas ela é complicada. Tem uma diferença enorme entre ajudar e viver por ela, não pode fazer suas escolhas se baseando no que ela está sentindo.
— Ela teve uma recaída.. Estava dormindo desde ontem porisso eu fiquei preocupado.
— Você não ficou preocupado você ficou desesperado antes mesmo de saber o que tinha acontecido. Está ficando obcecado por ela precisa parar com isso.
Ela estava certa mas o que eu deveria fazer a respeito? Até pensei em escolher uma faculdade próxima a da Mia pra não precisar me afastar dela mas infelizmente não consegui.
— Eu vou pra faculdade em Milão no próximo ano, ela vai pro Canadá vamos estar longe o suficiente.
— Tudo bem eu entendo, mas se quer um conselho sugiro que comece a se afastar dela agora pra que quando a despedida vier você não se machuque tanto.
Eu poderia tentar mas não sei se conseguiria, depois de quinze anos fazendo tudo com ela eu já estava viciado. Mia era como uma droga que eu precisava injetar na veia diariamente, fico com dor de cabeça se não sinto o cheiro do perfume dela todos os dias.
Me causa um mal estar quando eu acordo pela manhã e ela não está aqui pra beijar meu nariz ou me dar bom dia. Eu preciso dela perto de mim pra conseguir viver.
Depois de falar com a minha mãe sobre ela eu ignorei completamente tudo o que tinha ouvido e subi pra me arrumar o melhor possível, eu sei que ela odeia quando eu me visto de qualquer jeito então hoje eu iria me dedicar. Procurei uma roupa bonita, tomei banho e me perfumei, talvez ela nem notasse pelo estado em que está.
Já passava das oito quando ouvi sua buzina do lado de fora, me olhei no espelho uma última vez vendo se minha camisa estava amassada ou se meu cabelo estava fora do lugar. Desci correndo encontrando minha mãe na sala com seu olhar de reprovação que eu apenas ignorei e saí.
Ainda estava pensando sobre a conversa quando entrei no carro, aquelas palavras estavam rodando na minha cabeça. Quando olhei para o lado Mia estava me encarando.
— Que foi?
—..Quem.. escolheu sua roupa?
— Eu, porque? Tá ruim?
— Não pelo contrário está... muito...legal..
Eu estava errado, ela reparou e ainda elogiou era uma pequena conquista. Mia estava calada e tenho certeza de que ainda não se sente bem, mas agora maquiada e arrumada ninguém diz que está mal, ela tem o dom de ser absurdamente linda e sabe disso.
— Não pode beber lá Mia.
— Porque?
— Ainda está sob efeito do remédio, foi porisso que ficou em coma da última vez.
— Merda. O que eu vou fazer lá se não vou poder beber?
— Conversar, dançar, se distrair.. tem muitas opções só não bebe.
Eu sei que ela vai me contrariar mas como minha mãe disse eu não posso basear minha vida na dela, eu estou indo para fazer companhia a ela mas não vou ficar vigiando o que ela está fazendo.
Quando chegamos e ela estacionou vendo que a casa estava cheia de pessoas até do lado de fora ela suspirou recostando no banco do carro. É horrível ver ela assim, Mia adora festas mas não parecia nem um pouco animada pra esta.
— Quer voltar pra casa?
— Eu consigo, é só uma fase vai ficar tudo bem..- ela parecia repetir mais pra ela mesma do que pra mim,segurei sua mão a encorajando e a mesma sorriu pra mim.— Espero que tenha comida, se não vamos pra casa.
— Você manda eu obedeço.
Quando saímos do carro e entramos na casa todo mundo olhou pra nós o que já era de se esperar, Mia fez exatamente o que tem costume de fazer, ela fingiu não se importar e segurou minha mão passando por entre as pessoas cumprimentando a todos como se nada tivesse acontecido.
Foi impressionante na verdade, em segundos as pessoas pararam de olhar e voltaram ao que estavam fazendo. Chegamos na cozinha onde a amiga dela estava com outros caras bebendo e fumando maconha apenas de biquíni.
— Mia! Ah meu você veio!.- A garota estava completamente chapada e molhada enquanto abraçava a Mia mas logo seu olhar caiu sobre mim e ela se afastou me olhando.— Hnn trouxe seu bichinho salvador.
— O nome dele é Oliver, Liz porfavor não toca no assunto.
— Tudo bem, não falo mais só que... Trevor disse que ia vir pra festa Mia.
— O que?! E você deixou?
— Ele podia denunciar, amiga eu não pude fazer nada.
Mia olhou pra mim obviamente incomodada com a situação, ela veio pra se distrair e agora esse filho da puta estava aqui.
— Quer ir pra casa?
— Não, eu não ligo se ele esta aqui eu não fiz nada de errado é ele quem deve se envergonhar do que fez. Nós vamos ficar esta tudo bem.
Ela estava tremendo, visivelmente alterada mas em uma coisa ela estava certa, se ela fosse embora daria razão a ele então seria melhor enfrentar a situação.
— Ei bichinho.. Ah é, desculpa Mia eu esqueci... Oliver você quer uma bebida?
— Não, valeu.
— Oli pode beber se quiser, não veio pra festa pra me vigiar eu estou bem, já que eu não posso beber pelo menos um de nós vai se divertir.
— Eu não costumo beber Mia, vim pra te fazer companhia não quero te dar trabalho.
— Não precisa pensar em mim, já te dei trabalho muitas vezes não se preocupe se você ficar mal eu te levo pra casa...
Pensei sobre o que minha mãe disse no mesmo instante sobre eu tomar minhas decisões baseado na Mia, ela tem razão até pra uma bebida eu penso nela isso tem que parar, eu preciso me desvencilhar dela.
— Tá eu aceito a bebida.
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Friendzone
RomantikOliver vive um conflito interno com seus sentimentos de uma vida toda por sua melhor amiga de infância Mia e vai precisar enfrentar seus próprios demônios para se encontrar. +18: Essa história contém conteúdo sexual explícito; gatilhos de todos os t...