Nossa intimidade

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É incrível como parece que nada mudou, meses se passaram e estávamos completamente afastados sem nos falar mas estamos conversando a horas como se nada tivesse mudado. Exceto que agora eu estava falando com ela e com a nossa filha.

— Espera... ela vai chutar agora..

— Nossa isso foi forte, não doeu?

— Eu já estou acostumada mas ainda é estranho...- ela suspirou alto e olhou pra barriga como se estivesse chateada.— Estou ficando com algumas estrias, não gosto disso..

— São tão lindas, sabe o que significa?

— não, o que?

— Se chamam marcas do amor, significa que seu corpo foi marcado por gerar o amor da sua vida é como uma cicatriz de guerra.

— Só está dizendo isso pra me consolar.

— Também, mas não quer dizer que não seja verdade... continua linda não se preocupe com isso.

Ela estava olhando pra minha boca e foi automático eu fazer o mesmo eu sentia tanta falta dela e queria tanto a beijar mas alguém bateu na porta me tirando do transe.

— Ei, como estão as coisas?

— Tudo bem mãe... e a Marina?

— Já foi dormir, querida acho que deveria ir dormir também já está tarde.. Oliver meu filho, precisa de ajuda pra arrumar suas coisas na sala?

— Não eu... quero que ele durma aqui comigo..

Ela segurou minha mão como se estivesse com medo, ela me disse que não quer ficar sozinha e depois de tudo que passou acho que eu entendo isso.

— Bom, tudo bem querida se você quer..

Minha mãe se aproximou a dando um beijo na testa e depois na barriga, posso ver que Mia gosta disso, ela gosta quando damos atenção não só a ela mas também a barriga.

Mia sempre foi muito carinhosa e nem consigo imaginar como ela se sentiu esses meses com a mãe que nunca da atenção e com o maldito do Trevor. Quando minha mãe saiu do quarto Mia se preparou pra deitar enquanto eu apaguei a luz.

Pensei que ela não gostaria que eu a tocasse afinal eu sou um estranho pra ela agora mas quando deitei ela mesma se aproximou de mim e me abraçou forte, parecia estar confortável assim então eu apenas aceitei feliz por estar com ela de novo.

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Acordei de madrugada com Mia correndo até o banheiro pra vomitar, não sabia que nessa fase da gravidez ela ainda teria enjoos mas fui até ela mesmo assim segurando seu cabelo e acariciando sua barriga.

A bebê não parava de se mexer com certeza estava sentindo tudo, Mia estava arrepiada ela vomitou tudo que tinha no estômago quando terminou parecia fraca e começou a chorar, eu a abracei ali no chão esperando até que se acalmasse e com o tempo o choro foi passando mas doía meu coração ver ela assim.

— Tudo bem já passou...

—...eu sonhei... com o Trevor...

Ela está cheias de traumas o que me leva a pensar que não está se consultando depois que perdeu a memória.

— Ele não tá mais aqui... vai ficar tudo bem... quer tomar um banho? Acho que vai se sentir melhor..

Ela apenas assentiu e eu a ajudei a se levantar e lavar a boca. Liguei o chuveiro na água morna e quando ia sair dali ela segurou minha mão me fazendo ficar

— Entra comigo?

Ela parecia envergonhada ao pedir isso e eu sei que não era nada sexual, ela estava assustada pude ver que suas mãos tremiam.

— Tudo bem..

Ela se virou de costas e tirou a camisola que usava e eu fiz o mesmo tirando minhas roupas, ainda sem olhar pra mim ela segurou minha mão me puxando até o Box. A abracei por trás enquanto a água quente caia sobre nós, vi quando ela fechou os olhos arrepiada aproveitando a sensação.

— Tenho alguns fleches com você nesse banheiro... é tão confortável saber que você tá comigo.

— se lembra de mim?

— Não exatamente, tenho sua imagem na minha mente. Tenho sensações conhecidas quando estou com você mas eu não consigo me lembrar, eu juro que eu tento mas...

— Não tem problema, o que importa é que se sente segura comigo..

— acho que gosto de você... não só como pai da minha filha... gosto de você.

Ela se virou de frente pra mim encarando meus olhos e sorriu tocando meu rosto. Não precisou de palavras aquele foi o maior momento de intimidade que nós tivemos, minhas mãos estavam em sua barriga sentindo Olivia mexer e isso me fez sorrir.

Mia e eu ficamos ali por mais meia hora até voltamos pra cama, ela se vestiu com um pijama confortável e me levou pra debaixo das cobertas me fazendo abraçá-la em uma conchinha confortável e era o paraíso.

Fiz questão de acordar bem cedo pela manhã, peguei a carteira e saí antes que todos levantassem. Fui até o centro da cidade e passei em todas as lojas de bebês possíveis, notei ontem que Mia simplesmente não tem nada do que precisa, acho que ela nem deve ter pensado nisso com tudo que estava acontecendo.

Peguei o dinheiro da minha mudança pra faculdade e gastei quase tudo que tinha com as roupinhas, mamadeiras, o berço e as fraldas. Não era tudo mas já era o básico, Mia já está quase de oito meses e me surpreendeu ela não ter nada ainda.

Estava distraído olhando as vitrines quando tive uma sensação estranha de estar sendo observado, olhei para trás e para os lados mas não vi ninguém então entrei na loja outra vez para comprar mais coisas.

— O senhor vai querer que entregue em casa?

— Sim porfavor, eu vim despreparado e não tenho como levar tudo..

— Vou providenciar o caminhão de entrega só um minuto.

Esperei até que a vendedora pudesse arranjar tudo enquanto continuava olhando o restante das coisas, tive novamente a mesma sensação estranha de estar sendo observado e olhei para trás encarando a rua do lado de fora.

Vi uma pessoa, aparentemente uma mulher loira parada do outro lado da rua olhando pra mim. Talvez estivesse louco mas ela se parecia muito com a Sophia o que é impossível por que a mãe dela me disse que eles já tinham se mudado pra Inglaterra.

— Senhor preencha o formulário de entrega porfavor.

A vendedora apareceu me entregando um papel e uma caneta mas quando olhei novamente pro lado de fora a pessoa que me observava já não estava mais lá.

— Tudo bem senhor?

— Sim, desculpe. Quando vocês podem entregar? Desculpe mas eu tenho urgência disso.

— É algo comercial? Vai revender?

— Não é pra minha mulher ela já está na fase final da gravidez e ainda não tem nada..

— Ah claro entendo, como não se trata de nenhuma empresa então não tem burocracia, podemos entregar hoje mesmo...

— Ótimo obrigado.

— Felicidades pelo bebê.

Era a primeira vez que ouvia isso e que dizia a alguém sobre o bebê e eu não podia estar mais feliz e orgulhoso mal posso esperar pra ter minha filha aqui comigo.

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