Friendzone

Descobrindo a verdade

— Como estamos por aqui?

— Com os sete meses mais intensos da minha vida, eu não aguento mais estar grávida.

— ainda faltam alguns meses precisa aguentar, onde está sua mãe?

— Foi trabalhar, ela faz isso o dia todo...

Trevor beijou minha barriga sem que eu esperasse e eu me afastei, ele concordou em ficar por perto só pelo bebê mas ele sempre dá um jeito de me tocar e isso me incomoda.

— Mia deixa eu tocar sua barriga...

— Quando estávamos juntos você nunca tocava então porque quer fazer agora?

— Percebi que não estava dando a devida importância mas, sua barriga está grande e eu quero sentir minha filha.

Deixei ele se aproximar e tocar, a bebê estava mexendo mas assim que ele tocou parou.. sinto que ela não gosta dele.

— O médico disse que ela está saudável e que vai ser um parto difícil porque ela é muito grande... achei estranho porque você não é tão alto pra um homem e eu também não sou.

— Bom cada um tem suas próprias características talvez não seja genético.

— Acho que ela quer me castigar por não me lembrar de ter feito ela, não é Olivia?

— Espera, o que?! Olivia? Como assim?

— Foi o nome que eu escolhi..

— Não... você só pode estar brincando comigo.. ela não vai se chamar assim.

— Porque não?

— Porque...eu não gosto desse nome, escolhe outro.

— Disse pra mim que não se importava com o nome e me deixou escolher e eu já escolhi vai ser Olivia. Estou me acostumando com esse nome tem um mês e não vou trocar.

Ele pareceu nervoso e saiu dali batendo a porta, não faço ideia do que deu nele mas honestamente eu não me importo.

Peguei um copo de água na cozinha pra tentar me acalmar e foi quando eu ouvi um barulho estranho e abafado vindo de cima da geladeira. Peguei uma cadeira e subi tentando encontrar de onde vinha o som e quando encontrei vi que era um celular.

Estava com pouquíssima bateria e parecia estar guardado ali a meses. Estava chamando com um número na tela salvo como "tia Vivian". Soprei a poeira do celular e atendi.

— Alô?

— Ah meu Deus eu não acredito que atendeu...- Eu conhecia essa voz, era aquela senhora de meses atrás.
— Estou tentando falar com você a seis meses minha querida, como está?

— Ah..é..que estranho eu... encontrei esse celular em cima da geladeira... me desculpa não foi minha intenção não ligar mas eu não tinha seu número.

Eu não faço ideia de como conversar com ela, tivemos uma conexão incrível aquele dia e eu não sei se ela sabe que perdi a memória. Provavelmente minha mãe deve ter contado ela, disse que essa Vivian foi minha babá.

— Querida podia ter pedido sua mãe meu número, como você está? Sinto tanta saudade meu bem...

Eu adorava falar com ela me deixava emotiva, eu sinto muita saudade mesmo não entendendo o porquê afinal eu nem me lembro dela.

— Eu estou bem... um pouco cansada mas estou bem..

— E já está na faculdade?

— Ah eu não posso, com a gravidez já avançada eu preferi começar depois que o bebê nascer....... Alô? A senhora está ai?