Capítulo 13

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"I will be with you, my dear
You'll never be alone
Always with you
I told you to stay
The scar is a beautiful sign"
— Scar leave beautiful trace, Car, The Garden

Shin Soomin

Desde que comecei a trabalhar no Hospital Geral Joo, nunca o vi tão cheio como nesse dia. Talvez tenha sido porque meu nervosismo mexeu com minhas percepções sensoriais. É uma possibilidade.

Adentrei no hospital e fui em direção ao pronto-atendimento. Meu coração batia tão forte que o peito chegava a doer e a respiração estava um tanto desregulada. E isso piorou quando avistei o Joohyun aos prantos, com as mãos no rosto.

— O que aconteceu? — Perguntei após tomar fôlego — Cadê a Nabi e a Chaewon?

— Estão lá dentro — Apontou para uma sala com a porta fechada.

— Como ela está? Por que você ficou aqui fora? — Segurei seu rosto e senti suas lágrimas molharem meus dedos.

— Ela está desacordada. Fiquei aqui fora para te esperar e porque eu estava ficando nervoso. Aconteceu muito rápido, quando eu vi ela já estava desmaiada — Explicou tudo de uma só vez, gesticulando com as mãos — Eu estou com medo de perder a Nabi também, noona... — Soluçou.

Respirei fundo. Minhas mãos estavam suando e com coração acelerado como quem está prestes a ter um ataque cardíaco, porém, eu não posso simplesmente sentar e chorar. Meus irmãos precisam de mim. O Joohyun, nesse momento, mais que tudo precisa de mim.

Apertei-o contra meu tórax e acariciei seu cabelo, sentindo seu corpo dar solavancos em um choro intenso. Não fui capaz de conter que algumas lágrimas, sentindo minhas bochechas esquentarem e meus olhos marejarem.

Estávamos, mais uma vez, em uma situação de pura agonia. Como no dia que minha mãe faleceu.

— Joo, acha que consegue me contar o que aconteceu? — Perguntei com cuidado e ele assentiu.

— Nós tínhamos saído para a-almoçar e passamos em um mercado. Eu fiquei com as sacolas e Chaewon ficou de mãos dadas com a Nabi. E, nisso, a Nabi estava andando em um muretinha, não desceu quando a noona pediu e foi aí que aconteceu...

Olhei-o aflita, esperando que continuasse.

— Chaewon puxou ela com mais força do que devia e Nabi caiu de mal jeito, bateu a cabeça na mureta — O mais novo fechou os olhos com força ao lembrar da cena.

A porta foi aberta por minha irmã mais velha. Apenas ela saiu de dentro da sala. Seus olhos exalavam neutralidade, como se nada tivesse acontecido com sua irmã caçula.

— Como você pôde puxar uma criança de quatro anos, Chaewon?! — Eu dei passos firmes em sua direção, meu tom de voz estava elevado e minhas mãos trêmulas — Você fez de propósito, não foi?! — Apontei o dedo e a vi cruzar os braços.

— Abaixa a porra desse dedo — Falou séria.

— Como é? — Franzi o cenho vendo-a permanecer impassível.

Joohyun segurou minha mão, tentando me acalmar. Mas não funcionou.

— Você escutou. Fecha essa boca e espera quieta — Cerrou os dentes ao proferir e foi se sentar em um banco no corredor — Você não tem direito nenhum de vir apontar o dedo na minha cara sem saber como as coisas aconteceram. Você não estava lá.

— Eu já sei de tudo. Joohyun me contou.

— Fofoqueiro de merda... — Sussurrou.

— Por que você é assim?! — Praticamente gritei sem me importar com os demais ao nosso redor — Como pode tratar com tanto desprezo as únicas pessoas da família que você tem? Tenha compaixão pelo menos uma vez na vida, por Deus, Chaewon. Nabi bateu a cabeça por sua causa!

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