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Melanie Milles

Eu não estava nem um pouco surpresa, a morte de alguém nunca me afetou, eu não entendo o porquê.

Eu só queria saber por que Cristhofer matou Fernando.

Terminei meu sorvete e paguei, sai dali de táxi e fui direto pra casa de Cris.

(...)

— por que matou ele?????

— você ainda pergunta Mel, ele tava flertando com você, além do mais ele tava olhando seus seios!

— você é psicopata! Por que você é assim hein????
Eu nem namoro com você, eu te conheço a três semanas Cris, TRÊS SEMANAS!

— quer mesmo saber por que eu sou são psicopata assim Melanie?? - ele disse firme.

— sim, eu quero.

— senta aí - apontou pro sofá.

Sentei e ele começou a falar.

— quando eu era criança, vi meu pai matando minha mãe, 1 tiro na cabeça foi o suficiente pra ela sangrar e morrer na minha frente, ele queria me matar, mais minha mãe entrou pra me proteger, todas as noites, meu pai batia na minha mãe e em mim, arame, cinto, corda, ferro e outras coisas. Depois da morte da minha mãe, meu pai parou de beber um pouco e arrumou uma outra mulher, não demorou muito e ela me assediou, me bateu com ferro quente e chicotadas.

— por isso as marcas?

— sim, passei 2 anos apanhando dessa mulher, até que chegou ao limite, eu queria ser superior Mel, queria poder fazer e falar tudo o que eu queria em todos esses anos. Então eu a matei, meu primeiro assassinato foi ela.

— como a matou?

— amarrei ela e fiz tudo que ela tinha feito comigo, só que pior. Depois queimei ela e joguei as cinzas, naquele momento eu era só uma criança desesperada, com traumas e que tinha acabado de matar uma mulher. Depois que completei 18 anos sai de casa e comecei a matar pessoas por dinheiro, fiz lavagens, parceria com máfia italiana, entre outras coisas. Até que depois disso conheci uma mulher, me apaixonei e até achei que ia parar com aquela vida, mais ela me traiu e depois fugiu. Aquilo foi o auge da depressão, passei a beber mais e matar, nada ajudava, eu continuava na mesma merda, até que 3 anos atrás vi uma adolescente na mesma merda que eu, só que em situações diferentes, passei a observar ela e até fiquei feliz, feliz toda fez que ela sorria. Mais não, isso não é amor! Agora estou aqui Mel, contando o que eu nunca contei pra ninguém.

Por um momento fiquei surpresa com as palavras de Cris.

Ele sofria mais que a Juliette.

— eu... Eu sinto muito Cris, sinto mesmo...

Sua expressão não estava mais séria, estava triste.

— tá tudo bem Melanie, foi melhor, se eu não tivesse feito aquilo talvez minha vida estaria uma merda agora.

Sua expressão voltou ao normal.

— você tá com fome? Eu tô!

— vai comer então.

Obsessão Onde histórias criam vida. Descubra agora