Melanie Milles
O dia tinha já tinha amanhecido, a neve caía lá fora e o mesmo sentimento de angústia estava presente em mim.
Levantei e arrumei a cama, fui pra casa e tomei um banho.
Vesti meu uniforme e peguei meu carro.
Chegando na escola várias pessoas me olhavam, provavelmente tinham já sabiam da morte de meus pais.
Ignorei e sentei grama que tinha ali, a aula ainda não tinha começado.
Eu ainda me encontrava paralisada, olhando pro nada.
— ela deve tá em choque, seus pais morreram e seu namorado também - alguém cochichou.
— namorado? - perguntei.
— sim, Cris disse que era seu namorado pra todo mundo - então as meninas saíram dali.
Cris...
Por que fez isso?
Já era hora de entrar na sala, chegando lá ainda tinha olhares sobre mim.
Eu não me importava apenas sentei na minha cadeira e rabisquei qualquer coisa no caderno.
Depois de alguns minutos o professor de geografia chegou e começou sua aula normal.
— muito bem pessoal, alguém pode ler a página 45?
— ninguém, você poder ler então né Melanie?
— eu perdi meus pais e meu namorado, você acha mesmo que eu vou querer ler essa página de merda que só fala sobre países? Nós já sabemos muito bem então aprenda a ensinar e não mandar seus alunos ler uma página pra você!
O professor ficou calada assim como os alunos.
(...)
Finalmente a todas as aulas daquele dia tinham acabado, peguei meu carro e sai dali.
Fui pra um beco, o mesmo beco que eu conheci Cristhofer.
Subi na mesma escada vendo alguns prédios, meus olhos estavam vermelhos assim como meu nariz de tanto chorar.
Cris precisava voltar, eu precisava dele.
— volte por favor Cris! Sei que você está no inferno mais eu te amo mesmo assim! - choraminguei.
Cris...
Eu fiquei tanto tempo lá que nem percebi a hora, olhei no meu celular e já eram 17:30.
Peguei meu carro e sai dali rapidamente.
Chegando em casa tomei um banho rápido e vesti uma roupa preta.
(...)
— POR QUE O CAIXÃO DELE ESTÁ FECHADO????? EU QUERO VER MEU MENINO!!!!!
Eu gritava e chorava igual uma criança, eu queria vê-lo novamente, queria abraça-lo e beija-lo.
— acalme-se Melanie - o pai de Cris disse.
— CALE-SE! você nem devia estar aqui, matou a mãe de Cristhofer e bateu nele, acha isso legal??????
— senhor, acho melhor você sair - Angel disse.
— ele é meu filho!
— o mesmo que você maltratou por anos! Agora vai embora.
Logo o pai de Cristhofer saiu dali.
Tinham alguns homens lá, pessoas que eu nem conhecia.
Fui pra perto do caixão de Cris e comecei a chorar, Cris não sabia o impacto que tinha ali.
— ele não gosta de lugares pequenos Angel, ELE NÃO GOSTA!
— Melanie, temos que ir - ele me puxou dali.
Eu estava tão fraca que não tinha mais forças.
Mesmo me gritando e chorando Angel me levou pra minha casa em meu carro.
— eu encontrei isso no escritório onde ele estava - Angel me entregou uma carta suja de sangue.
— Cris foi pro inferno, acha que se eu me matar eu verei ele?
— não fale isso Melanie, você já está se matando.
— ele está vivo Angel, eu sei!
— até Melanie - Angel saiu dali me deixando sozinha.
Entrei em casa e tranquei tudo, eu me sentia sufocada, precisava de alívio.
Entrei no banheiro e deixei a carta em cima da minha cama.
Tirei minha roupa e entrei na banheira, fiquei o fundo dela, talvez ficar mais sufocada ainda não seria tão ruim.
Eu precisava sentir dor...
Passaram 1 minuto e eu ainda estava lá no fundo da banheira.
Depois que não aguentei mais sai dali respirando forte.
Tomei um banho normal e vesti uma camisa de Cris.
Peguei a carta e comecei a chorar quando li;
"Oh Melanie, você não sabe como é ruim estar longe de você, é tão sufocante, eles querem te matar mais eu não vou deixar. Nem que isso custe minha vida!
Eu sinto que é o fim, mais não é, ainda não acabou!
Ainda quero ser feliz com você, ainda quero casar e ter 10 filhos, 7 gatos e 5 cachorros, não esqueci do nosso hamster que você quer. Ainda quero te levar pra Itália e falar "eu te amo" em italiano, quero fazer você se apegar a mim, ou já é né? Eu acho as pessoas patéticas, mais você... Você é diferente de todas elas, seu sorriso, seu jeito, seu olhar, você não sabe o impacto que você tem em mim Mel, não tem ideia!
Se eu morrer, quero que fique com tudo o que é meu, tudo. Cuide dos meus 220 carros, principalmente o Dodge Challenger preto, cuide deles como se fosse eu, quero que lembre de mim sempre, quero que sorria e seja feliz mesmo eu não estando perto, quero ver você feliz, mesmo de longe. Eu sei Melanie, eu sinto, não acabou, esse não é nosso fim!
Eu te amo!
Ass: Cristhofer"
E foi naquele momento que eu desabei no choro novamente.
Cris está vivo, eu sei disso!
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Como Cris disse... Ainda não acabou!
Desculpem qualquer erro ortográfico.
