Melanie Milles
Quando minha mãe finalmente caiu no chão morta pude se sentir em paz.
Era como se todo meu sofrimento tivesse acabado, era como se ela fosse o problema e eu teria que matar o problema.
Eu estava encharcada de sangue, depois de dar diversos tiros nela, peguei a faca e esfaqueei até ela ficar irreconhecível.
Eu não ia sujar meu carro, era minha importância agora.
Fui no banheiro do meu antigo quarto e tomei um banho, vesti uma roupa que estava ainda no meu guarda roupa e desci.
A velha ainda estava lá, e era lá que ela ia ficar.
Minhas irmãs provavelmente estariam enchendo a cara no beco da escola.
Sai dali sem deixar nenhum rastro que eu estava ali e entrei no meu carro.
Eu não ia pra casa, muito menos a de Cristhofer.
Dirigi até a ponte em que eu sempre ia.
Era sol, mais não deixava de ter neve ali, eu estava morrendo de frio com a roupa que estava.
Me abracei pra passar um pouco o frio e fiquei apoiada no pequeno muro da ponte.
Mesmo eu matando o problema eu ainda me sentia vazia.
A mesma sensação de morrer nunca parava, a cada momento eu pensava em uma forma em como me matar, de como acabar com tudo...
Eu não suportava mais viver com isso, a mesma angústia que eu não sabia o motivo, o mesmo sentimento que eu não sabia qual era.
Aquilo me matava por dentro, mais eu fingia sorrir.
Talvez um sorriso vale mais de mil palavras, mais ninguém vai entender isso no meu.
Talvez esse ditado nem exista, acabei de inventar.
Eu me sentia sozinha a maior parte do tempo, e quando eu ficava sozinha o único pensamento que eu tinha era... Me matar.
Vi um vidro qualquer no chão e peguei.
O vidro chamava meu pulso, a dor que eu sentia precisava diminuir, meus pensamentos estranhos precisavam ir embora.
Olhei o vidro novamente e sem pensar cortei meu pulso em cortes fundos.
O sangue escorria rápido caindo no rio gelado e perigoso, a raiva e o alívio percorriam em meu corpo, os cortes eram cada vez mais fundos e meu ódio por mim aumentava mais.
Parei de me cortar quando finalmente cheguei a meu pensamento final.
Me matar.
Olhei pro meu Dodge Challenger e sorri.
— pelo menos eu tive meu carro dos sonhos - falei sozinha.
Então subi no muro e fiquei em pé.
Mesmo que eu tivesse medo de altura, eu não pensaria nisso.
— MELANIE!
Cris estava um pouco perto de mim, olhei pra ele e disse;
— desculpa Cris.
Então me joguei dali, mais senti uma mão segurando a minha mão rapidamente.
O sangue escorregava nossas mãos enquanto Cristhofer fazia de tudo pra me tirar dali.
Mais não conseguiu.
O rio que era raso ficou fundo e gelado, a única coisa que eu vi foi eu afundando cada vez mais minha e minha visão ficou escura.
Então eu apaguei.
— Cristhofer?
— Melanie...
— onde estamos?
— no inferno - seu olhar era sem vida, sua expressão não parecia pensar em nada, ele estava pálido me olhando.
O inferno não era cheio de fogo, tinha uma grama infinita e várias árvores ali.
Olhei uma árvore fixamente e lá tinha uma placa escrito;
"Inferno dos suicidas"
Olhei em volta e tinha várias pessoas com cordas em seus pescoços, facas em lugares diferentes de seus corpos e pessoas de estados diferente.
Como não sangrava?
Olhei pro meu pulso e ele estava machucado, mais pálido e não sangrava.
As pessoas estavam tão pálidas...
Cris estava intacto.
— como você morreu Cristhofer?
— eu tentei te salvar, mais era tarde demais, a gente ficou muito no fundo...
— NÃO CRISTHOFER, VOCÊ NÃO PODIA MORRER! NÃO PODIA! - então chorei em seus braços, meu choro era de desespero, Cris me abraçava também mais parecia diferente. Seus olhos estavam totalmente sem vidas...
— isso foi culpa sua Melanie, culpa sua.
Aquelas palavras grudaram na minha cabeça como um eco.
Culpa sua!
Culpa sua!
Culpa sua!
Culpa sua!
CULPA SUA!
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Maratona 1/5
Desculpem qualquer erro ortográfico.