Caminho entre Itália e Suíça
2018
Isso é revolucionário.
A frase saiu com tanta inocência dos lábios de Max que Dory soltou uma risadinha porque isso a lembrava de quando ele aparentava ter 6 anos. Esse Max não sabia que em algum momento eles foram casados e essa informação explodiria sua mente em trilhões de pedaços.
Dory explicou apenas a ponta do iceberg para ele. Informou sobre o perigo de viajar no tempo e algumas consequências que se resumem apenas em caos total.
Para falar a verdade, ela não tinha muito a dizer e ficou grata quando viu Max caindo no sono depois de beber um vinho oferecido por uma funcionária do trem. Isso a pouparia de ter que explicar tudo.
Era noite quando chegaram em St. Moritz depois de horas de viagem. Eles recolheram suas malas e saíram da estação completamente desnorteados.
-Onde vamos? -Max perguntou observando a silhuetas das montanhas de neve um pouco tenso e fascinado.
Dory se lembrou do lugar onde tinham se hospedado há cinco anos. Era um hostel juvenil barato mas que servia para passar uma noite na cidade mais cara da Suíça.
-Conheço um lugar, -ela deu de ombros e seguiu em direção a um ponto de ônibus.
-Você já veio pra cá? -Max parecia completamente fascinado por tudo que Dory revelou a ela até então.
-Já. Uma vez.
Conseguiram alugar um carro que não era exatamente um ótimo carro, mas a lata velha servia o propósito. Em menos de meia hora estavam no hostel juvenil.
-Vamos ficar aqui só um dia, -ela informou Max assim que terminou de fazer o check-in no balcão de entrada.
-E você tem comida aí? -Max perguntou colocando um casaco que tinha na mala.
-Não.
-E tem mercado por aqui perto?
-Tem mas é caro e não temos dinheiro o suficiente, -ela bufou, sabendo que não tinha um centavo se quer para nada além de um hostel barato.
Essa era a grande questão que Dory se esqueceu. O hostel não oferecia jantares. A conclusão é que estavam ferrados. Bem ferrados mesmo. E com muita fome.
-Quem disse? -Max tirou da bolsa sua carteira e pegou um cartão de crédito. -Vamos procurar um mercado, eu dirijo.
-Não, estou cansada, -Dory balançou a cabeça, indo em direção ao elevador.
Max bufou como uma criança mimada.
-Ah, que droga. Por que não comi aquele risoto antes de tudo? -ele lamentou e seguiu Dory.
O quarto era pequeno e tinha duas camas. O espaço era suficiente para eles se moverem sem se esbarrar, mas ainda era um lugar minúsculo.
-É melhor dormir para não sentir fome, -Dory concluiu, fechando a porta atrás de si.
Max revirou os olhos.
-Não tinha um quarto para mim e outro para você? -ele perguntou, jogando a mala na cama próxima da janela.
-Pare de reclamar. Estamos em alta temporada, -ela retrucou, jogando uma almofada nele. -Todos estão ocupados.
Dory tirou o casaco e se sentou na cama para despir as botas de neve.
-Não vou ouvir você reclamar. Vou para o lounge do hostel, onde eu posso ter um pouco de paz e decidir o que vamos fazer amanhã, -ela enfiou os pés num chinelo e pegou a chave do quarto. -Você pode tomar banho e dormir. Não precisa esperar por mim.
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Contra o Verso [EM EDIÇÃO]
RomantizmMaximillian vive em um paradigma onde o tempo transcorre de forma inversa sobre seu corpo. Em outras palavras, ele nasceu com 48 anos e, ao invés de envelhecer, fica cada vez mais jovem até que aparente ter 0 anos de idade no final de cinco anos. A...