(Ana)

No dia seguinte, acordei e percebi que minha mãe continuava irritada, mas dessa vez era com algo que chegou pelo Correios.

Desci em silêncio, e sentei na sala com a Antonella. Fingi que tava prestando atenção no desenho só pra ouvir a conversa.

-O que é a entrega amor? - meu pai perguntou.

-São dois buquês...

-Uai, como assim?

-O Luan, mandou um pra mim e um pra Ana. Ah, e tem uma carta pra mim, o que será que ele quer?

-Não sei amor, depois você lê! - ele deu um beijo na testa dela - Agora vou levar esse aqui pra dona dele.

-Pai, que cheiro gostoso é esse? - minha irmã perguntou curiosa.

-É o presente da Fla... - ele me entregou o buquê de rosas vermelhas - Uma pessoa especial mandou pro cê...

-Obrigada pai! - agradeci e peguei o cartão que vem junto pra ler.

Estava escrito: "Inefável, é aquilo que não se pode nomear ou escrever, em razão de sua beleza... E é exatamente o que tu é minha princesa! Eu te amo!".

Como sou sensível demais, me emocionei e deixei as lágrimas caírem. Além das flores serem lindas, ele ainda espirrou o perfume dele.

-Por que você tá chorando irmã? Quem te deu isso?

-Foi o Lulu que me mandou gatinha! E eu chorei porque achei muito lindo. - expliquei e ela sorriu.

-Quando crescer, eu quero um amigo que me dê vários presentes também! Pra eu ficar feliz o tempo todo! - Antonella falou animada e eu ri.

-Cê vai arrumar um amigo ainda melhor! - beijei a testa dela - E pode deixar, que a irmã vai te dar presente logo logo!

-Eba! Agora tô ansiosa!

Deixei a minha pequena imaginar o que é a surpresa que tô preparando pra ela e fui colocar o buquê em um vaso com água.

-Ganhou flores também mãe? - perguntei me fazendo de sonsa.

-Sim, aquele bobo do Luan mandou pra mim!

-Até cartinha! - olhei pra o papel em cima da mesa.

-Sim, ele me pediu perdão de novo pelo acontecido de ontem, e também mandou mensagem nos chamando pra ir na casa dele hoje.

-E tu aceitou o convite?

-Vou pensar... Mas não ache que eu já perdoei ele! - ela falou com uma cara séria, mas eu sei que no fundo, ela já perdoou.

Resolvi tirar o dia hoje pra compor e treinar um pouco. Afinal, artista nunca para! Mas antes fui mexer no celular.

 Afinal, artista nunca para! Mas antes fui mexer no celular

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Falei essa última parte só pra brincar com ele, porque sei que eu não quero que as coisas passem de amizade

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Falei essa última parte só pra brincar com ele, porque sei que eu não quero que as coisas passem de amizade...

(Luan)

Passei o dia ajudando minha mãe na faxina e na organização da casa, até que, às 16 horas da tarde, ouço a campainha tocar.

Fui atender e dei de cara com a família Castela completa. O nervosismo bateu, mas meu coração acelerou mesmo quando vi a Ana...

-Oi gente! - falei animado.

-Oi Luan! - tio Rodrigo sorriu - Viemos tomar café com vocês!

-Pode entrar, fiquem a vontade! - dei passagem e eles passaram, sobrando só ela por último.

-Oi Lu! - ganhei um abraço apertado e aproveitei pra roubar um selinho escondido.

Minha mãe e meu pai foram receber as visitas, enquanto fui arrumar a mesa e fazer o café pra tomarmos.

A morena ficou comigo na cozinha, mais me atrapalhando do que ajudando, mas a companhia dela era o que importava.

Tomamos o café da tarde, e a tia Michelle trouxe um bolo de chocolate delicioso. Por incrível que pareça, tudo se acertou entre eu e ela, já que ela entendeu que eu não fiz por mal.

-Lulu! - Antonella me gritou - Cadê o Lauro?

-Tá lá fora brincando meu amor! Quer ir lá?

-Quero! - peguei na mão dela e guiei ela até a parte dos fundos da casa.

-Lauro! - ela chamou e o meu filho de quatro patas já foi correndo até ela e lambendo.

-Cuidado pra ele não te derrubar! - avisei enquanto admirava a pequena brincar.

-Tá bom tio Lu!

-Cês se dão tão bem... - Ana apareceu sorrindo.

-Ela é um amor de menina... - sorrio também - Sempre imagino, daqui uns anos, quatro desses mini adultos correndo no meu quintal!

-Meu Deus! Quatro é muita coisa! Dois só já tá de bom tamanho!

-Dois é pouco demais! Dá nem pra curtir direito! - reclamei.

-Pra mim é mais do que suficiente, porque duas mini Ana Flávia, já vão me deixar louca! - ela brincou e eu ri.

-Se puxar seu jeito apocalíptico então, piorou!

-Pois é... Mas não sei nem porque tamo falando disso! Filhos só daqui uns 5 anos ou mais!

-Ah, pra mim 1 ano ou dois já tava bom, não vejo a hora de uma criança pra cuidar, e amar... - imaginei meus futuros filhos e precisei segurar o choro.

-Tu sempre sonha em ser pai né?

-É o maior sonho da minha vida! Eu amo crianças! - respondi - E você? Tem o sonho de ser mãe também?

-Demais... Também amo criança...

-Fla! Lulu! Vem brincar também! - a irmã dela chamou e nós fomos.

Brincamos a tarde toda até anoitecer, nos sujamos inteiros de lama, mas o lado bom é que todo mundo conseguiu tomar banho e trocar de roupa.

-Ei! Tive uma ideia! - quase gritei e elas me olharam - Vamos fazer uma festa do pijama hoje? Com cinema, cabaninha e tudo mais?

-Bora! - Antonella gritou animada.

-Mas eu vou dormir de quê? - Ana perguntou.

-Tem roupa minha, eu te empresto!

-Tá bom! Vou pedir pra minha mãe! - ela desceu as escadas correndo, e depois de uns 5 minutos voltou.

-E aí? - perguntei curioso.

-Ela deixou! Desde que cuidemos bem da minha irmã, e com a certeza de voltar amanhã cedo pra casa.

-Tudo bem!

Arrumei as coisas com a ajuda das meninas, fiz uma cabana de coberta, estourei a pipoca, preparei o filme e só faltava a roupa da boiadeira.

Peguei uma camiseta preta minha, um short de dormir colorido e entreguei pra ela. Mas pra minha surpresa, ela ficou só de camiseta (que fica um vestido nela) e sem shorts.

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O Lulu com a Antonella é a coisa mais fofa do mundo! E essa festa do pijama, será que vai render hein?

Amizade ou O Quê?Onde histórias criam vida. Descubra agora