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(Luan)

Comemos bastante pizza, e óbvio que a Ana passou mal depois de 11 pedaços. Nem eu sei como coube isso na barriga dela.

Fomos pro hotel só buscar nossas coisas, porque infelizmente nossa viagem de namoro/noivado já acabou.

-Não quelo' ir embora... - a boiadeira se agarrou em mim feito criança.

-Mas a gente tem que ir amor... - dou um beijo na cabeça dela, e ela esconde o rosto no meu pescoço.

-Não... - ela fala manhosa.

-A gente precisa ir princesa, você tem show amanhã!

-Eu não quelo', tô enjoadinha, preciso do cê... - a morena faz voz de bebê.

-Eu tenho show amanhã, não consigo ficar com tu...

Sinto as lágrimas dela molharem a minha roupa e meu coração parece que se partiu em mil pedaços.

O que eu mais queria era ficar com ela o tempo todo, acompanhar cada dia da gravidez junto com ela, mas infelizmente nossas rotinas são agitadas demais pra isso...

Sento na cama e acomodo minha noiva no colo. Começo a fazer carinho nela enquanto tento segurar meu choro.

-Eu quero ir embora agarradinha em você... - ela olha pra mim com o rosto molhado.

-Tá bom vida, eu te levo no colo, só não chora, tá? - seco a bochecha dela.

-Tá...

Levei ela no colo até o Uber, e depois pegamos o jatinho. Óbvio que a minha neném ficou grudada em mim o tempo todo até dormir.

-Princesa... Acorda... Já chegou... - falo bem baixinho.

-Já? - ela pergunta coçando o olho.

-Uhum, agora eu vou dirigir rapidinho até nossa fazenda e aí a gente pode dormir sossegado...

-Que horas são?

-4 da manhã... - pego uma das malas e seguro a Ana no meu colo.

-Tá quase de manhã e cê ainda não dormiu! - ela fala sonolenta.

-Quando chegar em casa eu durmo... - tento colocar ela no banco de trás, mas ela resiste.

-Eu quero colo!

-Mas eu preciso diri... - me calo, a boiadeira tá precisando de carinho e não sou eu que vou recusar.

Entro no carro e ela deita no meu peito. Dirijo com um pouco de dificuldade, mas consigo chegar em casa.

E pra variar minha noiva já tava dormindo de novo. Então coloquei ela na cama e fui conversar com a barriga dela.

-Oi neném do pai! - sussurro baixinho pra não fazer barulho - Tu tá cansando a mamãe né? Deixando a mamãe manhosa... Mas tudo bem, eu sei que você só tá querendo carinho, e eu prometo que quando eu te pegar no colo, eu vou te dar carinho demais... Eu te amo minha vidinha!

Beijo o forninho com delicadeza, e me acomodo pra dormir com ela. Rapidamente, pego no sono, afinal, viagem cansa demais.

-Amor! - sou despertado com um cutucão.

-Oi... - respondo ainda de olhos fechados.

-Eu quero carne de porco com calda de chocolate...

-Que? - pergunto sem acreditar no que ouvi.

-Eu tô com vontade... Cê pode fazer pra mim?

-Ainda nem amanheceu o dia meu bem, dorme mais um pouco, depois eu faço pra tu... - cubro minha cabeça com a coberta.

-Mas eu tô com vontade agora! - a morena me cutucou de novo.

-Amor... Você só tá manhosinha e enjoadinha, vem cá, eu fico de conchinha! - puxo ela pela cintura e colo nossos corpos.

-Depois eu quero a carne de porco com calda de chocolate! Mas agora eu... - ela boceja - A Alice tá pedindo pra mimir...

-Ou o Léo... - ponho a mão na barriga dela.

-Léo?! Gostei desse nome, é bonito, combina com um mini boiadeiro... - Ana fala com a voz mole de cansaço.

-Alice também é lindo princesa...

Adormecemos ali, e só acordamos quando já passava das 13h da tarde. Então fui fazer a mistureba que ela tava com vontade.

-Meu Deus que cheiro bom! - ela quase baba vendo a panela que eu tô mexendo.

-Por enquanto tá gostoso mesmo! Acho que vou até comer um pouco! - coloco mais sal - Mas sem calda de chocolate!

-Fica me julgando! Não sou eu que tô pedindo, é seu filho! - a boiadeira faz drama.

-Vou fingir que não sei que cê espera a gravidez pra comer o que sempre tem vontade! - brinco dando risada.

-O seu cu! - ela mostra o dedo meio.

-Boca suja! - ponho a mão na frente do lábio dela - Quando a criança nascer não vai poder falar essas coisas feias!

-Cala a boca poste de estimação!

-Ah não, esse apelido de novo não! - reclamo e arranco uma risada contagiante dela.

-Esse apelido sim! - ela aperta a ponta do meu nariz - Até aprender a não me contrariar!

-Tá bom então vida, o importante é que seu almoço tá pronto! - coloco os pratos na mesa.

-Oba! Vou buscar a calda! - minha noiva vai toda animada pra dispensa.

Vejo ela derramar uma quantidade enorme de calda, e o cheiro da mistura do salgado com o doce, faz meu estômago revirar.

-Puta que pariu... - falo baixinho e assisto ela comer com a maior vontade do mundo.

-Quer experimentar? - ela estende o garfo na minha direção.

-Não, obrigada...

-Só um pouquinho! Não quero comer sozinha!

Acabo cedendo e coloco a atrocidade na boca, prontamente meu organismo recusa e eu cuspo no lixo sentindo o gosto amargo.

-Acho que só fica bom pra grávida... - retruco e a morena começa a ter uma crise de riso.

-O papai não gostou da nossa comida amorzinho! - ela fala com a própria barriga e eu sorrio.

-Papai não gostou do papa da tua mãe, ou melhor, da minha noiva! - faço carinho no nosso forninho, e com a outra mão acaricio o rosto dela.

-Tô ansiosa pra casar com você...

-Eu também meu amor e... - tenho uma ideia - Já sei o que vou fazer pra contar pra nossa família que vamos ter outro neném!

-O quê?! - ela pergunta curiosa.

-Supresa! Só vai saber no dia igual todo mundo!

-Ah não amor! Eu já te mostrei seu presente de aniversário adiantado, isso não é justo!

-Contou da gravidez antes porque quis! Agora é minha vez de fazer supresa pro cê! - mostro língua - Mas garanto que vai ser uma ótima supresa princesa!

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Aninha toda abalada pela gravidez kkkk

Amizade ou O Quê?Onde histórias criam vida. Descubra agora