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(Luan)

-Depois apanha da baixinha e não sabe porquê! - Jotinha me encara.

-O que tem gente? A Gabi Martins é minha amiga de anos! E a Ana já conhece ela, inclusive ela vai ser madrinha da Alice! - rebato.

-É cumpadi, mas esqueceu que você prometeu que não ia ter nenhuma mulher aqui? - Léo me repreende.

-Mas não tem mulher aqui! Ela só veio me cumprimentar e já voltou pro ficante dela!

-Quero só ver como cê vai explicar isso, quando ela ver a foto! - Rapha fala.

-Depois eu resolvo isso! Agora parem de ser chatos! - reviro os olhos debochando deles.

-Só tamo avisando porque sua mulher é ainda mais ciumenta quando tá grávida! - mostro língua já irritado - Enfim, vamos beber um campari pra animar!

Comecei bebendo um copo do líquido vermelho, e quando vi, já tinha virado uma garrafa inteira no bico, de uma só vez.

-Puta que pariu, essa tava boa de mais! - observo o litro vazio na minha frente.

-Cuidado pra não beber demais hein Lu! - Léo como sempre, sendo o pai do grupo.

-A gente veio aqui hoje pra isso seus doidos! - Gabriel diz e manda um combo de whisky pra dentro.

-Daqui nós vamos pra onde depois? - pergunto sorrindo, já alterado pela bebida.

-Topam uma praia? - Indião responde brincando e todos riem.

-Não! Tava pensando em ir pra algum mato aí, e tomar um banho de rio, bora? - proponho.

-Eu não trouxe roupa pra molhar! - Rapha reclama.

-Nem eu! - Jota replica.

-Eu que não vou ficar pelado na frente de vocês! Ainda mais do Gabriel! - Léo brinca.

-Só porque eu tenho uma cobra de estimação! - o moreno responde.

-É sério gente! Já fizemos tantas merdas juntos, o que vai ser ficar um pouquinho sem roupa um na frente do outro? A gente já é irmão! - explico.

-Tá! Mas só hoje! - eles falam juntos e eu comemoro internamente.

Pegamos mais umas 20 garrafas de bebida, pagamos a conta e fomos pro carro. Óbvio que Léo dirigiu, já que ele é o mais sóbrio entre nós.

Depois de una longa estrada de terra, paramos em uma fazenda qualquer e avistamos o lago enorme.

-Mora gente aí seus doidos! - Jota diz meio com medo.

-É crime isso que a gente tá fazendo hein! - Raphael rebate.

-Foda-se! Dá nada não! Só se vive uma vez! - animo o bonde.

Rapidamente tiramos nossas roupas, deixamos debaixo da árvore e pulamos na água. E caralho! Tava morrendo de saudade dessas loucuras.

-Água fria da peste! A cobra até se escondeu! - Gabriel treme de frio - Vem cá me esquentar Luan!

-Sou casado! Tira o olho! - mostro a aliança de noivado.

-Eu não tenho ciúme não!

Rimos e continuamos nadando. Ficamos quase uma hora ali, bebendo, conversando e zuando. Até ouvirmos o barulho de passos e algumas luzes.

-Oi? Alguém aí? - um homem desconhecido grita e todos ficam em silêncio.

-Fudeu! Fudeu! - falamos baixinho e ao mesmo tempo.

-Tem alguém no lago? Sai agora ou vou ser obrigado a atirar! - permanecemos em silêncio - Um, dois, três...

A luz da lanterna dele se aproximava cada vez mais, e a única coisa que nos restava era fugir.

Então saímos da água o mais rápido possível, pegamos nossas roupas e corremos nus até a caminhonete.

A cada passo, o dono da fazenda gritava mais e vinha atrás, fazendo a gente correr como nunca antes.

Quando finalmente chegamos no carro, entramos, e aí sim conseguimos respirar em paz.

-Cê nunca mais apronte uma dessa! Nunca mais pernilongo de chapéu! - Léo diz irritado, mas sei que no fundo ele quer rir.

-Uai gente! Fiz nada demais! Só dei a ideia, vocês que foram! - tento me livrar da culpa.

-Correr pelado faz mal pra ninguém não! - Gabriel fala e só então todos lembram que estamos sem roupa.

-Virem de costas, pelo amor de Deus! - Jotinha pede com as bochechas coradas.

-Tô afim de virar não hein! - Raphael rebate e nós rimos.

-Cês tem tudo a mesma coisa que eu! Tenho vergonha não! - me apoio no carro e viro a garrafa de vodka no bico.

-A mesma coisa que tu eu tenho certeza que não tenho! Pela sua altura, pelo tamanho do pé e da mão... - Indião me encara rindo.

-A boiadeira é sortuda! Por isso gosta tanto de fazer filho! - Léo diz e eu sinto meu rosto queimar de vergonha.

-Pa... Para gente! - gaguejo olhando pro chão.

-O pernilongo ficou todo vermelho quando falamos da morena hein!

-Ela é meu ponto fraco... - dou um sorriso discreto.

-Quem olha esse rostinho de adolescente apaixonado, nem imagina as putaria que faz com a mulher! - Rapha me olha e pisca.

-Você sabe demais irmão! - mostro língua pra ele.

-Todo mundo aqui já viu ou ouviu cê e ela se pegando Luan!

-Fica fazendo filho em camarim, isso que dá!

-Dá pra gente colocar roupa logo! Não consigo conversar com vocês assim! - Jota implora.

Colocamos nossas roupas, (eu tive que pedir ajuda, porque não tô conseguindo ficar em pé) e entramos na caminhonete.

-4 horas da manhã já hein! Daqui a pouco as patroas ligam atrás de nós! - Rapha olha o celular e eu faço o mesmo.

-Ainda tá cedo! Dá tempo de beber mais um pouco! - pego o litro de gin, mas Léo segura minha mão.

-Não acha que já bebeu demais não Pereira? A dona onça vai brigar com tu!

-Nada, eu nem passei mal ainda! - dou risada e pego uma lata de cerveja.

Fomos pra fazenda do Rapha, e lá terminamos nossa resenha com churrasco e modão. Quando finalmente pegamos a Ram pra ir pra casa, já passava das 7 da manhã.

-A boiadeira vai me matar! - encaro as 57 ligações perdidas.

-Falta de avisar não foi hein! - Jotinha debocha.

-Nem casou ainda e já tá querendo que ela peça divórcio! - o menino da pecuária alerta.

-Calem a boca! Ele precisa viver também! - meu irmão de cabelo comprido diz já irritado.

-Você fala isso Gabriel, porque ainda não é casado com a Gabi! Casa pra ver, vai descobrir o lado surtada da sua loira!

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Eita, acham que a boiadeira vai surtar com o Lu?

Amizade ou O Quê?Onde histórias criam vida. Descubra agora