Amizade ou O Quê?

28

"Mesmo que me perguntassem, eu não afirmaria, eu fingiria
Eu negaria até à morte, eu negaria até o fim
Quando você chega perto, eu me desconcerto
Sem fazer esforço, tira minha roupa com os olhos
Me deixa tonta com seus olhos

Eu sem querer me apaixonei
Não lutei, não evitei
Esse amor natural nasceu em mim
Quero você do jeito que quiser
Mesmo em segredo eu sou sua mulher
Só você sabe como a gente faz
Essa vontade é o que me tira a paz

Quero você do jeito que quiser
Mesmo em segredo, eu sou sua mulher
Só você sabe como a gente faz
Um minuto do seu tempo já me satisfaz" (Quero Você do Jeito Que Quiser - Patroas)

.
.
.

(Ana)

É, hoje o Luan testou os limites da minha calma. No momento só consigo respirar fundo enquanto subo com ele até o quarto.

Confesso, que depois de tudo que rolou, a briga, o sangue e tudo mais, meu corpo já tá dando sinais de não estar bem.

Tô sentindo meu estômago revirar de enjoo e uma dor de cabeça que parece que vai explodir meu crânio, mas preciso ser forte no momento.

-Não para de cair sangue... - falo comigo mesma enquanto fecho a porta do quarto.

-Acho que só se estancar vai parar. - vi ele pegando a toalha e pressionando no nariz.

-Você tá todo sujo... - observo de novo e sinto a ânsia me invadir.

-Meu Deus! Eu tinha esquecido! Cê passa mal com sangue! - ele falou desesperado - Não olha! Não olha! Não olha!

-Mas eu tô preocupada com tu...

-Eu só preciso estancar isso aqui, e aí consigo tomar um banho... - ele sentou de costas pra mim.

-Tudo bem... - encaro o chão.

-Me perdoa... Me perdoa por fazer você assistir aquela cena toda... Eu não me segurei e acabei fazendo besteira... Eu perdi a cabeça quando ele encostou no cê... - interrompo ele.

-Não precisa pedir perdão! Eu posso não concordar com esse jeito de resolver as coisas, mas eu entendo que tu fez pensando no meu bem! - respondo.

-Será que ele se machucou muito?

-Eu acho que tu quebrou o nariz dele... - falo meio sem jeito.

-Meu Deus... Depois eu vou ir ver se ele tá bem, mas agora não, ainda não consigo olhar na cara dele.

Ficamos mais um tempo ali conversando, até o sangue parar de escorrer. Então Lulu foi tomar banho e eu esperei.

-Ana... - ele me chamou baixo e com a voz falha.

-Oi meu bem! - entrei no banheiro e vi o poste sentado no chão do box, de cabeça baixa e com a água batendo nas costas.

-Eu não tô bem...

-O que foi? O que você tá sentindo? - pergunto preocupada e entro junto com ele.

-Meu estômago tá doendo muito... E eu tô com vontade de... - meu boiadeiro não consegui terminar a frase.

Ele soltou tudo o que tinha comido no dia e acabou me sujando. Confesso que de novo tive que segurar a ânsia.

-Meu Deus... - tento respirar fundo pra não passar mal junto.

-Desculpa... Me desculpa mesmo...

-Não tem problema... Agora eu só preciso de um banho também... - respiro fundo de novo.