A Amada Do Monstro

Silhouette

X-Factor – 2012

Camila POV

As coisas mudaram para mim como nunca imaginei que era possível mudar.
Eu nunca imaginei que poderia tirar proveito de uma falha e é imensurável a sorte que eu tive de ter falhado.

Eu não consegui passar no último BootCamp do programa, o que me fez ser eliminada. Eu me lembro do ar de derrota que pairava no ar, lágrimas eram distribuídas por todos os rostos que eu observava por perto – eu não os conseguia ver direito porque meus olhos estavam embaçados graças ao choro involuntário que saia de mim por causa da noticia da perda. A sensação de todos chegando até seus familiares e dizendo que perderam. E de como era uma droga para mim, saber que eu estava nesta cota. Que eu teria que voltar para minha casa e minha rotina e tendo que obrigatoriamente seguir em frente. Tendo que pedir Desculpas aos meus Pais por terem se esforçado tanto e eu não ter conseguido devolver o esforço que talvez esperassem de mim.

Foi uma sensação terrível.
Daquelas que você não deseja para ninguém.

Meu pesadelo não durou tanto quanto imaginei que duraria.
Depois de alguns minutos de lamento nos braços da minha mãe, meu nome foi chamado novamente por uma das assistentes do programa para voltar ao backstage. Olhei desconfiada, por mais que eu não quisesse criar expectativas, elas estavam lá. Como, de todas as aquelas pessoas, o meu nome estava naquela lista?

Segui a moça até que nós estávamos lá novamente, no palco, que agora estava lotado de pessoas que eu vi que também tinham perdido, e em meio dessas pessoas eu a enxerguei novamente: Lauren.

Ela estava com a aparência pálida de quem tinha chorado bastante, ainda era possível ver o breve avermelhado em sua bochecha e eu me perguntei o porque raios ela tinha sido eliminada, eu havia escutado sua voz e era linda e francamente não conseguia pensar em nada que pudesse desclassifica-la.

Ao meu lado se encontravam muitas pessoas e logo fomos separados em grupos. Por uma força do destino – ou desejo – eu fiquei no mesmo grupo que ela. Nos cumprimentamos mas não prolongamos muito o assunto, eu não estava disposta a conversar e ela aparentava estar mais indisposta ainda. O mistério que nos cercava foi quebrado quando Simon anunciou que estávamos de volta, mas dessa vez como um grupo e voilà minha vida mudou a partir desse ponto, a partir do momento que ele anunciou que estaríamos de volta e estávamos convidadas a nós apresentar na Casa dos Jurados. Meu pesadelo havia voltado a ser sonho novamente.

Olhei ao redor e fiquei impressionada como todas as garotas do meu grupo mostravam-se únicas, mas com o mesmo objetivo em comum: Ganhar.

Nós todas éramos muito diferentes umas das outras, com estilos diferentes e características físicas diferentes, como uma verdadeira variedade artística, algo bem parecido com One Direction, o que me deixava muito contente, pois eles são uma das inspirações de estar confiando em mim mesma para seguir uma carreira musical.

Era possível ver a semelhança explicita no jogo da nossa formação.
Liam poderia ser Dinah
Niall poderia ser Ally
Normani poderia ser Zayn
Louis poderia ser Lauren
Harry poderia ser eu.

Eis que surge: Lylas.
Um acrônimo de "Love You Like a Sister" minha nova banda – não que eu já tivesse tido uma.

O único problema era que não estávamos com o jogo ganho, na verdade, era apenas o começo de uma guerra.

Nós humanos somos muito motivados pela guerra.
Nós somos muito motivados pela metáfora do confronto violento. Isso pode ser observado nos primeiros criadores de toda a vida na Terra, as bactérias há 3,85 milhões de anos atrás. As bactérias são muito sociáveis, elas vivem em tropas. Formam tropas de sete trilhões e estão em constante comunicação umas com as outras, sempre trocando dados. É uma rede de processamento de informações. Mas o que acontece quando duas, três, quatro ou sete colônias de bactérias descobrem a mesma fonte de alimento? Elas fazem guerra!