Comes and Goes

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2013
Miami, FL
Cabello Haus
// Céu nublado, previsão de chuva // 05:37pm

Camila POV.

Existem todos os tipos de pensamentos em minha cabeça.

Desde  aqueles que me querer transformar na pessoa mais amável que eu conheço, aos que querem me levar tão para baixo me fazendo querer ter vontade de  sumir pela galáxia ou me tornar uma estrela solitária no céu e que  ninguém sabia sequer a minha localização por lá.

Tem sido  assim desde que Lauren resolveu que sua melhor opção para lidar com o  fato de que eu gostaria de ter meu primeiro beijo com ela, fosse me  ignorar. Ela estava sendo tão cruel, da mesma maneira que eu havia sido  burra em admitir isso para ela aquela noite.

Ela não prestava  mais atenção em mim, me evitava como se eu fosse seu maior problema e  fazia de tudo para ter o mínimo de contato possível e não tinha ideia de  como aquilo acabava comigo de alguma forma. Eu não tinha muitas amigas  na vida e uma das que eu mais gostei de conquistar, agora não ligava a  mínima para mim, tudo porque a minha maldita boca não ficou fechada em  um momento de alcoolismo.

Eu oficialmente odeio beber.

Eu  fico vulnerável como uma criança indefesa e tão sensível quanto  qualquer personagem de Shakespeare. Tudo é mais belo nesse meu estado,  as pessoas, as situações, os sentimentos. Meus sentidos ficam aguçados,  quero ter o máximo de tato possível com as pessoas e fazer o coração  delas baterem mais rápidos após ouvir coisas bonitas que eu penso sobre  elas, sobre o mundo, sobre as obras de Van Gogh... Não importa, eu só  que todo mundo ao meu redor esteja feliz. – apesar de que quero isso  para todo mundo sempre, independente de qualquer estado que eu esteja.

Mas  o caso, é que fico preocupada que minha amizade com Lauren esteja se  desintegrando e eu não saiba fazer nada para mudar isso, nós estamos  semanas sem trocar uma palavra sequer no melhor momento da nossa  carreira. Quando estamos sozinhas e quando ela fala comigo, são puras  formalidades como "licença", "obrigada" e as vezes nem isso, se afasta  com os olhos distantes e com o rosto sempre sorumbático. Poxa, assinamos  um contrato com a Epic Records via SYCO Music, temos uma provável proposta de abrir a Neon Lights Tour da  Demi Lovato, sim, DEMI LOVATO!!! E ela não parecia nem um pouco aberta  para pelo menos comemorar isso comigo. – por sorte todas as meninas  conseguiram deixar uma ótima sensação de bem estar em mim para suprir a  falta das boas sensações que Lauren poderia ter me trazido. Eu estava me esforçando muito para não ficar ressentida com isso.

A  pior situação de agora é que não existe uma pessoa oficialmente culpada  em toda essa história. Tudo isso, visto de qualquer um dos pontos de  vista, tanto o meu, quanto de Lauren, ainda não ganhava o mérito  suficiente para ser classificado como: você iniciou tudo isso, a culpada por estarmos dessa forma é você.

Então ninguém tinha culpa quando as duas pareciam ser culpadas.

Eu  poderia ter procurado Lauren, insistido mais, parado ela e forçar um  diálogo, forçar a lembrança daquele momento de novo e o pior, discutir o  que aconteceu.

A culpada poderia ter sido eu, por não ter a  beijado, quando demonstrei no fundo querer isso, então o que eu era?  Apenas uma provocadora? Eu não sei mais o que exatamente eu quero de  Lauren, a única coisa que eu tenho certeza é que sempre quero alguma  coisa dela, se possível, totalmente a sua atenção. Eu acho fascinante  toda vez que ela move sua atenção a algo, ela entrega o melhor de si,  seu olhar de gato charmoso e desconfiado, sua boca semiaberta, mostrando  seus lindos dentinhos de coelho que eu achava um charme e seu cérebro  enérgico, como se tivesse capitando com muito cuidado tudo que você está  lhe informando, o que simplesmente te intimidava.

A Amada Do MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora