I Love you.

847 70 18
                                        

Ouçam: I Love you - Woodkid (Versão Acústica).

Miami
02 de março de 2013
Jauregui Haus / 20:17pm

Camila POV

Eu não preciso de outro ser humano para tornar minha vida completa, mas vamos ser honestas: tendo os seus ferimentos beijado por alguém que não os vê como desastres em sua alma, mas fissuras para colocar seu amor dentro, é a coisa mais calmante neste mundo.

Por alguns segundos tortuosos como a dor de um corte pequeno com potencial de uma pancada grande, me afligi com a ideia de não a ter ali. Parada, esperando por mim, esperando que meus olhos se afundassem nos dela.

Eu não sei o que a gente significa, não sei se é amor, sorte, tentação, desejo, dor, desespero, um mar profundo de palavras perdidas no dicionário, tentando fazer menção ao que sinto. E nunca entendo completamente o que, na verdade, significa. Porém quando Dinah chamou por seu nome, ao me ver paralisada desesperadamente a procurando com os olhos, percebeu que eu não aguentaria nem mais 5 segundos de tamanha aflição de não vê-la ali.

Lauren, a chamou. De repente Dinah chamar por ela foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ter ganho. Eu nunca vou esquecer do alívio que percorreu aos meus ossos, ver Lauren – completamente linda; linda de doer a chegada da respiração até o meu pulmão – me devorando com a cor de esmeraldas que suas íris possuíam. Minha feição ficou tão aliviada e tão alegre, que Dinah soltou um risinho como quem dizia eu sei que eu trouxe para você o melhor presente. E disse em seguida, antes de Lauren me alcançar.

"Não sei quem é pior, você ou ela" e sorriu de uma maneira reconfortante que fez o emocional explodir em meu corpo.

Senti o impacto do corpo de Lauren me abraçando, o coração tropeçou e pude perceber ele errar uma batida quando amorteci minha cabeça em seu ombro, provavelmente dando o abraço mais intenso que já dei à espera de alguém. Era saudade misturada com desejo; era felicidade incendiando os meus sentidos. Era Lauren.

Eu não saiba exatamente o que se passava pela cabeça dela, mas as coisas não estavam acontecendo rápido o suficiente desde nossa última discussão. Era hora de dar um empurrão de verdade. Algo para tirá-la de sua passividade. Eu senti um raro impulso percorrer sua sombra escura de poder, e ouvi suas assas negras internas se agitarem dentro dela, quando meu corpo ficou arrepiado com sua voz em meu ouvido.

"Surpresa" ela disse com um tom rouco e perfurava minhas barreiras do desejo.

"A melhor..." E apertei meus dedos em suas costas, dando um ar sugestivo querendo dizer: eu estou cada vez mais direta e não conte que eu pare com isso, até você se posicionar sobre o assunto.

Nosso pequeno mundo não durou pouco mais que alguns segundos miseráveis, daqueles que não tira um terço da vontade apenas por pura formalidade da ocasião. Não queríamos que a plateia ao redor deduzisse algo. Nisso até eu não estava tão preparada. Por isso, não a impedi de encerrar o abraço. Mas vontades não faltaram para impedir. Porém cautela com Lauren, nunca é demais.

Eu ainda estava desnorteada e por um segundo me bateu a maior preocupação do mundo. Será que é um sonho? Eu não poderia ser tão cruel comigo mesma. Eu sabia como descobrir, mas quem disse que eu queria correr o risco de acordar? Quer dizer, se isso for mesmo um sonho, eu posso me expressar livremente. Posso arriscar simplesmente. Com cautela, também, caso não seja. Ao sentir o impacto de vários braços em mim em um abraço coletivo, onde abrigavam o calor de Ally, Normani, Dinah e até mesmo Lauren de uma vez só em uma festa surpresa, não tem como jurar que eu não estou em um sonho quando a situação é tão similar a um.

A Amada Do MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora