Redenção, Acordes e Amores [COMPLETO]

Capítulo 22: Rebobinando

Já faz quatro dias que gravamos O Reino. Três dias foi o tempo que levou para Hadassa ajustar as tipografias da música com o áudio e fazer as últimas alterações no vídeo, além de criar o perfil da Kingdom no YouTube, em streamings de música e em redes sociais. Ou seja, apenas três dias depois da gravação, conseguimos de fato lançar a música.

E agora, a Kingdom e a música O Reino tem oficialmente seu primeiro dia de existência nas redes sociais. A Hadassa obviamente aproveitou o caminho que Noah lhe preparou para divulgar a nova música autoral, minha garota não brinca em serviço quando se trata de mexer com o algoritmo. 

E agora estamos aqui, no hospital, contando tudo isso para o Sr. Yukki, que continua respirando por aparelhos, aguentando pouco tempo acordado.

— Eu fico feliz por vocês… garoto, Hadassa. — Ele falou fracamente. 

Eu sorri minimamente. Eu ainda não conseguia me conformar com a ideia de possivelmente perdê-lo. Até que o Sr. Yukki descesse à sepultura, eu não cansaria de orar por sua recuperação e não pararia de visitá-lo.

— Sr. Yukki, quero que escute a música que lançamos. — Hadassa falou com doçura, pegando seu celular e abrindo em nosso vídeo no YouTube. — Vou colocar aqui baixinho para o senhor ouvir.

Ela colocou nossa música com o áudio bem baixo no celular, bem ao lado do Sr. Yukki no travesseiro.

A expressão dele não mudava muito enquanto ouvia, pelo fato de estar entubado e usando um respirador. Ele ouvia calado, seus olhos piscavam longamente como se ele se esforçasse para se manter acordado, até que a música acabou.

— Jonas, Hadassa… a música de vocês é linda. Meus parabéns. — O Sr. Yukki falou, dando um sorriso fraco. — Eu sempre soube… que encontrariam sua ascensão. — Ele arfou, pude ver seu peito subir vagarosamente.

Eu engoli em seco.

— Velho… você parece cansado. — Observei, com certa ansiedade em meu coração.

— É apenas muito sono, Jonas. Eu durmo quase o tempo inteiro nessa maca. — Falou, e observei tristemente como seu corpo estava cada vez mais magro, mais do que já era normalmente. — Só preciso… descansar.

Eu assenti, com o cenho rígido franzido em aflição, enquanto ele fechava os olhos. Hadassa pôs a mão em meu ombro.

— Ele vai ficar bem, Jonas. — Tranquilizou-me.

Eu suspirei profundamente.

— Creio que sim, baixinha. — Concordei.

— Agora vamos embora, amanhã voltamos. — Hadassa pegou minha mão, eu assenti e saímos da ala hospitalar, parando na sala de espera. Eu arfei relaxando meus ombros, olhando para ela com admiração e melancolia. — Obrigado por estar aqui. Isso… é muito difícil.

— Eu imagino. — Hadassa falou de modo compreensivo, tocando uma de minhas mãos entre as suas. — Estou aqui para te apoiar, sei como é perder um pai, e pra você o Sr. Yukki é quase isso.

Eu assenti, desviando o olhar.

— É mesmo.

— Jonas, confie em Deus. Tudo vai acontecer da melhor forma possível. — Ela me abraçou pelo tronco, eu retribuí tocando suas costas levemente. — Vou estar contigo para o que precisar, está ouvindo?

Eu assenti, com um pequeno sorriso.

— Obrigado. De verdade.

Ela sorriu.