Capítulo 6

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Diana

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Diana


Feyre não sabia o que esperar conforme entrava no círculo de árvores brancas, altas e retas como mastros, a figura era alta e magra, vestindo uma túnica surrada. As costas curvadas do Suriel estavam voltadas para nós, eu conseguia contar os nódulos de sua coluna despontando pelo tecido fino. Braços cinzentos, magricelas e cobertos de feridas puxavam a armadilha com unhas amareladas e quebradas.

Tenha calma. — sussurrei a Feyre quando percebi seu coração acelerar.

Uma antiga criatura feérica está a sua frente, é compreensível seu medo, no entanto devo fazer entendê-la que Suriel não nos machucará.

Feyre manteve seu arco e flecha montado.

Não precisa ter medo. Respire fundo e faça suas perguntas.— digo a orientando de forma clara e serena. 

O feérico enrijeceu o corpo. E farejou. Uma vez. Duas.

— Você é o Suriel?

Então, devagar, ele se virou para nós, o véu escuro que pendia de sua cabeça careca oscilou em uma brisa fantasma.

Tinha um rosto que parecia ter sido feito de desgastado osso seco, a pele fora esquecida ou descartada, uma boca sem lábios e dentes longos demais, presos em gengivas escuras, fendas finas no lugar de narinas e olhos que não passavam de fossos rodopiantes de um branco leitoso, o branco da morte, o branco da doença, o branco de cadáveres já decompostos, ossos limpos. Imagina-lo como um dementador era menos assustador.

Despontando da gola puída da túnica escura havia um conjunto de veias e ossos, secos e sólidos e tão horríveis quanto a textura do rosto dele. O feérico soltou a corda, e os dedos muito longos estalaram enquanto ele nos avaliava.

— Sou, de fato. — Clique, clique, clique soaram os dedos dele estalando, um para cada palavra.

— Então a armadilha era para você. 

O Suriel permaneceu sentado, os pés descalços e retorcidos presos nas cordas.

— Não vejo uma humana e uma transmigrante há muitas eras. Chegue mais perto para eu poder olhar minhas caçadoras.

Sinto o nosso ficar tenso, reação de ambas. Ele sabe sobre mim, como?

O feérico soltou uma gargalhada rouca e terrível quando não o obedecemos.

— E qual de meus confrades entregou meus segredos a você?

— Nenhum deles. Minha mãe me contou histórias.

Não minta, ele fareja a mentira.— aviso.

— Ouça sua companheira, humana. Posso sentir o cheiro das mentiras em seu hálito. — O feérico fungou de novo, os dedos estalando. Ele inclinou a cabeça para o lado, num movimento aleatório e ágil, o véu escuro seguindo. — O que duas fêmeas humanas iriam querer com um Suriel?

Corte de Almas e LaçosOnde histórias criam vida. Descubra agora