Capítulo 16

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Diana

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Diana

Não sei quantos dias se passaram desde a primeira prova. O ferimento no braço de Feyre ficava mais infeccionado a cada dia que se passava, e a dor não cessava.

Não conseguiamos comer embolorada que eles nos davam. Vê-la nos causava tanta náusea que um canto da cela agora fedia a vômito. Não ajudava o fato da gente ainda estar coberta de lama e de a masmorra estar eternamente numa temperatura congelante.

Acordei de um sono inquieto e percebi que ardia. Sonhava com a boca cheia de dentes de Middengard devorando Feyre enquanto eu estava presa em correntes sem poder ajudá-la. Senti que Feyre dormia quando coloquei a mão sem ferimento na testa.

Febre, ela estava ardendo de febre por causa da infecção. Tentava não olhar para seu braço, para o sangue que ainda fluía para fora. Busquei pelo frio da parede sem movimentos bruscos. Não queria acordar Feyre com a dor, já acordamos uma a outra sem querer por causa disso. Ela precisava descansar.

A febre me deixava tão nauseada que minha visão estava enevoada, ao ponto de ver a porta se mexer sozinha. Estreitei os olhos. Não era a porta que estava se movendo, mas sim a escuridão ao redor dela, que pareceu se irradiar. Então uma figura masculina se formou daquela escuridão, como se ele tivesse se esgueirando pelas fendas entre a porta e a muralha, pouco mais que uma sombra.

Rhysand tinha a forma totalmente corpórea agora, e os olhos violeta brilhavam à luz fraca. Ele sorriu devagar de onde estava, à porta.

— Não encha o meu saco, Rhysand. — disparei, mas as palavras não passaram de um chiado. Minha cabeça estava leve e pesada ao mesmo tempo. Se eu tentasse me levantar, cairia.

Eu não lembrava dos detalhes dos livros. Sei que Feyre passou três meses sob a montanha, mas havia esquecido que ela passou dias agonizando em dor e febre por causa do machucado. Achei que ele apareceria naquela noite, no início, para fazer o acordo com Feyre, mas ele não veio. Agora, ela está no seu estado mais crítico.

Ele chegou mais perto, com aquela graciosidade felina, e se agachou com facilidade diante de nós. Rhysand farejou, fazendo uma careta para o canto sujo de vômito. Tentei levar os pés até uma posição mais inclinada, para chutar a cara de Rhysand, mas pareciam cheios de chumbo.

Rhysand inclinou a cabeça. Sua pele pálida parecia irradiar luz de alabastro. Pisquei para afastar a névoa, mas nem mesmo consegui virar o rosto quando os dedos frios de Rhysand roçaram nossa testa.

— O que diria Tamlin — murmurou ele — se soubesse que sua amada estava apodrecendo aqui embaixo, queimando de febre? Não que ele possa vir até aqui, não quando todos os seus movimentos são observados.

— Se veio aqui para falar desse ingrato, sugiro que saia. — falei com dificuldade, minha voz arranhava minha garganta.

Rhysand ergueu uma sobrancelha ao mesmo tempo que seus olhos brilharam e em seus lábios se curvaram em um sorriso.

Corte de Almas e LaçosOnde histórias criam vida. Descubra agora