capítulo VIII

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O rapaz parecia apenas irritado, pois nem uma gota de suor lhe escorria pelo rosto.
-Quem está aí!
Mel manteve-se quieta e calada.
O rapaz começou a caminhar para a amendoeira, e Mel atirou uma pedra para o outro lado e ele foi ver. A rapariga manteve-se quieta, enquanto o rapaz recomeçava a caminhar em direção á amendoeira. Mel estava ofegante e não seria capaz de fazer outra correria. Á medida que ele se aproximava, o coração de Mel ia batendo mais depreça como se quisece sair do peito. Uma mão passou-lhe a milímetros da cara e Mel assustou-se. O rapaz estava prestes a encontrá-la e só lhe apetecia enfiar-se num boraco. A mão desapareceu e Mel ia respirar fundo, quando esta lhe agarra o pulso e a puxa. Mel olhou assustada nos olhos roxos e espantados do rapaz que lhe perguntou:
-Quem és tu?
-O meu nome é Mel.-respondeu com a voz meio sumida- e tu?
-Chamo-me Tomoe- respondeu- O que fazes aqui? E porque me espiavas.
-Eu não te estava a espiar. Tinha vindo para a lagoa nadar, quando ouvi passos e me assustei.
-Tu vieste para aqui nadar?-perguntou ele curioso largando-lhe o pulso- Nunca ninguém da aldeia tinha vindo para a floresta- continuou ele sempre com um tom desintereçado na voz.
-Eu estou na aldei apenas á dois dias. Eu e a minha melhor amiga estamos a acampar aqui.
-Estranho, é a primeira vez que te vejo e sinto-me á vontade contigo.
Mel corou. Também tinha aquela sensação, mas não comentou. Olhou para o céu. O sol começava a nascer, e Sirena deveria estar quase a acordar. Ficaram os dois em silêncio a olhar para o céu.
-Queres ir nadar?
Mel abanou a cabeça em sinal de concordância. Ele foi para tráz de um arbusto, «talvez para tirar as orelhas e cauda» pensou Mel, e esta foi para trás de outro arbusto e a camisa e os calções ficando só de fato de banho. Pareceu-lhe ouvir um "puff" mas quando saiu de trás do arbusto era apenas o Tomoe sem orelhas ou cauda «eu tinha razão, eram pustiças!» mergulharam então os dois para dentro de água. Ele sabiba nadar até bastante bem e era rápido, então Mel propos:

 -Que tal uma corrida?

 -Ok. Queres apostar alguma coisa ou tens medo?

 -Muito bem. Quem perder, fica a dever um favor ao outro.

 -Vamos então- incentivou Tomoe com um sorriso traveço no rosto.

 Os dois dirigiram-se para uma margem e começaram a nadar. Mel teve de se esforçar para o acompanhar, mas na margem, acabaram por empatar.

 -Vai a desforra? perguntou ele.

 -Tem de ficar para outra altura. O sol está a nascer e a minha amiga deve estar quase a acordar.

 Tomoe acentiu com a cabeça e acrescentou:

 -Eu também tenho de ir, mas podemos repetir amanhã á noite, cert?

 -Claro, porque não.

 -Só mais uma coisa, não digas á tua amiga que me viste, pode ser?

 -Sim. passa a ser um segredo só nosso.

 Os dois sairam da água e despediram-se. Mel sentia algo estranho na barriga, como se fossem borboletas. Mel corou, pois Sirena dissera-lhe que isso só acontecia quando alguém estava apaixonado. Seria mesmo verdade? Estaria Mel apaixonada por ele?

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