~Capítulo XVIII~

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-Capítulo XVIII- Garotinho Assustado.-

— ...– Seus olhos alternavam entre um olho e o outro de Mobius, estava tentando absorver tudo o que o outro havia falado.

Era algo realmente estranho ter alguém por perto, era estranho alguém querer o tranquilizar daquela forma, era estranho.

E Mobius sabia disso, sabia a estranheza que Loki sentia e sabia o porquê. Havia visto sua vida quase que inteira, sabe o que passa na cabeça do príncipe de Asgard, sabe o que ele sente em vários momentos, e sabe que naquele momento, ele estava sentindo desespero.

Por que desespero? Desespero de perder a única coisa boa que aconteceu em sua vida de mais de mil anos, desespero de fazer algo errado, de acontecer alguma coisa errada.

— Sabe por que eu fiquei tão interessado em estudar sobre variantes Loki?– O outro discordou com a cabeça.– ... Um dia apareceu uma variante sua aqui na AVT. Ela parecia... Transtornada. Eu não sabia nada sobre variantes Loki, nem o mínimo. Mas ao ver o jeito que tratavam àquela variante como se fosse muito perigosa, fiquei curioso. Estudei por vários dias, várias variantes. Até que parei em uma. Uma variante Loki que era diferente. Desde o nascimento desde sempre, algo era diferente. Algo me dizia que você não era o vilão, que aquilo era uma armadura. E que no fundo, mesmo que nem no fundo, você é alguém que só precisa de carinho. De atenção. Não atenção negativa, mas atenção positiva, de alguém que realmente o vê. Que realmente te entende.

Ele falou tudo aquilo com o rosto sério, seu tom de voz também estava sério, mas seus olhos? Mostravam carinho. Compreensão. Algo que Loki sempre viu em olhares sendo dirigidos a outra pessoa, Loki sempre via vários olhares como aquele serem para outra pessoa, mas nunca foi para si. Nunca ninguém o olhou com tanto carinho assim.

Talvez Frigga o tivesse feito, realmente fez. Mas aquele era um carinho diferente, Frigga tinha um carinho por si por ele ser seu filho, sabia que se fosse um prisoneiro aleatório de Asgard sua mãe não teria ligado para si. E é isso o diferencial daqueles dois olhares: Frigga não teria visto algo diferente em si se não fosse seu filho, mas Mobius teria visto algo diferente em si mesmo que fosse uma variante completamente desconhecida.

— ... – Desviou os olhos virando o rosto para o outro lado daquele cubículo no banheiro, não conseguia acreditar nem nas palavras nem no tom de carinho que elas carregavam, simplesmente não entendia.

— ... Loki...

— Vem, vamos fazer alguma coisa.– Mudou de assunto rapidamente, se levantou no mesmo instante saindo daquela cabine.

— Fazer o que?

— Não sei! Talvez... Ahm... Talvez possamos ir naquele andar de coisas para cabelo que você disse!– Se virou vendo o outro suspirar após ter conseguido se levantar.

— ... Tá bom.

— Já tá melhor ou vai vomitar mais?

— Já tô bem.– Respondeu fechando a tampa da privada que havia vomitado mais cedo logo dando descarga na mesma.

Ambos saíram do banheiro, estavam em passos lentos já que o grisalho estava cansado e com um pouco de dor, mas se recusava ir se deitar.

Entraram no elevador onde o mais baixo apertou o botão do andar certo, logo as portas se fecharam começando a descer.

— ... O que acha sobre Ravonna ter adiantado o julgamento?

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