~Capítulo XXVII~

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-Capítulo XXVII- Memórias Bloqueadas-


— Tem razão, Odin. Chamar isso de amor paterno é ridículo, até por que se isso é amor, eu prefiro não ser amado. E sinceramente, eu preferia morrer do que ter o seu sangue nojento correndo pelas minhas veias.– Falou com desdém, Odin bateu na mesa com raiva.

Se lembrava muito bem do que veio depois dessa briga, uma das suas piores punições. O dava enjôo e náuseas apenas de se lembrar dos dias em que passou em uma das masmorras do castelo de Asgard, trancando em uma cela fria e úmida, onde passava fome e sede, e quando se recusava a retirar as palavras que havia falado a Odin, levava mais de cinquenta chicotadas nas costas. Frigga e Thor tentaram conversar com o pai de todos diversas vezes, mas nada funcionava, não podiam questionar as ações de seu rei.

Engoliu em seco quando outra memória começou a passar, Mobius franziu as sobrancelhas confuso.

— Loki, nós já sabemos de qual variante são as memórias, não precisamos continuar vendo...

— Não, eu quero ver.– Falou sem tirar os olhos da tela.

— ... Quer que eu saia?

— Não, quero que veja também.– Olhou para Mobius vendo como ele ficou surpreso com aquilo, mas nenhum dos dois decidiu continuar o assunto, então apenas voltaram a olhar para o telão.

A lembrança dessa vez se passava nos corredores do castelo de Asgard, era um corredor grande e largo, piso de mármore branco com paredes de ouro. Havia várias janelas ali, e todas sem vidro para que pudessem sentir o vento e para que aquela parte não fosse tão quente ou abafada.

Em uma dessas janelas, estava Loki e Fandral, um sentado de frente para o outro nessa janela, ambos riam de alguma coisa idiota que o loiro havia falado, até que o moreno para de rir ficando somente com um sorriso fraco no rosto, olhando para o rosto alheio com admiração.

— Eu sei que sou lindo, mas não precisa ficar me olhando o tempo todo.– Falou sorrindo para provocar o outro que revirou os olhos.

— Eu... Se lembra do que falou para mim? Ontem a noite?

— ... Na torre?

— Isso.

— Sim, me lembro.– Falou um pouco envergonhado.

— ... Era verdade?– Perguntou inseguro se ajeitando de forma desconfortável.

— ... Sim, era. E ainda continua sendo, não entendo como alguém como você pode ser tão inseguro.

— "Alguém como eu"?

— Sim. Qual é Loki, você é maravilhoso. É inteligente, forte, bonito, engraçado, carismático... Como pode achar que seja impossível alguém te amar?

— ... É só que... Todos já me deixaram, tenho certeza de que um dia você também vai me deixar.

— Não vou fazer isso, não tem motivos para eu o fazer. Você é perfeito, Loki. Pena que não enxerga isso.– Falou com carinho, se aproximou do outro tirando uma mecha de seu cabelo escuro a colocando atrás de sua orelha.– Prometo que nunca vou te abandonar.

— Não prometa algo que vai descumprir, isso só fará doer mais quando você o fizer.

— Não vou fazer isso, e é justamente por isso que estou te prometendo.

A memória se tornou turva, parecia tremer até começar uma segunda memória, começou com tudo escuro, vozes distorcidas e aos poucos a imagem fora aparecendo e as vozes foram ficando mais altas.

~Prove Them Right.~Onde histórias criam vida. Descubra agora