Pond permanecia em pé no canto da sala, aguardando que a mulher à sua frente cessasse o choro. Ele não era habilidoso em conversas delicadas; essa tarefa sempre ficava a cargo de Joong. A parte que lhe cabia era demitir os incompetentes que o amigo não conseguia.
Linda, por sua vez, não conseguia conter as lágrimas. Ela sabia que não apenas havia cometido um erro, mas também revelado uma incompetência absurda, algo que jamais havia ocorrido em seus anos de trabalho.
— “Linda, eu disse que não vou demitir você, pare de chorar e só me diga o que houve. Você deve ter uma explicação, não é?” — Pond rezava para o deus em que nem acreditava. Sabia que não a demitiria, mas desejava algo para transformar sua raiva em vinho.
Quando Linda o olhou e voltou a chorar mais alto, ele bateu a cabeça na parede. Graças a Joong, sua paciência aumentava a cada segundo.
As batidas na porta, quase imperceptível por conta do choro alheio, é aberta por Phuwin. — “Me desculpe a intromissão, posso falar com o senhor?” — Pond aceita de imediato.
— “Vamos para fora, aqui ta abafado” — Pond olha para a mulher vermelha e sai da sala, sua mente volta a realidade quando ver Phuwin em sua frente, engoliu a saliva e prendeu seus olhos no rapaz.
— “Vou ser sincero com o senhor, não quero que demita a Linda. O filho dela esteve doente, a mente dela não conseguia raciocinar direito” — Phuwin falava sem pausas, determinado a ajudar a colega que havia ingressado na empresa com ele.
Linda e Phuwin haviam feito a entrevista juntos, embora para cargos diferentes. Linda era apaixonada pelas partes burocráticas, organizando contratos e reuniões.
Por outro lado, Phuwin encontrava satisfação em moldar o conteúdo das revistas antes de serem impressas, influenciando o que os leitores veriam. Apesar das diferenças, eles se tornaram ótimos amigos, frequentando bares juntos.
Às vezes, Phuwin até cuidava do filho pequeno de Linda. Pond não sabia bem o que dizer, sentia crescer um sentimento dentro de si.
— “A outra colega dela que eu contratei recentemente, ela não ajudou a verificar os e-mails e as ligações, eu queria perguntar a Linda, mas tivemos problemas de comunicação” — O choro do outro lado era escutado, Phuwin sabia que a amiga chorava demais e demorava até se acalmar. — “Eu não deveria contar, mas Linda me disse que as duas não de davam bem, ela não disse o motivo quando perguntei.” — Pond assentiu. Odiava ser o último a saber sobre os problemas.
— “Obrigado por ter vindo me explicar, você pode tentar acalmar a Linda? Preciso achar o Joong” — O rapaz concordou e entrou na sala sem esperar muito, Pond caminhou para o elevador desorientado, precisava de cafe e do amigo, mandou mensagem para se encontrarem na área de lazer ao invés da cafeteria principal.
O elevador parou no sexto andar, e a única coisa que passava na cabeça do chefe daquele lugar era que deveriam mudar o dourado das paredes. Parou quando ouviu o nome de Linda ser dito em voz alta, a pessoa não parecia querer esconder a insatisfação.
— “Eu não acredito que você fez isso, não acha que podem descobrir?” — Pond tinha ouvidos de ouro, conseguia ouvir a conversa claramente. Ele era chefe dessas pessoas, então, porque ele estava se escondendo atrás de uma porta, ouvido conversa suspeita dos outros.
— “Eu só apaguei o e-mail, não tem como eles descobrirem e quando ela for demitida adivinha quem vai ficar no lugar dela”
A garota balançou os braços para cima como se tivesse feito algo divino. Sentiu uma mão em si e seu coração aumentou as batidas, se acalmando ao sentir o cheiro familiar, fez sinal de silêncio voltando a ouvir a conversa.
