Capítulo 18

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Oito anos atrás…

Segundo a psicóloga de Joong, ele era uma pessoa que não se conformava com seu passado. À medida que os dias passavam, ele persistia em sua rotina e na zona de conforto que começava a irritá-lo, talvez por sentir que havia pessoas demais em sua mente.

— “Joong” — a voz da mulher ecoou mais alta, e Joong, perdido em um labirinto de pensamentos, voltou à realidade, percebendo que ainda estava no consultório médico. Ele sorriu, numa tentativa de disfarçar, mas a médica notou que ele havia se distraído há algum tempo. — “Você estava me ouvindo?” — Embora a pergunta fosse necessária, ela não parecia aguardar uma resposta, e Joong apenas balançou a cabeça em negação. — “Vou encaminhá-lo ao psiquiatra, está bem? Como eu dizia, você precisa de medicação.” — disse ela, entregando o papel ao jovem.

— “Estou tão mal assim?” — perguntou Joong, sorrindo, que parou ao notar a expressão séria da mulher. Ele lia o papel com seu diagnóstico, surpreso com sua própria mente tentando lhe trancar.

— “Se você continuar vindo e tomar os medicamentos corretamente, vai melhorar.” — disse Love, entregando-lhe outro papel. — “Sua próxima consulta é quinta-feira. Lembre-se, decidi que você deve vir duas vezes por semana, então espero vê-lo aqui.” — Quando ela terminou de falar, o alarme soou, Joong se despediu e garantiu que estaria presente na próxima sessão.

Joong percorria a rua movimentada de cabeça baixa, evitando o contato visual com as pessoas. Fez sinal para um táxi, que prontamente parou. Ao entrar, fechou os olhos e inspirou profundamente, com a decisão de não retornar à clínica ecoando em sua mente. Ao entrar em casa, a primeira coisa que avistou foi o homem que jamais esperava ver novamente.

— “Esta casa não é sua” — disse Joong, caminhando até a geladeira para pegar algo para beber.

— “Eu estava por perto… como você está?” — perguntou seu pai, tentando parecer inocente, mas Joong conhecia bem a índole dele.

— “Pensei que estaria morto em algum poço” — disse Joong, fixando o olhar no homem que se aproximava.

— “Ouvi dizer que o Gemini começou uma carreira na televisão” — comentou o pai, parecendo relutante em tocar no assunto. Joong o observou, tentando compreender a razão da visita incômoda. — “Vim apenas para avisar que vou deixar o país” — disse ele, entregando um papel a Joong.

— “Se for muito longo, não vou ler” — brincou Joong, com um fundo de verdade na voz. Korn sorriu, achando incrível como seu filho se parecia tanto com a mulher que amou a vida inteira. Joong pegou a carta e seu pai se virou para partir. — “Não volte mais, eu imploro do fundo da minha alma que você nunca mais apareça” — disse Joong, seu pai parou para ouvir, sem se virar, e depois continuou a caminhar em silêncio, saindo sem olhar para trás como de costume.

Joong guardou a carta numa das gavetas de roupas, decidido a ignorar tudo que viesse de seu pai. Sentou-se no sofá, questionando-se sobre o motivo de todas aquelas situações que o faziam duvidar de sua vida. Enquanto se torturava, seu celular vibrou com mensagens de seu irmão. Ao abrir, Joong sorriu instantaneamente ao ver as fotos de Gemini no estúdio, passeando com amigos, escovando os dentes, deu risada ao assistir ao vídeo do irmão fugindo de um animal.

Mensagem on.

Joong: Eu te amo.

Gemini: Também te amo.

Joong: Você sentiu minha falta? Tantas fotos.

Gemini: Não, pensei que você estivesse triste sem mim, então enviei fotos do meu lindo rosto.

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