Capítulo 7

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A noite estava viva, e a festa já se desenrolava há algumas horas. Os convidados riam, bebiam e trocavam histórias animadamente. Do outro lado do salão, Pond, o anfitrião, mantinha conversas com os patrocinadores, enquanto a imprensa aguardava ansiosamente na entrada, esperando flagrar os artistas famosos saindo. Eram como urubus com câmeras, prontos para capturar qualquer momento de celebridade.

Nanon permanecia grudado no bar desde que chegou, observando discretamente os movimentos da multidão. Tay e New, por sua vez, conversavam em voz baixa ao lado, compartilhando risadas e segredos. Aquele ambiente, longe dos olhares desconhecidos, parecia trazer à tona a verdadeira essência das pessoas. Elas se tornavam mais humanas, vulneráveis e autênticas.

Ele lutava para manter a compostura durante as conversas em que se envolvia, mas o cansaço e a melancolia o dominavam. Mesmo após a noite na casa de Pond, o sono lhe escapou, sufocado pela ansiedade. Seus olhos se fixaram na escada que dava até o segundo andar e, além dele, até o terraço. A coragem hesitou, mas ele se permitiu um passo discreto, deslizando na direção do destino solitário. 

A decisão audaciosa de investir tudo na ideia de Pond há dez anos revelou-se profundamente acertada. Joong, enquanto subia as escadas, refletia sobre como essa aposta havia valido a pena. Seu amigo, por outro lado, não apreciava discursos nas confraternizações. Ele simplesmente desejava que seus amigos se divertissem, distanciando-se dos perseguidores.

Agora, o ambiente festivo e a sensação de triunfo permeavam o ar, como se o próprio tempo tivesse se alinhado com a escolha corajosa que fizeram. Joong sorriu, lembrando-se das dificuldades enfrentadas e das noites insones dedicadas à realização daquela visão. Afinal, Moon não era apenas uma ideia, era um legado que eles construíram juntos.

Enquanto a música e o riso ecoavam ao seu redor, Joong sentiu gratidão por ter compartilhado essa jornada com amigos verdadeiros. As expectativas para o terraço foram despedaçadas, o lugar vazio e sombrio inspirava medo. Ao olhar pela janela, avistou as luzes dos carros, suspirou, observava as pessoas se apressarem para chegar em casa, para seus familiares. A mente de Joong trilhava o caminho da saudade novamente, parecia um hábito nos últimos dias.

Por outro lado, Pond, que conversava animadamente com os convidados, varreu o ambiente com o olhar, inquieto pela ausência do amigo. Despediu-se das pessoas, preocupado, quando percebeu que não encontrava o rapaz.  
— “Nanon, sabe onde o Joong se meteu?” — O amigo encarou-o com o rosto vermelho. Pond segurou-lhe a cabeça e fez com que se deitasse novamente. Observou os rostos de todos e percebeu que ninguém desconfiaria da partida de alguém.
— “Vou pedir para alguém te levar pra casa, fique aí esperando” — Pond deslizou os dedos pelos cabelos sedosos do rapaz, que retribuiu o gesto com um sorriso.

Ele seguiu pelo meio da multidão, seus olhos fixando-se no homem que ocupava seus pensamentos. Um sorriso tímido escapou de seus lábios enquanto cumprimentava os rapazes, que retribuíram o gesto com educação. — “Vocês parecem sóbrios” — Dunk sorriu e confirmou que não beberam. 

— “Eu to procurando o Joong, vocês o viram?” — a música alta fazia Pond gritar mais perto, o coração de Phuwin aumentou as batidas sentindo o seu rosto esquentar, Dunk que se encontrava bem ao lado disfarçou a risada e guardou para tirar sarro mais tarde.

 — “Eu não o vi, talvez tenha ido embora” — Pond olhou o relógio do pulso, marcando três e meia. — “O Joong não sairia sem avisar; ele deve ter encontrado algum lugar para ficar.” — Phuwin sentia o peso da amizade do outro, um incômodo que o corroía. Talvez fosse a dificuldade em manter uma conversa decente com o cara que gostava ou a inveja que o consumia ao saber que Joong conhecia seus lados mais profundos.

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