Capítulo 21

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Amanheceu um pouco nublado, e os passarinhos na janela do quarto capturaram a atenção de Dunk, que olhou ao redor e notou que estava sozinho. Ele se esticou, sentou-se e tentou se levantar. Depois de alguns minutos, caminhou até o banheiro, com o pensamento de que precisava ir trabalhar e sobreviver mais um dia.

- "Dunk?" - Phuwin entrou no quarto sorrindo ao chamar o amigo, bateu levemente na porta e aguardou a resposta.

- "Estou ocupado" - Dunk respondeu com irritação, olhando fixamente para o shampoo de morango antes de virá-lo com desgosto para o lado e pegar outro.

- "Saia logo desse banheiro" - Phuwin pediu, deixando o quarto logo em seguida.

Depois de quase quarenta minutos, o jovem frustrado estava completamente pronto para sair. Seguiu para a sala e por um instante se assustou ao ver a mãe de Phuwin sentada no sofá. Ela sorriu alegremente e se levantou para abraçá-lo, e ele retribuiu o abraço sem hesitar.

- "A senhora está bem?" - perguntou Dunk, preocupado. Normalmente, a mulher só vinha para esse lado quando precisava consultar o médico.

- "O tratamento está indo bem, Dunk." - respondeu ela com um tom calmo que deixava Dunk ainda mais inquieto. Ele estava prestes a perguntar sobre o filho dela, calando-se ao ouvir a porta abrir.

- "Por que saiu?" - Dunk perguntou, aproximando-se do amigo.

- "Estava conversando com o vizinho" - respondeu Phuwin, com um sorriso. Dunk não acreditou, mas decidiu ignorar devido à mulher curiosa que observava a cena.

- "Vamos, mãe" - chamou Phuwin, permitindo que ela passasse à frente. - "Vou ao hospital, quer vir comigo?" - perguntou Phuwin, e Dunk considerou a ideia aceitável para o momento, talvez um intervalo do trabalho fosse a solução.

- "Vou ligar para a empresa" - disse Dunk, recebendo um aceno do amigo, e todos se dirigiram ao carro, entrando numa conversa animada.

No hospital, enquanto aguardavam a mãe de Phuwin conversar com a recepcionista, Dunk olhava ao redor, sentindo-se um pouco desconfortável. Ele não apreciava o cheiro nem a ideia de que alguém pudesse estar morrendo em algum canto daquele lugar. Phuwin mencionou que ajudaria sua mãe, e Dunk decidiu usar esse momento para ir ao banheiro.

Ele caminhou pelo corredor, seguindo as instruções da moça a quem havia pedido informações. Ao entrar, fixou o olhar no rapaz conhecido que não pareceu feliz em vê-lo, virou-se e seguiu seu caminho, ignorando a presença do outro. Minutos depois, Dunk saiu da cabine, notando que estava sozinho e se sentindo incapaz de definir seus próprios sentimentos.

Dunk retornou ao seu lugar, percebendo que sua tia já havia desaparecido e que Phuwin ainda conversava com a recepcionista. - "Onde está a tia?" - perguntou Dunk, olhando ao redor.

- "Ela entrou, a moça vai agendar outra consulta com o cardiologista" - explicou Phuwin, voltando sua atenção para a mulher que retornava com alguns documentos. Dunk aguardou enquanto o amigo assinava os papéis, e então ambos se dirigiram ao elevador.

- "Vi meu irmão no banheiro" - comentou Dunk.

- "Você falou com ele?" - perguntou Phuwin, que conhecia um pouco do passado de Dunk e já antecipava a resposta.

- "Não" - respondeu Dunk secamente. Não havia mais o que ser dito, e Phuwin compreendeu, embora não concordasse.

- "Se você passar segundos com o Joong, vai ver seu irmão mais do que em toda sua vida." - Phuwin disse, totalmente despreocupado com a expressão incrédula do amigo.

- "Nada a acrescentar" - disse Dunk, começando a se preocupar com algo que não considerou antes.

- "Joong cuida dele há muito tempo" - Phuwin terminou de esfaquear o amigo que tentou chutá-lo ao sair do elevador. Eles entraram em uma nova recepção, observando os olhares das outras pessoas e, de forma tímida, caminharam até o fundo da sala, onde se sentaram em silêncio.

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