Capítulo 8

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A revista estava sendo um sucesso, e Pond havia dado folga para toda a empresa comemorar. Phuwin, por sua vez, choramingava no sofá da casa da mãe, aproveitando o dia para se arrepender de todas as oportunidades que havia perdido na festa. A mãe, sempre sincera demais, comentou:

— “Filho, você está acabado.” — Phuwin, com um tom de desespero, respondeu: — “Mãe, a senhora poderia me deixar no fundo do poço, por favor?” — A mãe suspirou, sentou-se no braço do sofá e acariciou os cabelos do garoto.

— “Deixe isso para lá. Cadê o Dunk? Já está quase na hora do almoço.” — Phuwin grunhiu em resposta. A mulher desistiu do assunto, sabendo que o filho ficaria ali, mas confiante de que ele eventualmente superaria essa fase. Era uma rotina toda vez que o garoto tinha folga. 

O parque estava silencioso, e as flores das árvores caíam com o vento forte. Dunk limpava sua roupa, havia perdido o carrinho de churros pela falta de vaga para estacionar. Enquanto caminhava mais um pouco, seu celular vibrou com uma chamada da mãe. Revirou a mente, se perguntando se era seu aniversário ou de alguém da família.

— “Você vem em casa?” — A ansiedade da mãe não era uma surpresa; não tinham um bom relacionamento desde que Dunk se assumiu aos quinze. Ele atendia as ligações, mas se negava a ver a mulher.

— “Você sabe a resposta.” — O silêncio do outro lado fez Dunk continuar.
— “Vou passar o dia com o Phuwin.” — Escutou uma voz masculina e a chamada foi desligada de imediato. Suspirou, olhando ao redor. Queria os churros.

Quando Dunk chegou, já havia passado do horário de almoço, sorridente, com os churros na mão. Ele os colocou na mesinha. A casa estava silenciosa, a tia havia deixado comida na mesa da cozinha com um bilhete pedindo para acordar Phuwin.

— “Ei, moribundo” — Phuwin se espreguiçou e sentou no sofá — “Você quer uma água? Sua mãe deixou comida para a gente” — Dunk colocava a comida na mesinha da sala, sentou ao lado e entregou um dos churros ao outro.

A atmosfera parecia pesada, como se estivessem em um velório. O silêncio pairava, e o aroma dos churros se misturava com a melancolia.
— “Por que o clima está de velório?” — Phuwin ainda estava sonolento para socializar, apenas encarou o amigo e comeu os churros em silêncio.

— “É devido à conversa com o Pond?” — a expressão do outro fez Dunk começar a comer imediatamente. O silêncio enquanto comiam acabou sendo cortado pela chegada da mãe. 

— “Dunk, você demorou” — o garoto sorriu em resposta.

— “Eu comprei churros no caminho, tia” — a tia sorriu para ele e aceitou a gentileza.

— “Phuwin estava se sentindo triste, ficou murmurando sozinho e ainda me expulsou da minha própria casa.” — Phuwin, que comia uma coxinha de galinha, sorriu timidamente para a mulher brava em sua frente.

Enquanto ria da cara de Phuwin, ouviu o celular tocar, saiu de perto do amigo que discutia com a mãe sobre não estar triste. A chamada de Force o surpreende de certa forma.

Ligação on

— “A mãe pediu para você me ligar? Já disse a ela que não vou.”

— “Posso falar primeiro, querido primo?”

— “Desculpe, pode falar.”

— “Vamos sair juntos, conversar um pouco.” — Dunk queria ver o primo, os dois sempre tiveram uma relação boa, mas quando se tratava da família, era sempre bom se manter atento.

— “Admito que sua mãe me ligou, mas não me pediu para lhe ver, ela perguntou se você estava saindo com alguém.” — Não estava surpreso, o fato da mãe querer o ver era no mínimo suspeito.

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