7 - SOLITUDE

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Viver sozinho às vezes pode ser terrível, mas não era esse o sentimento que Charles sentia ao dividir a cama com Jeremias.

Tinha sido a primeira vez juntos e não haviam palavras para descrever o que sentiam. O que tinham feito ou ainda estavam fazendo, cada toque, beijo quente e pele flamejante debaixo dos lençóis eram sem cálculo, sem esforço e sem vergonha.

Naturalmente se amavam e se encaixavam naquele amor que ainda não estava maduro, mas que explodia junto à música do quarto do hotel.
Pelo visto, Jeremias tinha planejado aquele momento tão perfeitamente para estar com seu amado, que nada tinha dado errado. Era um sonho, tanto para um quanto para o outro.

— Eu nunca imaginei que, quando disse que confiaria em mim, estava falando tão sério. — Charles comentou, ofegante, enquanto admirava seu reflexo no espelho suspenso.

— Eu te amo! — Jeremias sussurrou em seu ouvido.

Aquilo fez seu corpo gelar. Era como se todo o fogo estivesse sendo sugado pelo ar condicionado do quarto.

— O que disse?

— Eu falei... — Jeremias sussurrou mais uma vez, enquanto subia de volta e deixava o amor do seu parceiro entrar em seu universo novamente. — ...que eu amo você!

Charles não questionou mais nada.
A resposta para aquilo foi entregue quando a faísca brotou em seus pés e explodiu todo o seu corpo, enquanto agora o beijo e suor de ambos se tornavam um só.

Ainda observando seu reflexo no espelho e gozando daquele momento, Charles voltou a encarar sua imagem naquele maldito vidro suspenso...
Sua respiração pesada enquanto gemia estava agora ao lado do pescoço do garoto que voltava a repetir em seus ouvidos... As mesmas palavras...

Eu te amo... Eu te amo... Eu te amo...

Foi impossível dormir naquela noite. Nosso garoto sentia frio... Ou somente desconfiava que o que tinha sido proclamado naquele dia incrível era tudo, menos a mais pura verdade.

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