Somos galáxias diferentes ficando distantes dentro de um universo em expansão.Quando as férias acabaram, Charles teve a sensação de não ter aproveitado nada...
Quase no fim, seu corpo implorava para estar de volta à correria de entregar pedidos e preparar lanches para pessoas desesperadas para comer e passarem um tempo juntas.
Durante todo o trabalho, ele observava como as pessoas eram sempre dependentes umas das outras e como sempre amou quando estava só e também observava alguém sozinho ao longe...
Às vezes, a pessoa ao longe era alguém belo e formidável. Elegante, vamos pensar assim... E na mente dele, nascia o amor.
Eram faíscas, que sempre brilhavam quando se apaixonava por vidas e almas que talvez nunca mais pudesse olhar na vida. Isso não acontecia raramente, mas sempre.
Apaixonar-se por pessoas na rua, metrô, ônibus... Duas, três ou até cinco pessoas por dia... Todas lindas e elegantes.
Mas nenhuma para sempre.
— Você não ouviu nada do que eu disse, né?
Ele estava sentado nas cadeiras altas do salão do restaurante junto com sua amiga de intervalo, Ana.
Ela, naqueles dias, tinha sido seu abrigo do desabafo sobre suas dores.— Desculpa... — Charles disse baixinho, enquanto desviava o olhar de um garoto solitário bem no fim do salão, que ouvia música em seus fones com fio.
— Quem usa fone com fios hoje em dia?
— Por que está desviando do assunto?
— O quê?
— Estávamos falando do Jeremias... Ah... Deixa...
— Não. O que foi que você disse?
— Charles... — Ana recomeçou. — Você está tentando esconder o fato de que ele não te ama.
— Não pode.
— Não te ama. — Ela repetiu. — Não existe isso de não poder. Quando queremos algo, a gente vai lá e consegue.
— Mas conseguimos. Já fizemos tanta coisa juntos!
— Como amigos. — Ela lembrou.
— Como namorados! — Charles rebateu.
Ele voltou a comer seu lanche, faltavam só 15 minutos para o intervalo terminar.
— Já vou descer.
Charles pegou sua bandeja, lançou o lixo fora e desceu. Com o telefone em mãos.
Ana tinha percebido e tentado contar quantas vezes ele tinha desbloqueado o aparelho, com certeza buscando mensagens, mandando várias em busca de apenas uma que alimentasse a sua necessidade.
Seu amigo não tinha sorrido ou brincado em nenhum momento em que estiveram juntos.
Como se sua mente estivesse vazia, dependente emocionalmente de um amor fracassado...
Não era a primeira vez que ela estava ao lado dele vendo esse tipo de coisa acontecer, mas agora parecia a única prestes a destruí-lo.
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Um conto SOBRE NÓS
RomanceA DEPENDÊNCIA EMOCIONAL existe e ela precisa ser curada antes que o amor vire uma tragédia! Charles e Jeremias são dois garotos que se conhecem rápido demais e se amam na mesma intensidade. Mas velocidade é sempre sinônimo de perigo e é por isso que...