The Player

Saturn

Todos os meus princípios e conceitos são destruídos no minuto que eu coloco o endereço de Trevor no localizador do aplicativo. Estou feliz por estar bêbada, sei que nunca seria atrevida ao ponto de ir encontra-lo se estivesse sóbria.

Assim que entro no carro em direção à casa dele, meu corpo é consumido por mil sensações diferentes, a falta de ar me consome e percebo que estou ansiosa.

Pago o motorista e desço, enviando uma mensagem alertando Trevor de que eu havia chegado.

A rua estava totalmente deserta, acabo indo em direção à um prédio sem ter a certeza que era o de Trevor e toco o interfone, mas antes mesmo do porteiro atender escuto um assobio vindo da minha direita.

Trevor.

Caminho envergonhada até o prédio e ele parece achar graça da situação.

-Oi - Digo timidamente

-Masen, você veio - Ele responde

Passamos do portão e ele me guia até o elevador. Parece que é a primeira vez que nos vemos, o olhar dele de empolgação por eu estar ali é impagável.

-Não tem ninguém em casa? - Pergunto

Percebo que estou envergonhada o suficiente para não o encarar nos olhos e me sinto uma boba.

-Minha mãe meus irmãos, é por isso que nós vamos em outro lugar - Ele responde apertando o botão "L".

Em menos de um minuto estamos na área de lazer.
Vai mesmo acontecer. É tudo o que eu consigo pensar.
Trevor estende a mão e eu pego, naturalmente, como se já tivéssemos feito aquilo um milhão de vezes. Caminhamos até a varanda, a vista para as montanhas é incrível, estamos a poucos minutos do sol começar a aparecer, o céu tem um tom de roxo e o vento gelado me deixa arrepiada. Sinto que meu coração vai sair pela boca assim que ele me agarra e aí repentinamente, tudo se acalma.

É ainda melhor que em todos os meus pensamentos.

Nos encaramos quando ele aproxima o rosto do meu, seus olhos são do tom de castanho mais lindo que já vi, percebo pequenas pintas que formam uma constelação, uma pequena cicatriz na testa, sua boca é tão vermelha e macia que só quero toca-la com a ponta dos dedos, mas ao invés disso, ele a coloca contra na minha.

A língua de Trevor me acaricia suavemente, pedindo passagem, enquanto sua boca me pressiona com força, é tão gostoso que eu quero aproveitar cada milésimo de segundo.

Suas mãos me apertam como se quisessem ter certeza que eu estava ali, eu o puxo cada vez mais pra perto e ainda assim não parece o suficiente.

Era tão intenso que eu me sentia extasiada, não sabia qual era a sensação que drogas causavam, mas pelo o que eu ouvi falar, aquilo era bem parecido.

-Eu quero tanto você. Desde o dia que te vi naquela quadra, com cara amarrada e não dando a mínima para mim – Ele sussurra com a boca ainda encostada na minha, nós dois soltamos uma risada baixinha
-Que bom que você não se assustou com o meu mau humor – Eu digo e ele morde de leve a minha bochecha, nos encaramos por alguns segundos.
-Você é linda Masen, tenho vontade de te dizer isso já faz tanto tempo, o tempo todo – Ele diz sorrindo e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha

O sorriso mais lindo que já vi.

(...)

Passamos o resto da madrugada sentados na beira da piscina, emendando sessões de beijo e conversas. Faço cafuné nos cabelos escuros de Trevor e ele está de olhos fechados contando sobre a primeira vez que percebeu que amava jogar futebol.

-Todos os seus irmãos são jogadores como você? – Pergunto

-Não, eles até gostam de jogar, mas profissionalmente só eu e o Trenton – Ele responde

-Vocês são em quantos? – Pergunto novamente

-Cinco, Thomas é o mais velho, depois vem o Trenton, depois eu e por ultimo os gêmeos, Tyler e Taylor – Ele responde

-Uau, sua mãe é uma grande fã da letra T – Digo e ele ri – Qual é o nome dela?

-Suzane – Ele responde

-Eu esperava um nome com T, seu pai então? – Pergunto e a expressão de Trevor muda automaticamente

-Você já sabe tanta coisa sobre mim e eu ainda não sei o mínimo sobre você – Ele muda de assunto

-O que quiser saber, sou um livro aberto – Digo

-Porque veio pra Chicago? – Ele pergunta

-Eu vim do interior, não tinha muita coisa para fazer da vida lá, a não ser se eu quisesse virar garçonete de algum PUB na beira de estrada – Respondo rindo

-Mas deixou sua família, não sente falta? – Ele pergunta e eu penso antes de responder, se o tópico "pai" era um assunto difícil para ele, família também era para mim.

-Minha família não é bem a de um comercial de margarina, acredite quando eu digo que estou bem melhor aqui – Respondo com uma risada sem graça.

-Entendi, minha hora de mudar o assunto – Ele diz e eu balanço a cabeça em confirmação

Trevor começa e me contar sobre suas inúmeras tatuagens, uma bússola, datas, nomes aleatórios e diversos desenhos. Presto atenção em cada palavra que sai da sua boca, mesmo que seja um esforço, já que minha única vontade era beija-lo.

Creio que não demora muito até ele perceber minha intenção e acaba me puxando para o seu colo, onde nossas bocas se encontram novamente.

-Poderia passar um dia inteiro te beijando – Ele diz rindo

-Eu odeio dizer isso, mas já tenho que ir, apesar de também ser a minha vontade - Digo e Trevor me olha com um ar de tristeza.

-Tudo que é bom dura muito pouco - Ele diz se levantando e me puxando em seguida.

-Temos o final de semana todo juntos, só precisamos ser discretos – Eu respondo

-Eu sou um segredo pra você senhorita Masen? – Ele pergunta me abraçando, seu corpo gigante me cobre e eu me sinto uma criança

-O que ninguém sabe ninguém estraga, é o que dizem – Respondo rindo – Te vejo daqui algumas horas Maddox – Digo me levantando na ponta dos pés e dando um beijo estalado em seu rosto.

- Estou ansioso, Masen - Ele responde e me puxa para um último beijo.

(...)