Chemical

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-Você só pode ter enlouquecido de vez Marie Alice! — Bella berra entrando pela porta do meu quarto
Olho para Jasmine com raiva.
-Você chamou ela?! — Pergunto
-Eu precisava de reforços! — Jasmine se justifica
-Alguém precisa colocar juízo nessa sua cabecinha de vento — Bella esbravejou
-Eu estou bem, eu não vou falhar com o James, é a minha última reportagem! — Digo voltando a dobrar as minhas peças de roupa e colocar na mala de mão.
-Você não quer falhar com James ou não quer deixar de ver a estreia do Trevor? — Bella perguntando arqueando a sobrancelha e me lançando um olhar suspeito
-Eu mal vou ter contato com o Trevor, só vou entrevista-lo — Respondo
-Alie não tem nem uma semana que você teve alta, você ficou desacordada por quatro dias, fraturou a costela, bateu com a cabeça, está com o corpo cheio de arranhões. Você passou por um trauma! — Bella começa e os flashes me atingem.

Assim que sou lançada na parede, a dor ressoa por todo meu corpo, espalhando-se como uma corrente elétrica. Em meio à confusão, mais pessoas começam a descer desesperadas pela escadaria, seus rostos contorcidos pelo medo.
Gritos histéricos ecoam: "Fogo! Fogo!" O pânico é palpável, e a fumaça densa torna o ar quase irrespirável. Minha visão começa a falhar, as bordas escurecendo, e sinto que a inconsciência está prestes a me tomar.
Com dificuldade, levo a mão a lateral da minha cabeça, onde colidi com a parede.
meus dedos retornam cobertos de sangue quente e escuro um sinal alarmante da gravidade do meu ferimento. O pensamento da minha morte iminente invade a minha mente a ideia de um fim tão patético me atormenta.
No caos uma garota tropeça ao pisar na minha perna, seu corpo desequilibrando-se perigosamente. A dor é excruciante, me forçando a encolher ainda mais. O homem que vinha atrás dela tenta desviar, mas acaba caindo pesadamente sobre mim, seu joelho atingindo minhas costelas com força brutal um gemido de dores escapa dos meus lábios enquanto meus olhos se fecham lentamente
então começa a ouvir meu nome gritado desesperadamente no meio do tumulto. A voz de Trevor corta através do pânico, carregado de medo e desespero. apenas me consome ao pensar no trauma que ele enfrentaria se me encontrasse morta em seu jogo de despedida. Sua voz se aproxima, cada vez mais intensa, até que sinto suas mãos firmes me agarrarem. Seu toque é um alívio, seu corpo quente e protetor como uma cama de plumas em meio ao inferno.
"Fica comigo Alice, fica comigo! Não me deixa, por favor" ele repete incessantemente enquanto descemos escadas apressada mente. O som de desespero é um golpe no meu coração.
Não seria a primeira vez que eu o deixaria desapontado.

-Você está nos ouvindo?! — Jasmine pergunta impaciente
-Não. Meu voo sai em três horas — Digo
-O Trevor ao menos sabe que você está indo? - Bella pergunta
-Não devo satisfações a ele — Respondo
Jasmine e Bella se entreolham. Bella assente com a cabeça, como se autorizasse Jasmine a contar algo que elas haviam escondido.
-Ele nos fez jurar que não contaríamos. Mas ele ficou no hospital todos os dias. Ele conheceu seus pais, os únicos que entraram, além dele. Eu e ele tivemos uma briga feia, eu queria entrar pra te ver, mas ele não queria sair de perto de você. Se sentiu culpado pelo o que aconteceu — Jasmine
Preciso de alguns minutos para digerir a informação.
-Por qual motivo isso me impediria de ir? — Pergunto
-Ele não vai se concentrar sabendo que você está lá. Vai atrapalhar ele! — Bella
-Ele não precisa saber que estou lá antes do jogo. Só preciso entrevista-lo quando acabar — Digo e entro no banheiro, as duas me seguem.
-Você vai ter coragem de entrar um estádio sozinha de novo? — Jasmine me pergunta
-Eu não posso viver com medo — Digo e começo a me despir, esperando que isso as faça ir embora e me deixem tomar banho em paz, mas não vão. Jasmine e Bella encaram os hematomas no meu corpo. Roxos enormes estão por toda a minha perna, barriga e braço, sem falar dos arranhões, eu me sentia horrível.
As ignoro e abro o chuveiro, deixando a água quente formar um vapor e criar uma barreira entre nós.
Evito ao máximo os pensamentos, mas saber que Trevor havia me acompanhado no hospital durante os quatro dias que eu permaneci desacordada, era um pouco reconfortante.
Não queria admitir, mas saber que eu estaria perto dele novamente, acordavam as borboletas no meu estômago.

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