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no dia seguinte

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no dia seguinte...

ROSÉ•

eu cheguei em casa ontem e fui correndo para o banheiro para limpar o meu sangue na minha coxa, graças a Deus que o corte não era fundo, foi apenas um deslize na minha pele, eu só iria jogar uma água para limpar aquele sangue.
não iria ficar com corte.

depois disso, eu tomei um banho demorado, deixando os pensamentos me consumir por completo, deste que conheci o Jimin eu ando me sentindo mais apreensiva ainda, como se ele estivesse me vigiando o dia todo, a noite toda.
passei a madrugada toda acordada, não consegui fechar os olhos pra nada, e sempre meus olhos ficavam fitados na direção da janela, era surreal o medo que sentia, foi assustador quando Jimin passou aquele canivete na minha pele, enquanto eu gemia de dor.
foi devastador eu chorando de dor e pelo o medo que me consumia por todo o corpo, pelos os meus pulmões que fazendo ficar sem ar, pela a minha respiração pesada por escutar a sua voz próxima de mim, pelo um pequeno desejo... em tê-lo próximo de mim assim, seu corpo se chocou contra o meu, me deixando totalmente sem chão, sem rumo, fraca, meu corpo ficou enfraquecido, e tudo em mim pareceu ficar sem sentido enquanto eu sentia o calor do seu corpo no meu.

eu não queria ir para a escola hoje, queria ficar em casa, deitada nessa cama pensando e pensando nas mil pensamentos que viam uma hora ou outra na minha cabeça.
me deixava apreensiva, mas eu gostava, pois, é através deles que eu fico mais alerta a tudo o que está acontecendo comigo.
me faz pensar no que está acontecendo na minha vida, na minha família que não é uma das melhores para se conviver.
nos namorados que tive e que foram uns babacas comigo, meu Deus do céu eu fico até arrepiada nas bocas que já beijei, nos corpos que quase me entreguei, dá desespero só de pensar.

sem mais delongas, eu fui me levantando da cama indo na direção do banheiro e colocando o meu uniforme.
arrumo meu cabelo e logo depois deixo o quarto, a cama ainda desarrumada, quando chegar eu arrumo isso.

desço as escadas e me deparo com minha mãe sentada na cadeira, seu olhar estava distante dali, seu corpo estava ali, mas sua alma estava longe, sua cabeça estava colada no seu corpo, mas seus pensamentos estavam a quilômetros de distância de casa.
fui dando passos lentos na direção da mesma, olhei por volta e a casa estava bem desarrumada, um cheiro de bebida alcoólica por todo o canto da casa, e um cheiro de maconha que era o cheiro da casa.
por todo canto, havia rastros do meu pai, por cada canto daquele lugar, havia algo quebrado, algo destruído, algo debilitado.
ao ver o estado de minha mãe, meu coração se apertou. ficar triste tudo bem, mas vocês já viram a mãe de vocês tristes e não poder fazer nada? vocês já viram sua mãe chorar desesperadamente enquanto você saia de casa para se divertir com alguns amigos?
e voltou, a casa estava bem limpinha, ela estava cozinhando para você e logo depois você simplesmente virar as costas para ir embora.
e sabe quem fazia isso? meu pai.
cresci vendo papai e mamãe brigando que nem cão e gato, tive que crescer vendo que um casamento era muito difícil para se manter, vi que a realidade de um casamento não é igual ao que vimos na rede social, o casal se beijando, a cerimônia belíssima, a felicidade no ar.
papai e mamãe eram assim quando estavam de frente das câmeras, de trás delas, papai e mamãe se xingavam, se agredia psicologicamente, se humilhavam, enquanto eu criança chora baixinho todas as noites no meu quarto para entender de fato o que estava acontecendo.
era criança, não entendia, hoje entendo.

four girlsOnde histórias criam vida. Descubra agora