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eu achava que escrever e ler não seria para mim, até ter esses livros nas mãos

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eu achava que escrever e ler não seria para mim, até ter esses livros nas mãos. os primeiros capítulos foram tão cativantes, que eu costumava reler os meus trechos favoritos.

e ao longo dessa viagem, a cada passar das folhas, eu sorria ao saber que aqueles trechos viraram páginas inteiras de lembranças boas.

capítulos tão extraordinários, que faziam as páginas ruins parecerem uma injustiça cruel e mórbida conosco.

mas eram raros... por isso eu continuei a ler e escrever esse livro e ansiava pelo o final feliz.

mas a história não terminou do jeito que eu imaginava , um final feio, sem sentido, uma injustiça cruel e mórbida, nosso amor era um livro promissor até ter as últimas páginas rasgada.

***

•LISA•

meus olhos abriam com dificuldade por causa do raio de sol que passava aos arredores do quarto fazendo avançar no meu rosto que havia acabado de despertar.
aos pouco fui percebendo que eu não estava no porão, não estava deitada no chão, e sim deitada no sofá macio e muito confortável, não estava me tremendo de medo pelo fato de um cobertor bom e confortável que me cobria.
passei a mão na testa e logo percebi que a febre já passou, já estava me sentindo mais " melhor ".
e se eu dizer que eu prefiro mil vezes aqui, sofrendo nas mãos daquele homem que eu tenho certeza que jamais me tocaria por sentir nojo de mim, do que ficar em casa e ser molestada violentamente pelo o meu próprio pai.
o desconforto da minha intimida foi desaparecendo aos pouco, era triste saber que precisei viver em uma situação como essa para soltar um suspiro de alívio por não estar na mesma casa de meu pai. que agora posso acordar aliviada, deitada no chão em um local escuro, mas pelo menos aquele homem não iria aparecer ali.
fui aos poucos colocando na cabeça que agora a minha vida seria essa, em meios a caos, tristeza, solidão dor e tortura nas mãos de um desconhecido, mas nas mãos do meu pai que eu amei tanto quando eu era criança.
a mesma pessoa que me fez sentir medo até de viver, o mesmo que machucava diariamente, o homem, meu pai que me odiava e deixa isso claro no seu comportamento comigo.

me levantei do sofá e arrumei em seguida, a visão ainda estava meio turva, meu corpo não estava cem porcento ainda, precisava de algo para me levantar cem porcento: um remédio ou uma comida.
o remédio pela a pouca dor de cabeça que ainda sentia, e o meu estômago que implorava por uma comida, apenas uma comida para me sentir bem.

ah, Deus!!

que sofrimento todo é esse?
eu sou uma péssima pessoa?
eu realmente mereço isso?
por que?

as perguntas martelavam na minha cabeça, sentindo uma enorme vontade de chorar, cerrei meus punhos para não chorar em plena manhã daquele sábado ensolarado, o sol foi sumindo após sentir a vontade de chorar deixando clima frio no ar, o meu corpo começou a doer implorando pela a comida ainda.
e meu coração que implorava pela a minha liberdade roubada.

four girlsOnde histórias criam vida. Descubra agora