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•LISA•

por volta das 7:00 da manhã, eu tomei um banho e coloquei o uniforme, escovei os dentes, arrumei o cabelo e já estava pronta para ir pra escola.

***

estava sentada em um dos bancos que havia no refeitório, aproveitei que eu estava sozinha naquele momento.
peguei meu caderno e comecei a escrever algumas coisas.
literalmente eu não estava entendendo o que tava acontecendo comigo ultimamente, estava me sentindo estranha durante esse tempo.
claro que ainda ficou triste com tudo isso, decepcionada toda vez que pensava daquele episódio que meu pai me vendeu para o Jungkook.
sem dó, sem piedade de mim enquanto eu chorava e gritava por dentro.
passei a ficar mais "corajosa" por causa disso, estava literalmente em meio ao mundo de um crime e infelizmente não podia fazer absolutamente nada.
por mais que os momentos meus e do Jungkook sejam prazerosos, eu ainda me sentia aflita com tamanha estupidez por me sentir vulnerável toda vez que ele me tocava, minutos depois caímos na cama e começamos a nos "amar".
Jungkook me permite sentir que eu era tudo na vida dele, mas esse é o problema, eu não era.
eu não significava nada pra ele. para Jungkook eu só era um brinquedo sexual para ele, que pode muito bem me tocar para me ver molhar ou delirar cada movimento que ele dava em meu corpo.

***

estava tão entretida escrevendo que nem percebi que o diretor surgiu na minha frente.

- Lisa? - o diretor me chamou estralaçando seu dedo na minha frente.

- Sim? - falei saindo do meu transe. Um pouco confusa, lhe olhei arqueando a sobrancelha para cima.

- Sua mãe quer conversar com você.

- O que? Minha mãe?

- Sim. Sua mãe.

- Não quero conversar com ela.

- Lisa, por favor vá conversar com ela, me parece que o assunto era urgente e muito sério.

engoli seco, e então eu fui.
o diretor me acompanhou até a sala, abriu a porta para eu passar e logo depois fechou.

***

agora eu estava frente a frente com mamãe que fazia dias, ou até mesmo semanas que não a via.
vejo a mulher da minha frente se levantar da cadeira, seu semblante triste mostrava que também estava sofrendo.
por que será que sentir nada demais a vendo daquele jeito?
perdir a empatia que tinha por ela?
a verdade é que a raiva ainda me torturava por completo, e isso era o problema, eu era fraca até para esquecer algum episódio ruim.
eles vivem ainda, apenas me assustando, me irritando e martelando a minha cabeça sem piedade alguma.
do nada aquela sala se tornou pequena entre dois corpos frustrados, acompanhando pela a dor que foi causado durante a vida, a tristeza no ar por todo canto da sala pequena na minha visão.
perdir até o ar lhe vendo se aproximar de mim, vendo perfeitamente seus olhos lacrimejando.
se preparando para chorar, desviei o olhar mas fui surpreendida com um abraço aleatório.

- Filha, como você está? - perguntou a mulher ainda no abraço. Eu podia sentir seu coração acelerado, e o meu normal não sentindo nada demais. Nem retribui aquele sentimento.

- Como acha que eu iria ficar? Seu marido me vendeu para um desconhecido. - digo fria. Saindo do abraço, e lhe olhando nos olhos. Podia ver claramente seu olhar vazio, e ao mesmo tempo arrependido.

four girlsOnde histórias criam vida. Descubra agora