Como uma Promessa

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Eun-ji estava encostada na beira da maca uma de suas mãos segurava a do paciente e outra tampava um dos olhos dele.

Não era como se Ji-hoon pudesse ver algo estando naquele estado, nem sentir. no canto daquela sala o músico se lamentava curioso para saber qual seria o toque dela.

Ela estava com os olhos fechados e um sorriso bobo se formava em seus lábios quando contava algo fora da realidade, isso fazia Ji-hoon sorrir também, como ele gostaria de sorrir fisicamente.

Desde que pôde estar presente no seu próprio quarto, Ji-hoon ouvia a Dra. Eun-ji insistir em dizer que apenas uma breve reação tinha sido um pequeno milagre. E desde então ela passava todos os dias contando a vida pela visão dela, esperando que isso pudesse provocar o impeto desejo para Ji-hoon retornar.

As vezes a própria se sentia uma tola, mas toda vez que observava o rosto sereno de Ji-hoon ela queria vê-lo ali, acordado.

Algumas batidas na porta fizeram a médica se sobressaltar,no entanto sua mão não se soltou da sua do paciente, era como uma promessa.

— Olá Doutora. - a voz grave do diretor do hospital ecoou pelo quarto e os olhos dele se direcionaram para as mãos entrelaçadas. — Soube da sua persistência com esse paciente.

— Olá diretor. Sim, ele mostrou algumas mudanças consideráveis, por essa razão prossegui.

— Eu não sei quais meios você aderiu para isso. Mas presumo que não seja o comportamento ideal dentro deste hospital. Acredito que você já tenha lido as normas e sabe do contato com os pacientes.

— Eu sei - ela suspira — Mas a família dele não mostrou interesse, nessa possível guiada dele de volta. Mas pediram para que eu fizesse o necessário, para isso acontecer.

— Talvez eles sejam sensatos ao ponto de não acreditar nessa forma de trazer um paciente de volta do coma. Trabalhos com estudos e comprovações e resultados. Não com orações ou sei lá o que, doutora.

A resposta ricocheteou em seu coração e um medo avassalador tomou conta de si.

" Ela seria mandada embora por isso? "

Do outro lado numa parte fria do quarto Ji-hoon estava com os pensamentos vagueando.

Sua família não havia dado importância?

Quer dizer ele tinha visto seus pais irem visita-lo durante esses dias. E ele bem sabia que os pais nunca foram espiritualistas a ponto de acreditar que o espirito e a alma do filho estivesse por ai, principalmente naquele quarto esperando alguma razão pra voltar.

Ele queria uma razão pra voltar?

Não. Na verdade ele não sabia como fazer isso, e não tinha nenhum guia espiritual para guia-lo naquele processo. Ele só tinha a Doutora Eun-ji.

Naquele instante o olhar de Ji-hoon se voltou para o homem que conversava com a medica. Ela parecia apreensiva, mas nenhum momento soltou a mão dele. Se ele voltasse ele poderia agradecer ela, por nunca ter soltado a mão dele?

Ji-hoon se aproximou tornando aprestar atenção na conversa, era algo sobre o comportamento da medica com o paciente.

— Que comportamento? - ele questionou mas não seria ouvido tão cedo.

Através dos seus olhos [ Kim Seokjin ]Onde histórias criam vida. Descubra agora