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Tive o primeiro bloqueio! Pensei que iria demorar a escrever de novo. Talvez tenha sido por ter escrito cinco dias consecutivos (senti que minha cabeça ia explodir de tanta dor). Por isso vou dar uma segurada nas atts. Espero que gostem desse capítulo. Boa leitura! 😘

Por onde os ciclones tropicais passam deixam destruição. Dessa mesma forma, Helô sentiu atravessar o período do seu segundo divórcio. Antes de decidir pela separação, aguentou — ciúmes, dor, raiva — todos os sentimentos que antecedem o fim de uma relação. E uma coisa que ela nunca permitiria, era deixar que o relacionamento com Stênio fosse infeliz. O amor deles não merecia. Teve um alento observando o ex-marido deitado entre suas pernas. Percebeu que sua decisão foi correta naquele ano. A separação seria inevitável. Agora lembrava com certa distância todos aqueles sentimentos negativos. Se fosse tarde demais, pelo caminho em que o casamento estava seguindo não seria possível o momento atual.

- Preciso ir Stênio. — falou acariciando o cabelo grisalho do homem.

- Ah não Helô. Tá tão bom aqui. — respondeu beijando seu abdômen. — Além do mais, ainda não acabei contigo. Tô só me recuperando.

- Ráh.. resolveu virar piadista agora ô Stênio? Depois de velho.

- Tá duvidando? E eu não tô velho. — deu um leve tapa na lateral da nádega da ex-mulher. — Como você disse, muita coisa mudou.

- Tá bom, chega de conversinha fiada. Me deixa levantar. — disse empurrando seus ombros.

- Já disse que não. — mordeu a lateral do seu quadril.

- Aiê Stênio… você me machucou. — resmungou manhosa.

- Qual é Helô? Para de fingir que não tá gostando desse chameguinho.

- Mané gostando. — desdenhou.

Observou o homem subir lentamente até a altura dos seus olhos.

- Diz, mas olhando na minha cara que não gostou de ter meu pau te alargando por completo humm. — sussurrou rouco no seu ouvido. — Que não ficou inchadinha me aguardando.

- Não gostei. — respondeu cheirando o rosto do homem.

- Como você é impiedosa em? — disse carinhoso. — Mas te conheço para o bem e para o mal. — riu.

- Isso é bom ou ruim? — perguntou curiosa.

- Depende. Nesse momento é bom.

- E posso saber o porquê?

- Sei que tá mentindo. — disse calmo.

Nessas conversas que Heloísa achava que se conheciam de outras vidas. Não era possível adquirir tanta química e conhecimento sobre o outro em uma só. Era a única explicação.

- Nunca consegui te enganar não é mesmo? — sorriu triste.

- Não faz essa carinha, não era essa a intenção. — preocupou-se em estragar o clima leve que estava entre eles. — Vamos mudar para um assunto melhor.

- Vamos sim. Vamo falar do quanto isso aqui foi um erro. — disse apontando os dois.

- Tenho uma sugestão melhor do que essa. — contrapôs.

- Stênio essas tuas sugestões só me levam pro mau caminho. Como o de agora. — enfatizou.

- Me engana que eu gosto. — caçoou. — Que eu me recorde, não recebi nenhuma reclamação minutos atrás. O que me faz lembrar que a gente não usou camisinha. — pronunciou apreensivo.

- Não se preocupe. Tomo remédio.

- Imaginei. — lembrou-se de Marcelo. — Também não se preocupa, tô limpo, faço exames regularmente.

- Bom saber. Cafajeste como é.. — respondeu ciumenta.

- É impressionante como você só pensa o pior de mim né?

- Te conheço de outros carnavais meu filho. Agora sai.. sai.. — bateu nos braços do homem.

Finalmente em pé. Heloísa olhou ao redor do quarto procurando seus pertences. Mais lúcida imaginou as desculpas que usaria para explicar o seu sumiço ao colega de trabalho. Só pedia aos céus que Marcelo não tenha olhado Stênio a seguindo até o banheiro. Não saberia encarar um olhar acusatório porque ela não iria pedir desculpas. Não estava nenhum pouco arrependida do que fez, isso tinha certeza. Só não revelaria. Não daria munição ao inimigo, no caso o homem que a abraçava por trás nesse momento.

- Fica. Ainda não te chupei. Não é esse o intuito daquela frase? — atiçou esfregando o pau em sua bunda nua. — Um dia ainda entro aqui. — murmurou em seu ouvido.

- Parou ô Stênio. Não vai entrar em lugar nenhum. Essa é uma área proibida, meu filho — disse fraca correspondendo ao movimento. — Preciso me explicar com o Marcelo. — afirmou.

Helô estava alheia ao que causaria com aquela frase. Para ela o assunto seria apenas sobre trabalho, porém Stênio não tinha conhecimento dessa informação.

- Você tem que se explicar é comigo. Que história é essa de tá com aquele babaca em um clube de swing? A quanto tempo vocês estão ficando em Heloísa? — perguntou virando-a de forma brusca.

- Aiê..eu gosxxto quando tu age assim, que nem macho.

- Helô! — advertiu levantando a sobrancelha.

- Ô Stênio, não vem querer bancar o marido traído porque estamos D-I-V-Ó-R-C-I-A-D-O-S.

- Não por decisão minha. — falou sendo repreendido pelo olhar dela.

- Tu é muito sem vergonha. — bateu no braço do ex. — E aquela vagabunda em? — ganhou mais outro tapa.

- Olha a agressividade. — riu safado. — É só uma amiga Helô.

- Pois então, é só um amigo. — revidou. — Além do quê, não quero mais ninguém fixo na minha cama. — proferiu devagar abraçada a ele.

Helô gostava de ver as emoções mudarem no olhar de Stênio ao ser provocado. Um dos instrumentos que adquiriu depois de anos de convivência. Saber onde cutucar a fera adormecida.

- Tu gosta de me provocar. — afirmou com os olhos em chamas.

- E tu gosxxxta de fazer essas perguntas de quem quer ser provocado. — falou dando um selinho nos lábios do homem.

Da mesma forma que sabia despertar, conhecia muito bem como acalmar aquela fera.

- Depois não vem pedir clemência. — comunicou. — Porque eu não vou dar. — garantiu iniciando um beijo explosivo seguido de um tapa forte na bunda.

- Tu me ouviu alguma vez te pedir clemência? — perguntou ofegante quando o beijo cessou.

Não conseguiu escutar a réplica de Stênio para aquela provocação porque logo ouviram alguém batendo na porta chamando por ela. Nessas horas que clamava por superpoderes do teletransporte ou invisibilidade.

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