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Vim aqui pra agradecer os comentários, me divirto muito com alguns. Em algumas mensagens vocês falam exatamente o que pensei na hora de escrever e fico feliz porque significa que tô conseguindo transmitir um pouco do que quero para o capítulo. O que por sinal descobri ser muito difícil esse exercício de  traduzir esses sentimentos e pensamentos dos personagens. Outra coisa. Às vezes atualizo mais de uma vez o capítulo, não sei se aparece pra vocês. Mas é por conta do app que não coloca algumas pontuações ou os parágrafos são configurados de uma forma estranha o que é essencial pra uma  leitura confortável. Então não estranhem. Não é nenhuma mudança na estória. Boa leitura!

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Parada na entrada do closet não consigo optar pela roupa apropriada para essa noite. Quero um look meio termo, que não seja sensual ao ponto de transparecer alguma mensagem errada e nem formal demais como se estivesse indo para mais um dia na delegacia. Na verdade, estava dando muita importância para uma ocasião que não duraria meia hora, porque se Stênio pensa que vai me enrolar com os papos cafajeste dele, tá muito enganado. Já tomei a vacina anti-otária. Hoje foi um dia daqueles colocados na lista para esquecer. Além da novidade da filha do meu ex, ainda recebi a notícia do Marcelo relatando que o Mauro Bittencourt também não colaborou em nada no interrogatório. O que me tranquilizava eram as provas adquiridas nesses dois meses, isso, após conseguirmos autorização para instalação de câmeras com áudio na sala que eram realizadas as competições. Só um fato me mantém com uma pulga atrás da orelha. A ausência da Paula nos vídeos. O irmão e sócio apareceu algumas vezes de forma assídua, por isso a participação dela não era clara pra mim. Não que descarte porque nem todo criminoso é ativo nos esquemas, além disso temos algumas assinaturas dela em contratos. Apenas serei mais cautelosa.

Começo a passar o hidratante no corpo depois de decidir não escolher nenhuma roupa. Vou só colocar minha camisola vermelha e um robe por cima mesmo. É bom que leva a mensagem de pouco tempo pra conversa e ainda invento uma desculpa que vou precisar dormir por conta do trabalho. Minha paciência pra Stênio anda no limite do suportável, além de tudo não preciso de mais estresse na minha vida. Já bastam os presos daquela delegacia.

Ao sair do quarto lembro-me de verificar a resposta da Creusa se vai dormir na casa da afilhada. Essa que inclusive Stênio vai ter trabalho para acalmar, até hoje não entrou em contato com um mísero “oi”. Mas pensando bem, pela forma que aquele lá é tratado provavelmente vai arrumar um jeito de passar panos frios rapidinho. Já estava indo olhar o celular quando escuto o som da campainha. Só pode ser ele. Não espero outra pessoa e seu Raimundo não interfonou para perguntar se alguém poderia subir.

Foi preciso respirar fundo duas vezes até eu ter a coragem de abrir a porta. E como imaginava o maldito veio com outras intenções. Não satisfeito com minha negativa para essa conversa de “adultos”,  como ponderou, ainda tem a audácia de trazer o bendito vinho. Chega até a ser engraçado saber exatamente as artimanhas que usa quando sabe que fez merda. É um script perfeito onde aparece na minha casa sem ser convidado e com um vinho na mão, banhado com o perfume que sabe que gosto e a conhecida cara de carente. Não sabendo ele que já tô vacinada. Droga! Quem eu quero enganar. Sempre caio na teia desse homem.

- Trouxe o vinhozinho daquela viagem que a gente fez pra Itália há cinco anos atrás, lembra?

- Ô Stênio, vidas passadas não me interessam. Entra! Quero acabar logo com isso.

Senti sua presença por trás indicando que me acompanhava. E como esperado desviou o caminho até a cozinha, provavelmente para pegar o abridor. Impressionante como os anos passam e as coisas não mudam. Sentei no sofá aguardando seu retorno, o que não tardou a aparecer andando lentamente em minha direção com a garrafa e duas taças nas mãos. Logo se juntou a mim no sofá servindo o vinho ao mesmo tempo que me encarava com um pequeno sorriso.

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