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Helô

Por isso que o imbecil não atende minhas ligações, só podia tá aprontando alguma.

- Antes do meu cliente começar a falar gostaria de algumas garantias.

- Você sabe que não funciona assim, primeiro vamos escutar e só depois consideramos se as informações são importantes. — informou Marcelo.

- Te garanto que são.

Em nenhum momento desde que cheguei me dirigiu o olhar, o que me irritou um pouco.

- Aqui não atestamos as palavras dos advogados, trabalhamos com provas. — dessa vez resolvi entrar na conversa o fazendo finalmente virar o rosto em minha direção.

Sua expressão é de culpa quando me encara e seus dedos começam no mesmo instante a batucar em cima da mesa, que logo para ao perceber que eu observava.

- Inicia por onde conversamos. — se dirige dessa vez ao cliente.

A  atenção de todos na sala a partir desse momento pertence a apenas uma pessoa. Tomara que essa palhaçada valha a pena.

- Bom, primeiramente gostaria de esclarecer que minha irmã não tem culpa nenhuma dessas acusações.

- E os contratos assinados por ela? — pergunta o homem ao meu lado.

- Não foi ela. Todos eles foram encaminhados para um profissional em falsificação de assinaturas e posso afirmar que ele é muito bom, por isso vocês não conseguiram detectar.

- Tá bom, mas se isso for mesmo verdade precisamos de um nome. — afirmo.

- Não se preocupem que temos provas de todos os relatos do meu cliente. Ele vai identificar também os demais autores dos crimes ditando a prática de infração de cada um. Mas só vamos começar quando tivermos um acordo de delação premiada.

- O que exatamente o seu cliente quer? — pergunto abismada com a capacidade que Stênio têm em defender esse tipo de gente.

- Proteção à testemunha, além é claro da redução de dois terços da pena.

- Então o seu cliente acha que pode sair em pune como se não tivesse acabado com a vida de diversas mulheres?

No caminhar dessa conversa Marcelo já se encontrava totalmente distante me deixando conduzir sozinha, sabendo que eu conhecia muito bem o advogado do outro lado.

- Ele tem plena ciência do crime cometido e sente muito por isso. — falou dispondo o corpo mais a frente com as mãos cruzadas na mesa e me olhando fixamente. — E é por isso que ele vai entregar provas contra os cabeças da organização criminosa, mas não sem antes a garantia de sua segurança física. — retornou a encostar as costas na cadeira.

Acho que por isso odeio o que ele faz pra ganhar dinheiro. O homem é bom nisso, na verdade bom é eufemismo porque ele é excepcional, não entra pra perder e exala total confiança em seu trabalho.

- Ok, então pode começar a falar. E se essas provas tiverem algum embasamento a gente aceita a delação com todas as exigências. — falou Marcelo que até então estava calado por todo esse tempo.

Por mais que achasse injusto com as vítimas não poderia fazer nada. Primeiro porque destruiremos a organização pegando os chefes que o Bittencourt irá delatar, e segundo, eu não era a líder dessa investigação só estava ali como apoio. E infelizmente tenho que concordar com todas as decisões.

Estamos há horas no depoimento e quanto mais ele fala mais me enoja toda essa situação. Impressiona  a capacidade dessa gente em cometer crimes crueis apenas por dinheiro, e não era pouco, chegava quase na casa dos bilhões de dólares.

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