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O clube Lux era sombrio e secreto. Escuro e vermelho. Homens e mulheres cobertos por roupas de couro e látex. Escutava-se palmadas, gemidos, sons de chicote e uma música que ecoava no salão principal.

Heloísa e Marcelo se identificaram no saguão com os codinomes Atena e Apolo. Todos os frequentadores possuíam, era uma regra da casa.

Passaram um mês se dedicando a conhecer a variedade de práticas sexuais. No final, decidiram pela dominação e submissão. Helô seria a Dominatrix, não se submeteria a nenhum homem mesmo sendo disfarce.

Muitos pareciam se conhecer, o que seria uma tarefa difícil para um primeiro contato. Precisariam ser mais ousados até atrair algum casal para uma conversa e começar a investigar. Mas tinham um ponto positivo, vários possíveis suspeitos e testemunhas, já que pareciam bem familiarizados com o local.

- Vamos ao jogo! — sentenciou Helô arrastando Marcelo pela coleira.

- O que a gente não faz pelo trabalho. — murmurou de cabeça baixa.

- A gente precisa chamar atenção de alguma forma. — afirmou estudando o ambiente.

- Concordo!

O clube estava cheio. Assistiam como voyeurs, sentados em uma mesa, um casal em ação. Heloísa tomava um mojito de limão quando levantou.

- Precisamos conhecer as outras salas.

- Tem razão.

Saíram a procura de alguma pista. Aquelas pessoas estavam com o desejo a flor da pele, se sentia segura pra transitar entre os salões, era como se tivesse camuflada.

- Percebeu que tem um segurança em frente aquela sala? — apontou Helô o cômodo a sua direita.

- Já sim. Alguns homens de terno entraram a poucos minutos.

- Vestimenta estranha pro local que a gente tá. — estranhou. — Vamos dançar! Não podemos ficar só andando por aqui.

- Certo! — falou Marcelo abraçando Helô pela cintura e movimentando os dois ao ritmo da música. — Precisamos saber como entrar naquela sala…

Enquanto Marcelo explicava o plano, Helô teve a sensação de ser observada. Procurou pelo ambiente e se deparou com o olhar fixo de Stênio em sua direção. Percebeu que ele estava acompanhado por um mulher morena, não quis pensar o que o ex-marido fazia naquele lugar.

- Tenho que ir ao toalete. — falou se afastando de Marcelo apressada.

Conduziu os passos ao corredor que levava ao banheiro sem olhar para trás. Perto da entrada sentiu um braço a segurando forte. Não precisava virar o rosto pra saber quem era. Conhecia o toque de Stênio de olhos vendados.

- O que você faz com esse cara aqui Heloísa? — grunhiu irritado.

- Não te interessa! — respondeu igualmente enfurecida. — Para de ser hipócrita, tu tá muito bem acompanhado pelo que vi.

- Não muda de assunto Helô. Fiz uma pergunta.

- Eu sou Helô só quando te convém né? — respondeu sarcástica.

Não conseguiu prever o próximo passo de Stênio. Quando menos esperou, encontrava-se prensada na porta do banheiro com as mãos do ex-marido ao redor do seu pescoço.

- Não brinca comigo. — apertou ainda mais o pescoço da mulher.

- Me larga Stênio. — sussurrou excitada.

- É o caralho que vou te soltar pra voltar até ele. — falou possessivo.

- O que vai fazer? Me sequestrar? — perguntou provocante com a boca quase colada à do homem.

Soube que tinha ido longe demais na provocação no momento em que os olhos de Stênio escureceram.

- Tu tá ferrada. — decretou beijando-a com força.

*

De cabeça pra baixo socava as costas de Stênio que caminhava despreocupado pelo corredor que levava aos quartos privativos. No momento, se arrependeu de sair do lado de Marcelo. Estava ali a trabalho não tinha tempo pra discutir com o ex-marido.

- Me coloca no chão agora cretino. — ordenou.

- Calada! — falou dando um tapa certeiro na bunda de Helô.

Escutou o barulho da porta sendo destrancada. Travou o corpo naquele instante. Só veio a sua cabeça em que momento Stênio havia adquirido aquela chave.

- Cachorro! — gritou desapontada. Bateu forte nas costas, bunda… onde conseguia alcançar o corpo do homem.

- Ei, calma Helô! — tentou acalmar a mulher.

Quicou encima da cama ao ser jogada pelo ex-marido que logo subiu cobrindo seu corpo.

- Sai de cima de mim Stênio. — disse fraca.

- Tá bom, eu saio. — concordou se afastando.

Mais calma levantou na intenção de sair do quarto. Sendo impedida pelo homem alto a sua frente.

- Me deixa passar.

- Nem pensar, volta pra cama e não me faz repetir. — disse sério.

- Tu é muito cara de pau em me trazer pro quarto que ia fuder qualquer vagabunda, é demais até pra ti. — declarou o encarando com raiva.

- O que você tá falando? Não me compara contigo. Não era eu que tava me esfregando com outra pessoa pra todo clube ver. — falou enfurecido, no mesmo instante recebendo um tapa na cara.

- Dou pra quem eu quiser. E tu não tem nada a ver com isso. — afirmou.

O clima pesou no quarto. Nenhum dos dois piscavam. Mais uma vez Helô tentou sair do cômodo, achou que finalmente conseguiria, não tinha cabeça nem pra continuar a investigação iria pra casa. Ledo engano. Quando passou pelo ex-marido sentiu um forte puxão no cabelo fazendo com que colasse as costas em seu peito.

- Aí Stênio — sussurrou manhosa.

- Sabe o que vai acontecer agora? — perguntou de forma retórica no ouvido dela. — Eu vou sentar naquela poltrona. — direcionou a cabeça de Helô até o objeto. — Enquanto você vai tirar essa roupa sensual pra mim. Depois vai subir nessa cama e ficar de quatro. — anunciou devagar.

- Se eu não fizer isso? — perguntou excitada roçando a bunda no mastro duro do ex-marido.

- Não queira saber. — revelou se afastando a caminho da poltrona. Não corria risco de Helô sair lembrou muito bem de trancar a porta ao entrarem.

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