25. Tribunal

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⇜ Perspectiva de Han Jisung ⇝

Os minutos se passavam muito lentamente nos corredores do tribunal. Assim como Han, o Hyunjin, Seungmin e Minho não iriam depor, mas ainda faziam questão de estarem presentes por apoio. O advogado estava atrasado, assim como Felix. Será que ele e Minho tinham mandado os arquivos tarde demais? Mas mesmo aceitando essa possibilidade, o caso ainda era "fácil". Pelo menos era o que todos diziam. Entretanto, quando o tal penetra passou por eles na entrada do lugar, seu olhar era de provocação. Um olhar que foi recebido pela raiva silenciosa do mais velho e o mais novo do grupo.

Changbin enchia o celular de seu melhor amigo de mensagens, as quais ele não sabia mais o que responder.

— Nada do Lix, hyung? — Hannie perguntou ao seu namorado, por puro desencargo de consciência.

— Não.

— Ele não disse nada antes de sair? — Foi a vez de Seungmin de perguntar, já que Lix não respondia nem as mensagens dele.

— Ele não fala comigo desde a discussão... — Han conseguia sentir a culpa nas palavras de Minho. Tinha certeza que ele se perguntava se foi a briga deles que fez Lix desistir de ir.

— Ele precisa parar com essa mania de fugir das coisas — Hyunjin andava de um lado pro outro, como se a circulação do sangue fosse ajudá-lo a chegar em alguma conclusão muito inalcançável — E sim, eu sei que também faço isso, antes que me critiquem. Mas é por isso mesmo que posso falar.

— Ninguém vai te criticar, Hyun — A voz de Channie era como um calmante — Estamos todos muito nervosos, essa é a verdade.

— A gente não pode se dar por vencido ainda, gente. Calma — Ji não sabia se falava pros outros ou para si. Talvez fossem as duas coisas

— O Advogado já chegou, pelo menos.

Quando o homem mais velho, robusto e baixo como Han, se aproximou, Chan foi o primeiro a levantar e os outros o seguiram, cumprimentando o homem que entrava às pressas.

— Boa tarde, advogado Yoo — Minho só recebeu um aceno displicente como resposta — O senhor recebeu os arquivos?

— Ah, sim sim. Mas não sei se irão ajudar.

— Como assim?

— Serei sincero, garoto. Meu conselho é que vocês tentem um acordo.

— Por que tentaríamos um acordo? — A frustração na voz de Chan era perceptível — Achei que o caso estava ganho.

— As provas que vocês apresentaram antes são fracas, e as últimas chegaram tarde demais. Pelo que estudei do caso, o réu afirma que entrou num lugar que o recebeu como convidado. E pelo jeito ele tem provas disso.

— Minha amiga, que foi vítima dele e nos alarmou no clube, veio depor, senhor.

— Isso dá 3 anos no pior dos casos, que ele pode responder em liberdade — Diante do silêncio dos jovens, o homem continuou — Posso arranjar um encontro com o acusado agora. Então entramos num acordo.

Para Jeongin, que ficou ali parado de olhos arregalados, isso significava continuar com o homem em sua cola. Para Chan, significava que ele não conseguia proteger seu grupo, ou comunidade. Já Minho via a possibilidade de seu primo servir de bode expiatório para a fraternidade, que certamente exigiria algo dele e de Han em troca do escândalo do caso perdido. E com um herdeiro que não queria tomar seu posto, faltava suporte. Han respirou fundo, sentindo cada um dos pesos de seu grupo, e segurou a mão de Minho.

As palavras de seu pai lhe ocorreram: "Isso que dá mexer com essa gente riquinha. O dinheiro apodreceu a cabeça deles". Eles resolveram acusar um dos privilegiados da universidade, afinal. Fizeram várias boas jogadas, mas o "riquinho" rejeitado que declarou xeque. Será que ele tinha comprado a jogada ao invés de ganhá-la? Era possível.

Duas faces - Changlix 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora