Capítulo 4

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Depois que Gerrard vai embora eu abro uma garrafa de vinho. É sério, eu tenho que parar de beber. Bebo até adormecer e então uma companhia me desperta. Esqueço que estou sem blusa e atendo a porta.

—Luke?—eu digo com raiva, o que esse idiota está fazendo aqui?—O que você quer?

—Achei que não devíamos nos chamar pelo primeiro nome.

—Estou bêbada demais para me importar. Vai embora.

—Você devia colocar uma blusa—ele diz olhando para os meus seios, passa a mão no pescoço e depois se escora no batente da porta.

Só então eu percebo que estou sem blusa.

—Droga. Droga. —eu digo enquanto corro para o quarto para procurar minha blusa. Ele me acompanha.

Fica na porta do quarto e me observa procurar a blusa. Quando ele vê que não estou conseguindo achar ele então me ajuda a procurar. Pega uma camisinha no chão e então diz.

—Não sabia que você tava ocupada —ele diz me mostrando a camisinha.

—Vá a merda. Quem te deu autorização para entrar na minha casa, no meu quarto?

—Você não devia falar assim com seu chefe.

—Pro inferno, Luke. Eu já estou cansada das suas merdas. O que você pensa que está fazendo? Acha que pode vier aqui e bagunçar tudo de novo?

—Pensei que tivesse superado tudo.

Eu acho minha blusa e então coloco.

—Vai embora. —eu digo irritada.

—Você devia parar de beber assim. Não me lembro de você beber quando a gente namorava.

Eu fico em silêncio por uns segundos enquanto observo seu rosto idiota perfeitamente esculpido.

—Acho melhor você ir embora, a pessoa que está comigo já está quase voltando.

—Ah, claro. —ele cerra o maxilar, seu rosto se fecha e então ele vai até a porta do apartamento.

—A propósito, foi bom ver você assim. As imagens que eu tinha já estavam quase se apagando.

—É bom você reviver muito na sua mente, porque você nunca mais vai ver ou tocar em mim.

—Nós precisamos conversar qualquer dia desses, Grace. Não sou um monstro. Se fiz o que fiz foi porque tive motivos.

—Cara. É sério que tá me dizendo isso? Eu quero que você saia do meu apartamento agora! Saia da minha vida! Que diabos você veio fazer aqui afinal?

—Vim te convidar pra sair.

Eu paro por um instante surpresa.

—E o que te faz pensar que eu aceitaria?

—Não sei, só estava passando aqui perto e me deu uma vontade louca de entrar aqui. Te beijar, fazer amor com você.

Eu engulo em seco e depois começo a sorrir, sorrir desesperadamente.

—A única maneira de você fazer sexo comigo é me amarrando e me forçando.

—Você sabe que não sou esse tipo de homem.

—Luke, eu não sei nada sobre você. O que te faz pensar que eu sei alguma coisa? Nós passamos 5 anos sem se ver, antes disso eu já não sabia nada de você. A pessoa que eu achava que você era nunca existiu.

—Claro que existiu, Grace. Eu sou a mesma pessoa e você também. Você só finge que não vê.

—O que você sabe sobre mim? O que te faz pensar que eu ainda sou aquela menina ingênua? Aquela Grace, a sua Grace, está morta.

—Não, não está. Você pode dizer isso. Mas seus olhos dizem o contrário. Toda vez que você me olha eu vejo aquela Grace.

—Eu nem se quer olho pra você, Luke. Você não é nada.

—Está me dizendo que se eu te beijasse agora você não corresponderia?

—Estou te dizendo que se você ficasse pelado na minha frente eu não corresponderia.

Luke me agarra pela cintura e me empurra apartamento a dentro enquanto me beija. Eu mantenho a mandíbula presa enquanto ele tentar enfiar a língua na minha boca. O álcool e o seu cheiro me deixam tonta, até que eu finalmente cedo. Abro a boca para que a sua língua entre e nos beijamos. Ele desliza as suas mãos subindo a minha roupa e então eu mordo seu lábio. Com tanta força que corta e então ele se afasta com dor.

—Você correspondeu. Ainda gosta de mim.

—Fiz isso para ferir você, seu idiota. Ou você acha mesmo que ainda mexe comigo?

—O seu beijo está diferente.

—Tive bastante tempo para treinar, e se eu fosse você, escovaria os dentes quando chegasse em casa. Eu andei usando a minha boca, se é que me entende.

Ele ri.

—Tá legal, muito bem engraçadinha. Sei que está mentindo.

—Quer saber, Luke? A Lisa está certa, não posso deixar o passado atrapalhar o futuro. Obrigada por vir aqui. Você me mostrou isso.

Eu pego o telefone telefone e ligo para Gerrard enquanto Luke observa confuso.

—Oi, Gerrard. Você tinha razão. Eu fui uma estúpida. Aceito seu pedido de namoro. Pode passar aqui mais tarde?

Eu continuo conversando com Gerrard enquanto Luke me olha estático.

—Certo, amo você. —eu digo finalizando a ligação.

Gerrard fica mudo do outro lado da linha tamanha é a surpresa. Mas depois diz que me ama.

Luke olha pra mim, os olhos marejados e vermelhos. Ele cerra a mandíbula e então diz.

—Você está certa, Grace. Não posso mais me meter na sua vida. Me desculpe, tenha uma boa noite.

Ele sai do meu apartamento e então eu deito no chão atordoada.

Droga. Droga. Odeio aquele miserável. Odeio as coisas que ele me faz fazer. Odeio ser esse tipo de pessoa. Odeio a pessoa que ele me transformou.

Abandonada no altar -Amanda PlathOnde histórias criam vida. Descubra agora