Abandonada no altar -Amanda Plath

capítulo 14

Eu marco os três encontros, todos no mesmo dia. Coloco meu melhor vestido, faço uma boa maquiagem e me desloco para o restaurante onde marquei com Luke.

Quando chego ele já está lá me esperando, o terno alinhado e perfeitamente impecável. Ele me dá um sorriso largo e corre em minha direção para me abraçar, o abraço é longo e eu permito. Depois ele puxa uma cadeira para mim e eu me sento. Seus olhos estão marejados. Ele treme um pouco enquanto desliza as mãos para abrir os botões do blazer. Ele fala, ainda com a voz falhando.

—Estou feliz que esteja bem, Grace. Eu me senti tão culpado. Eu tornei tudo isso tão difícil para você. Não fazia ideia de tudo o que você passou, do nosso filho... Eu jamais teria feito o que fiz se soubesse agora do que sei. Eu teria sido homem e deixado que você escolhesse.

Eu coloco minha bolsa na cadeira ao lado e pego um guardanapo enquanto o coloco no colo. Junto minhas mãos e então digo com toda a coragem que há em mim.

—Eu perdoo você, Luke. Do fundo do coração.

Ele me olha e as lágrimas caem dos seus olhos, enquanto ele dá um sorriso surpreso.

Ele pega na minha mão e faz carinho então diz.

—Isso significa que podemos tentar, Grace? Podemos recomeçar?

Eu puxo a minha mão e me ajeito na cadeira.

—Luke, o que vivemos foi lindo. Nós passamos tantas coisas juntas, a gente descobriu tantas coisas juntos. Mas isso ficou pra traz. Eu perdoo você por tudo, assim como quero que me perdoe também. Mas a partir de hoje eu te quero só como meu amigo. Eu achei que ainda amava você, mas só era uma raiva guardada, a confusão dos meus sentimentos. Eu tive tempo pra pensar e colocar tudo no lugar. Organizei meus pensamentos e agora está tudo claro. O que vivemos foi lindo, e como fruto nós tivemos um filho, que nunca chegou a nascer, é verdade. Mas tivemos. Ele foi a prova de um amor que nasceu e se encerrou. Eu espero que você encontre alguém, eu te liberto de toda a culpa que você possa sentir.

Luke me ouve com calma, seus olhos são tristes.

—Eu acho que você tem razão, Grace. Obrigada por me querer como um amigo. Eu ainda amo você, mas eu prometo que vou respeitar todas as palavras que você disse. Eu espero que você seja feliz também, com Gerrard ou qualquer outro que mereça seu coração.

Ele levanta da mesa e me dá um abraço e eu correspondo.

Nós jantamos e nos despedimos.

Estou a caminho do meu segundo encontro.