Eu Vou Voltar Pro Brasil

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Acordei absurdamente cedo, lá pelas 6h da manhã, olhei pro lado e vi a Mel deitada ao meu lado, dormindo feito um anjinho, sorri lembrando de tudo que havia acontecido na noite anterior, sai devagar de seu lado e fui até a cozinha preparar um café. Era sábado, eu não tinha que ir ao jornal e me passou pela cabeça que quando ela acordasse havia duas possibilidades, a gente poderia conversar e se acertar ou ela simplesmente iria dizer que tinha sido apenas porque estava bêbada, balancei a cabeça em negativa pensando na segunda alternativa e tentei preparar o melhor café do mundo pra tentar fazê-la acordar de bom humor e disposta a me perdoar e voltar pra casa. Depois de tudo pronto, coloquei em uma bandeja dessas especialmente pra levar café na cama, coloquei uma rosa vermelha que não sei de onde tinha surgido, mas presumi que os meninos haviam trazido. Quando voltei pro quarto ela ainda estava dormindo, agora estava de bruços com o seu corpo nu e totalmente descoberto, coloquei a bandeja de lado um minuto e fui acorda-la.

- Não está na hora de acordar? – perguntei baixinho em seu ouvido.

- Ainda não. – resmungou ela virando pro outro lado.

- O café vai esfriar. – falei beijando sua bochecha, tentando fazê-la acordar.

Ela pegou o edredom e cobriu totalmente o rosto com um gesto de ‘me deixa em paz’, embora aquele rostinho fofo dormindo fosse tentador, eu estava ansiosa demais pra deixa-la dormir, eu precisava dela acordada e sóbria, eu precisava conversar sobre essa madrugada, e eu precisava especialmente olhar pra ela, para aqueles lindos olhos castanhos maravilhosos, por alguns segundos eu deitei ao seu lado e fiquei olhando ela dormir, até que ela foi abrindo lentamente os olhos.

- Você tá me olhando dormir, mesmo depois de todos esses anos ainda é estranho. – disse ela sorrindo um pouco.

- Você é linda dormindo. – falei.

Ela virou para o lado oposto a mim, levantei da cama, peguei a bandeja e fiquei de pé ao seu lado, ela sentou na cama e coloquei a bandeja sobre suas pernas.

- Uau, obrigada. – agradeceu já tomando um pouco do café – Preciso mesmo desse café, odeio ficar de ressaca.

Ela olhou a hora no relógio digital que havia no criado mudo e reclamou.

- É sábado, por que me acordou tão cedo?

- Eu achei que poderíamos conversar.

- Sobre o quê? – perguntou.

- Sobre nós, sobre o que aconteceu...

- Não, não e não – disse ela me interrompendo – Eu que tava bêbada e você que não entendeu nada? – deu um gole curto no café e tirou a bandeja de cima de si, quase sem comer nada, ela levantou da cama, saiu recolhendo suas roupas que ainda estavam pelo carpete do quarto e entrou no banheiro.

Eu apenas fiquei lá sentada naquela poltrona, esperando ela terminar o banho, que não demorou mais que dez minutos, mas pareceu uma eternidade. Quando ela saiu com uma toalha nos cabelos e outra no corpo eu esperei que ela concluísse o que ela tinha começado, mas ela ficou calada procurando algo no guarda-roupa pra vestir.

- Acho que não tem muita coisa sua ai. – falei segurando um nó na garganta.

- É verdade, posso pegar essa blusa? – perguntou ela segurando uma blusa preta básica, de mangas longas, minha.

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