In My Life

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Melissa

Passada uma semana longa depois que a Ana perdeu o bebê, se aproximava o final de semana novamente. A semana foi estranha e triste, a Ana dizia que estava bem, mas de longe percebia-se o ar melancólico em seus olhos. O “eu estou bem” dela passaram despercebidos pra qualquer pessoa, qualquer pessoa menos eu, eu conheço a minha esposa melhor do que conheço a mim mesma, sei que ela não está bem e que toda noite antes de dormir ela chora um pouquinho e bem silenciosamente para que eu não perceba e fora todo o terror noturno que ela vem sofrendo que só aumentou, tentei fazer ela procurar um psicólogo pra falar com um profissional, mas ela é teimosa e não aceita. No banco de trás de um taxi eu estava falando com o Finn.

[18:02] Finn: Vamos passar o final de semana em Brighton, vou levar uma gatinha que estou conhecendo e vocês poderiam vir. Vai ser divertido.
[18:02] Melissa Moura: Vou falar com a Ana, dá ultima vez que fomos foi muito bom pra ela.
[18:03] Melissa Moura: Mas eu tenho uma condição.
[18:03] Finn: Condição? Eu to oferecendo a minha casa e você ainda coloca dificuldades?
[18:03] Melissa Moura: Coloco sim, a condição é que eu fique com a suíte.
[18:04] Finn: Tá de brincadeira eu tava querendo usar a vista do quarto pra me dar bem. Mas tá bom, eu deixo a suíte com vocês.
[18:04] Melissa Moura: Bom garoto! Estou chegando em casa e dou a resposta assim que puder, beijo!
[18:05] Finn: Beijo.

Logo que cheguei no apartamento me deparei com o apartamento todo escuro e vindo apenas uma fresta de luz pela porta da varanda que estava aberta, corria um vento frio pelo mesmo motivo. Fui até lá e vi a Ana com um copo de whisky na mão e na outra um cigarro.

- Cigarro?

- É achei que não ia ter problema voltar, não tenho mais que cuidar da saúde de um bebê. – respondeu ela sem olhar pra mim.

Passei por ela e peguei o cigarro da mão dela, ela me olhou em reprovação e eu dei um trago longo e ela ficou me olhando de boca aberta.

- O que? Só você pode? Até onde eu sei o plano era que as duas parassem, se voltar, eu volto. Simples!

- Tudo bem! – respondeu ela com um resquício de sorriso triste no rosto e acendeu outro cigarro e colocou um pouco mais de whisky em seu copo – Quer?

Recebi o copo e tomei um gole, o whisky estava puro apenas com gelo e desceu aquecendo tudo.

- Uau. Senti até o corpo esquentar agora.

- É, essa belezinha já tem até idade pra ser preso. – disse ela falando da garrafa de whisky 18 anos ao seu lado.

- Então... Eu tava conversando com o Finn... – quando falei o nome do Finn pude até ver ela revirando os olhos, mas continuei – E ele vai pra Brighton com uma garota e perguntou se não queríamos ir. Você curtiu da ultima vez, vamos?

- Acho melhor não.

- Por quê? Vai ser bom pra você, vamos.

- Eu não to a fim de passar um final de semana inteiro com o seu amigo dentro de uma casa.

- Qual o seu problema com o Finn? – perguntei rindo e dei mais um trago no meu cigarro.

- Tirando o fato de que ele olha pra você como se quisesse te comer? Nenhum.

- Ah! Ciúmes então, entendi. Para de bobagem, ele é só meu amigo e é um cara legal.

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