Eu Quero Voltar Pro Brasil

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Melissa

Eu estava terminando uma sessão de fotos para quem sabe, uma nova exposição, foram mais de três horas sem parar nenhum minuto, os meus pés e costas estão me matando, mas eu não havia visto a hora passar tão rápido, quando percebi já passava das 18h, me despedi dos modelos e fui até a minha mesa, joguei todo o conteúdo na maquina no computador e fiquei fazendo uma avaliação rápida nas fotos, meu celular começou a vibrar sobre a mesa, olhei pro visor e era a Ana, levei alguns segundos pra atender só pra ela saber que eu estou puta com ela ainda, onde já se viu ficar escondendo problema da própria esposa, ainda to com vontade de bater na cara dela, se bem que isso daria tesão, parei os meus pensamentos e tentei atender sem muito carinho, pra ela perceber o quão puta eu estava.

- Alô? – falei secamente.

Eu não obtive retorno, então falei novamente.

- Amor? – uma pontinha de preocupação começava a se formar, que só aumentou quando ouvi a Ana gritar do outro lado aparentemente longe do celular.

“BILLL”

- Anaaa! – falei ficando em pé e sem querer esbarrando na minha câmera que caiu no chão. – Droga! – exclamei olhando pra câmera, tentei arrumar, mas ouvi novamente a voz da Ana e dessa vez quase desmaiei ao ouvir a frase.

“Abaixa essa arma, vamos conversar”
Deixei o celular cair no chão e o sangue faltou no meu corpo, peguei o celular rápido e a tela havia trincado, fiquei chamando pelo nome dela.

- Ana... Fala comigo amoor... O que tá havendo? Anaaaa!

Droga, ela realmente não estava com o telefone, então tentei entender o que estava acontecendo do outro lado da linha, até que depois de muito barulho e gritaria eu ouvi a Ana falar que estava no The Times e algo sobre policia, eu entendi o recado e corri para a minha mesa e liguei para a emergência, eu não conseguia sequer digitar três números, minhas mãos tremiam e o meu coração parecia que ia sair pelos meus ouvidos, fiquei em posição ereta, olhei pro teto tentando manter a calma e não chorar “A Ana precisa de mim” a minha cabeça ficava repetindo  todo o tempo.

“Qual sua emergência?”- perguntou uma moça do outro lado da linha.

- Está acontecendo alguma coisa no prédio do The Times! – exclamei rapidamente.

“Alguma coisa? Você poderia ser mais especifica?”– perguntou ela.

- EU NÃO SEI! ALGUÉM ARMADO! – gritei sem intenção de gritar.

“Senhora eu peço que mantenha a calma e me dê mais informações”

- Olha moça, a MINHA ESPOSA... – gritei novamente – Está sendo mantida refém naquele prédio, tem uma pessoa armada lá. O PRÉDIO ESTÁ SENDO VITIMA DE TERRORISMO. – achei melhor gritar e enfatizar para ver se ela poderia agilizar.

“Senhora qual o seu endereço? Posso mandar alguém ver se a senhora está bem?”

- O PROBLEMA NÃO É COMIGO PORRAAAA! – dessa vez eu tive mesmo a intenção de gritar. – Presta atenção, o The Times está sendo vitima de terroristas armados, a minha esposa conseguiu me ligar... manda... alguém pra lá... – nessa hora eu não consegui segurar, eu comecei a chorar.

“Okay senhora, eu vou mandar uma viatura verificar o local, eu peço que fique calma”.

- Obrigada! – exclamei ainda chorando, eu sentia o meu rosto molhado e meu coração acelerado.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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